Opa, ate que a ABE-L esta' servindo pruma discussao bem frutifera.
Carvalho, obrigado pelo e-mail, bem esclarecedor. Quando li, me lembrei dele,
ja havia escutado este caso do Zeferino. Vou guardar esta mensagem para o
futuro caso a UFMG seja procurada em circunstancias parecidas.
E a Marilia tambem, bons argumentos incluindo a certificacao.
Eu ja lecionei uma vez um curso de Profissao e Mercado em que um dos topicos
foi a regulamentacao da profissao de estatistico. A discussao girou em torno da
certificacao (por uma associacao) x regulamentacao. E nao foi uma discussao
facil com algumas pessoas quase tornando-a pessoal.
Acredito que muitos de nos nesta lista somos a favor em termos uma certificacao
que seja necessario renovar regularmente. Vide, por exemplo, o caso da Royal
Statiostical Society:
http://www.rss.org.uk/main.asp?page=1793
Uma pagina muito didatica e esclarecedora sobre a certificacao por uma sociedade
civil e' a da Statistical Society of Australia:
http://www.statsoc.org.au/Accreditation/WhatIs.htm
Dessa pagina:
The prime objective of the Accredited Statistician (AStat) scheme is
to indicate to the non-statistical community that the holder has achieved
an acceptable level of professional competence in the understanding and
application of statistical methods and is bound by the
Code
of Conduct of the SSAI. It is important to the reputation of the statistical
profession that only those persons who satisfy the specified criteria
are accredited, otherwise the reputation of our profession is at risk.
A member with the qualification of Accredited Statistician may use the
abbreviation AStat.
No entanto, nem todos sao a favor disso. Quem ja esta' no mercado a tempos
pode ver isto como um risco para sua carreira ja' estabelecida. Afinal, submeter-se
a uma avaliacao periodica pode acabar expondo fraquezas que um profissional
nao quer expor.
Por outro lado, do ponto de vista dos que defendem a regulamentacao,
a preocupacao dos alunos ou dos estatisticos ja' no mercado e' com
o risco de ver seu mercado invadido por picaretas ou aventureiros que vao rebaixar
o valor da hora de trabalho e que podem mediocrizar a profissao. E' uma preocupacao
que faz sentido quando muitas outras profissoes procuram criar suas guildas
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Guilda), como a Marilia mostrou.
Eu sou a favor da acreditacao/certificacao e sou contra a regulamentacao no caso
da estatistica (e da informatica, e do jornalismo, e de marketing, e de sociologia, e
de....) O mercado e a certificacao regular e permanente e' que devem controlar
a qualidade dos profissionais. Afinal, se estatistico serve realmente para algo, o
mercado vai querer os bons. E estes acabariam sendo, em sua maioria, formados
pelos programas de graduacao e pos-graduacao em estatistica.
Um ponto que me deixa mais preocupado e' ver que a preocupacao de varios
estatisticos em assegurar uma regulamentacao para sua profissao nao se estende
a uma preocupacao em criar empresas modelo de estatistica. A maioria dos
principais institutos de pesquisa ligados a grandes jornais ou universidades no
pais nao e' dirigida por estatisticos. Esta falta de empreendedorismo e' mais
danosa para a profissao que a existencia ou nao de regulamentacao.
Mas esta e' apenas mais uma opiniao.
Renato