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Conflitos necessários



Caros Redistas:

As discussões paralelas e trocas de e-mail depois de tudo que aconteceu na lista
foram muito interessantes.  Evidentemente, essas coisas ocorrem, naturalmente,
pelas identificações ou pelas incompatibilidades.  Devo dizer que estou ganhando
muito com tudo isso.  

O objetivo desta minha mensagem é para falar de um grande amigo, companheiro de
verdade e meu co-autor de inúmeros artigos publicados recentemente.  É o
professor Julio Stern.  Vocês irão logo perceber a razão desta minha invasão. 
Vão perceber que a minha provocação de tempos atrás teve uma razão das mais
nobres.  

Nosso trabalho conjunto não é dos mais tranqüilos.  Um artigo nosso publicado,
em co-autoria ou isoladamente, é fruto de muita discussão, as vezes de um calor
de meter medo em quem esta por perto.  Mas eis o que queria contar: - escrevi
com outros colegas um artigo sobre unrandomization e ele um sobre randomization.
 O que participei está em uma ansiosa espera do resultado da submissão.  Mas o
dele ? pó! ? já foi aceito!
Conclamo os interessados para uma visita à página dele, www.ime.usp.br/~jstern.
 Não sei o quanto bravo ou feliz ele irá ficar depois de saber desta minha
mensagem. 

De tanto pelearmos, ele resolveu voltar aos seus estudos filosóficos e está
terminando um livro - Cognitive Constructivism and the Epistemic Significance of
Sharp Statistical Hypotheses - , cujo quarto capítulo é uma defesa - lavada, na
minha cara, ali do meu lado - de randomização.  
Na verdade esse capítulo acaba de ser aceito para publicação em uma revista das
mais interessantes, Cybernetics & Human Knowing.  O segundo capítulo já está
publicado na mesma revista Vol. 14(1): 9-36. Acho que os outros capítulos estão
sendo publicados como capítulos de livros de conferências como a MaxEnt.  

Se não tivéssemos nos desafiado mutuamente, talvez não tivéssemos tido a
motivação para o trabalho que hoje desenvolvemos.  Assim meus caros colegas
PELEAR é a atitude chave em nossas vidas acadêmicas. A inveja (boa) também é a
chave de nossa motivação científica.  Só admiração não basta! Precisamos ter a
vontade de ultrapassar o amigo ali do lado, ou pelo menos tentar chegar aonde
ele chegou.  Essa boa inveja irá mudar de lado quando você conseguir seus
objetivos.  Para termos nova motivação é interessante que haja alguém no nosso
pé correndo para nos ?ultrapassar?.  A unanimidade não nos teria dirigido aos
resultados que já conseguimos.  
Conflito, meus amigos!  Criem conflitos! Não esqueçam que a moda de hoje É O
PASSADO da ciência!

Saudações
Carlinhos
Página do livro
http://www.ime.usp.br/~jstern/infcomp/evli.pdf

Carlos Alberto de Braganca Pereira <cpereira@ime.usp.br>