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: artigo
Renato
Concordo com as suas impressões e as do Gauss sobre os nossos formandos. As
duas coisas acontecem: nossos alunos não estão preparados com o jargão e a
prática de atividades de gestão e aqueles que se sobressaem são tão poucos
perante a grande quantidade dos demais profissionais formandos que
desaparecem!
A Engenharia está incluindo mais e mais cursos de gestão e logística em sua
grade e muitos engenheiros estão também fazendo uma complementação em
administração/gestão (2 anos dos chamados cursos tecnológicos) para suprir
eventuais deficiências de formação nessa área.
A experiência na USP mostrou que ao acabar os 2 semestres de Trabalho de
Conclusão de curso, onde se faz análise de projetos de outras áreas
(mestrados, doutorados, publicações...), o aluno sai com jogo de cintura de
consultoria muitas vezes entendendo melhor o problema do que alunos da área
de aplicação que participam da discussão. Mas creio que não há, nos diversos
bacharelados, nenhuma formação na linha do empreendedorismo. Provavelmente
isto poderia ser contemplado com disciplinas optativas em outras unidades.
Os temas abordados no ICOTS tratam preferencialmente do Raciocínio
Estatístico, do tratamento da Incerteza e da variabilidade, das novas
tecnologias e do ensino/aprendizagem da estatística em diferentes momentos
da escolaridade e no local de trabalho. Também é contemplada a ligação
Estatística & Sociedade. Mas também aqui a parte do empreendedorismo não é
enfatizada e, salvo engano, não há o costume de discutir esse tema.
A propósito, listo os 10 tópicos dos Invited Papers do próximo ICOTS8
(Slovenia - 11-16 Julho) - cada um subdividido em 8a 10 subtópicos:
1 - Data and Context in Statistics Education: towards an evidence based
society
2 - Statistics Education ar School Level
3- Learning to teach Statistics
4 - Statistics Education at the post secondary level
5- Assessment in Statistics Education
6- Statistics Education, training and the workplace (aqui seria um bom
lugar! )
7- Statistics Education and the wider society
8- Research in Statistics Education
9- Technology and Statistics Education
10- An international perspective in Statistics Education
http://icots8.org
Acho que caberia essa opção sim em nosso currículo, e talvez a ABE pudesse
fazer essa discussão.
Abrçs, Lisbeth
----- Original Message -----
From: "gausscordeiro" <gausscordeiro@uol.com.br>
To: "assuncao" <assuncao@est.ufmg.br>
Cc: "abe-l" <abe-l@ime.usp.br>
Sent: Wednesday, October 29, 2008 12:10 PM
Subject: [ABE-L]: Re:[ABE-L]: Re:[ABE-L]: artigo
Caros Redistas,
Aproveitado os oportunos e-mails da Lisbeth e do Renato, eu
gostaria de dizer que a assertiva "os engenheiros, médicos,
economistas e administradores são em média mais empreendedores
do que os estatísticos" é verdadeira, pelo simples fato deles terem
uma formação de graduação bem mais abrangente do que os estatísticos.
Falta no currículo dos estatísticos disciplinas gerais
de Macroeconomia, Empreendedorismo, Gestão Pública,
Administração, Finanças, Engenharia de Produção e por aí vái.
Eu reitero esse fato desde 1975. O problema, no meu entender,
é que a carga horária exigida na graduação de estatítica
(3600 horas) é muito menor do que nas profissões acima.
Saudações,
Gauss Cordeiro
Lisbeth,
na sua mensagem, existe estre trecho:
Carlos Rodrigo Formigare, de 34 anos, estatístico do Unibanco, que
dirige a área de cartão de créditos da empresa, ..... "O estatístico
sai da faculdade sem visão básica de gestão e outros conhecimentos
para assumir cargos de liderança.Nesse ponto, os outros profissionais
saem na frente", diz Carlos. Ele aposta que, se essa lacuna for
diminuída, haverá estatísticos em cargos de gerência nos próximos
cinco anos....
Nos encontros do ICOTCS já houve alguma discussaõ sobre isto?
Às vezes, os engenheiros ou médicos aparentam ter mais
empreendedorismo
que os estatísticos. Mas talvez isto seja simplesmente porque as
coortes de engenheiros
e médicos são muito maiores (só a UFMG forma 300 medicos e 25
estatísticos por ano).
Aí os outliers se relevam mais facilmente. Mas pode ter alguma outra
razão. Não sei.
Existe alguma discussão sobre isso? Existe algum curso de graduação
(ou pos-grad) pelo
mundo que ensina-estimula gestão para estatísticos? Isto poderia estar
num curso-projeto
tipo Serviço de Assessoria Estatística? Você tem alguma opinião?
