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Patinho Feio



Caros Redistas,
Na década de 60 à primeira metade dos anos 70, a
estatística no Brasil era o ?patinho feio? das
ciências exatas. Com efeito, os doutores em
estatística, contados com os dedos das mãos, desenvolviam pesquisas na área de forma isolada e quase artesanal.
Em 1970, como estudante da Escola de Engenharia da UFPE,
presenciei alguns colegas brilhantes abandonarem a
engenharia para seguir matemática ou física. Ninguém se
interessava pela Graduação de Estatística. Nos Colóquios Brasileiros de Matemática, que participei em 71 e 73 como
aluno, as áreas de estatística e probabilidade eram
extremamente tímidas e de menor impacto que as tradicionais sub-áreas (álgebra, análise,geometria e topologia)
da matemática. No meu curso de Bacharelado em Matemática,
alguns doutores enfatizavam que a Graduação de Estatística
não deveria existir. Os tempos mudaram e, com as inovações
tecnológicas, a estatística no Brasil - em menos de quatro décadas -, se transformou num ?belo cisne?. As aplicações
atuais da estatística no país se estendem das ciências
humanas à medicina, passando por praticamente todas as
áreas do conhecimento. Em termos da QUALIDADE da pesquisa acadêmica desenvolvida, tenho absoluta convicção que estamos
par a par com a física, química, matemática, informática, economia e as engenharias, perdemos tão somente em
QUANTIDADE pelo simples fato do nosso capital humano
ser ainda inferior aos destas outras áreas.
Cordiais Saudações,
Gauss Cordeiro