Pesquisa, ensino, extensão

Na trilogia definidora da universidade a pesquisa tem se constituído no ítem mais valorizado. Temos observado que, no IME a na USP, chega-se ao extremo de avaliar a produção científica pelo número de artigos publicados. Esta visão é discutível porque não leva em conta a qualidade nem outros aspectos relevantes à pesquisa, o qual ocasiona distorções no julgamento. Esse processo de avaliação exige uma reflexão demorada por parte de toda a comunidade.

Consideramos que o IME tem evoluido muito satisfatoriamente no setor de pesquisa, se bem que ainda precisamos melhorar nossa política científica e o nível de algumas áreas. Temos que dar reconhecimento público a nossos melhores pesquisadores e ajudar no esforço dos que ainda não conseguem uma produtividade razoável. Temos que avaliar nossas pesquisas próprias e equacioná-las com relação a outras que decorrem de solicitações advindas das esferas do ensino e da interação com a sociedade.

Devemos atrair e formar excelentes alunos de pós graduação e colaborar com o permanente aprimoramento deste nível de ensino.

A dedicação à docência, a atividades de extensão ou a trabalhos interdisciplinares podem motivar alguns colegas nossos à realização de pesquisa em áreas diferentes daquelas tradicionalmente desenvolvidas no IME. As pesquisas oriundas de tais atividades devem ser avaliadas quanto a seu mérito no sentido de poder aceitá-las como produção académico-científica pertinente ao IME.

Com relação às atividades de ensino, temos que estimular o seu constante aprimoramento em todos os aspectos. Torna-se importante incentivar o bom funcionamento das comissões de curso. Em particular, urge uma avaliação profunda das causas de evasão nos cursos de graduação. Pretendemos também continuar apoiando a implementação da nova Licenciatura em Matemática, cujo processo de gestação, elaboração e implantação temos acompanhado com interesse.

Quanto à criação de um novo(s) bacharelado(s) noturno(s), de caráter profissionalizante, consideramos que se trata de mais um relevante serviço à comunidade que o IME deve oferecer. Acreditamos ser oportuno um aumento de vagas nos diversos cursos. Essas propostas devem ser analisadas amplamente e em profundidade.

Com relação à extensão, é importante incentivar a definição e a realização de novas atividades de interação com e para o benefício da sociedade, com a qualidade própria à universidade e com eficácia compatível com nossas possibilidades. Para isto pretendemos favorecer o trabalho dos centros - CAEM, CEC, CEA e CEMCAP.

A apurada discussão no IME sobre a definição e a hierarquização das atividades de pesquisa, docência e extensão permitirá aperfeiçoar o atual processo de avaliação dos departamentos. É preciso que o IME proponha uma boa definição de critérios para a instrução prévia e adequada do referido processo. Caso contrário, corre-se o risco de avaliar exclusivamente aspectos quantitativos de eficiência puramente instrumental que não condizem com os valores humanos globais que caracterizam a universidade.

Os órgãos centrais

Consideramos que o diretor age no CO, antes de mais nada, como representante de sua unidade e dos interesses dela. Consequentemente, nos propomos a levar ao CO e aos órgãos centrais, e a defender dentro deles, todas as decisões tomadas pela congregação do IME.

Deverá ser instalado proximamente o processo de revisão dos estatutos da universidade. Apoiaremos, nesta ocasião, a discussão democrática ampla no seio da comunidade do IME. Defenderemos o mais amplo respeito aos princípios democráticos básicos e, em particular, apoiaremos reformas tendentes a aumentar a autonomia dos departamentos, que foi prejudicada na última revisão.

Outro assunto que merecerá destaque é a questão da composição dos órgãos colegiados bem como a questão dos elegíveis aos cargos de direção.