Renato Assunção
Universidade Federal de Minas Gerais
Instituto de Ciencias Exatas
Departamento de Estatistica
Campus Pampulha
Belo Horizonte MG 31270-901 - Brasil
[1]assuncao@est.ufmg.br
FAX: 55-31-3409-5924 PHONE: 55-31-3409-5940
[2]http://www.est.ufmg.br/~assuncao
-----"Lisbeth Cordani" <lisbethk@terra.com.br> escreveu: -----
Para: "abe-l" <abe-l@ime.usp.br>
De: "Lisbeth Cordani" <lisbethk@terra.com.br>
Data: 28/10/2008 23.20
Assunto: [ABE-L]: artigo
REVISTA VOCÊSA outubro 2008
A vez dos estatísticos
As empresas descobriram que o estatístico aponta caminhos para aumentar o
lucro, mas faltam profissionais no mercado
Por Renata Avediani
Você já imaginou quantas análises estatísticas são feitas antes do
lançamento de um novo medicamento? É preciso testar exaustivamente a
ação do remédio, reunir os resultados dos testes, organizar as
informações e só depois concluir se a droga pode ser comercializada. A
análise de dados está presente até em uma simples ligação telefônica
que a administradora de cartão de crédito faz para você. A companhia
cruza informações como sexo, renda mensal e hábitos de consumo para
oferecer um produto na medida certa. E quem faz todo esse trabalho? O
estatístico. Um profissional que as empresas vêm descobrindo que pode
transformar pilhas de números e gráficos em informações que servirão
para reduzir custos e aumentar os lucros. O problema é que falta gente
qualificada no mercado.
Uma explicação para isso é o reduzido número de alunos nos cursos de
estatística e a falta de informações sobre o campo de atuação desse
profissional. Para cada estatístico que se registra no Conselho
Federal de Estatística, há pelo menos mil engenheiros pedindo registro
no Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Aliás, até
aqui engenheiros vinham cumprindo as funções que agora algumas
organizações entregam na mão do pessoal de estatística.
É assim na Vivo, operadora de telefonia celular. Ali, a divisão de
garantia de receita é gerenciada pela estatística Marcella Macedo, de
29 anos, de São Paulo. "Escolhi estatística porque gostava de contas e
acabei conhecendo o curso por acaso", diz. "O bom da profissão é que
dá para trabalhar em qualquer setor, basta ter raciocínio lógico,
saber lidar com informações e ter curiosidade de entender como e por
que as coisas acontecem." Marcella é responsável por analisar dados
que possam ajudar a reverter as perdas financeiras da Vivo. Ela tem
conseguido bater suas metas e manter-se em ascensão profissional,
tanto que convenceu a irmã e o primo a seguirem a mesma carreira.
Os ventos sopram a favor também para quem quer trocar de carreira para
se especializar na área. A procura por esses profissionais tem
crescido junto com o avanço tecnológico, que permite que mais dados
sejam armazenados e avaliados rapidamente, agilizando as decisões da
empresa. "Nenhuma companhia decide nada de importante sem avaliar
bastante os riscos e as oportunidades. Quem faz isso com muita
precisão são os estatísticos", diz José Ferreira de Carvalho,
consultor e professor da Unicamp. Os empregos estão em todos os
setores, principalmente nas instituições financeiras, e os salários
médios são de 4 000 reais. "Tivemos de esperar 12 meses para conseguir
preencher uma posição", diz a estatística Érika Rollim, de 31 anos,
diretora de marketing e serviços ao cliente do SAS Brasil, empresa de
software e consultoria estatística, de São Paulo.
Para suprir a ausência desses profissionais, Carlos Rodrigo Formigare,
de 34 anos, estatístico do Unibanco, que dirige a área de cartão de
créditos da empresa, o Unicard, ajudou a montar um curso de modelagem
estatística -- técnica usada pelo departamento para traçar o perfil
dos clientes e customizar serviços. O curso tem seis módulos, que
duram nove meses, e já especializou mais de 300 profissionais, entre
engenheiros, administradores e economistas, nos últimos oito anos. "O
estatístico sai da faculdade sem visão básica de gestão e outros
conhecimentos para assumir cargos de liderança.Nesse ponto, os outros
profissionais saem na frente", diz Carlos. Ele aposta que, se essa
lacuna for diminuída, haverá estatísticos em cargos de gerência nos
próximos cinco anos. Palavra de quem entende de probabilidade.
DE OLHO NOS NÚMEROS
Não é só o IBGE e os institutos de pesquisa que empregam
estatísticos.Esses profissionais têm sido contratados por empresas
para trabalhar em diferentes departamentos como:
* Recursos humanos - A responsabilidade do estatístico é calcular e
projetar,por exemplo, os gastos futuros com planos de saúde e
previdência privada.
* Departamento financeiro - Sua expertise ajuda a analisar os
números da companhia e os processos de produção para tentar
reverter prejuízos ou melhorar os resultados.
* Departamentos de produção - O desafio é aperfeiçoar os processos
produtivos,medindo,entre outras variáveis,a produtividade de uma
máquina por hora, além de avaliar a qualidade dos produtos,
checando informações sobre itens fabricados com defeitos.
Para a paulista Marcella Macedo, 29 anos, da Vivo, trabalhar com
estatística é uma grande paixão: "Esprememos os números até que
eles confessem os dados"
************************************************************
Gauss Cordeiro
(http://www.pgbiom.ufrpe.br/docentes/~gauss/)
PhD em Estatística, Imperial College
(1982), MSc em Pesquisa Operacional,
UFRJ (1976), Engenheiro
Civil, UFPE (1974) e Bacharel e
Licenciado em Matemática, UNICAP (1973)
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Atualizado em 29/10/2008