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Academia Fraudulenta




Caros Redistas,


O Jornal Nacional de ontem (27 de março) divulgou uma quadrilha do
de venda de dissertações de final de graduação e que age, também,
no mercado (talvez mais promissor) de mestrado e doutorado.

A atendente acertava o preço de um trabalho de final de curso
em engenharia com o locutor da Globo por cerca de R$ 400 e prometia
aprovação com nota entre 8 e 9,5. As dissertações são feitas por membros
da quadrilha com graus de mestre e doutor.

Fora essas quadrilhas mais especializadas que cobram em valores monetários, cabe aqui enfatizar que ainda existe a fraude acadêmica exercida por outros professores ? em vários programas de pós ?, que fazem as dissertações por motivos não-monetários que vão desde a amizade com seus orientados e amigos deles até a pseudo-solidariedade, passando pela politicagem e a mediocridade reinante nesses cursos.

Eu enfatizei aqui há vários dias que a pós-graduação no País em termos
macros é um grande faz-de-conta. Com poucas exceções, temos no Brasil
um grande número de pós com orientadores que nunca produziram nada de
relevante e fingem que são cientistas.

Como aconteceu na graduação na era FHC, os cursos de pós cresceram a
passos largos nos últimos anos, mas a qualidade média com certeza
diminuiu.

Essa corrupção acadêmica é, em larga medida, resultado de um sistema de pós-graduação (CAPES) que não fiscaliza de forma precisa, baseando-se
apenas em meros índices quantitativos e, pior ainda, costuma ter a
conivência das chamadas autoridades universitárias
(membros dos CAs e coordenadores sem rigor acadêmico e talhados para
a pesquisa, pró-reitores não exigentes e até reitores). Infelizmente,
no Brasil um reitor não é muito diferente de um feitor.

Para alguém ser feliz na vida não precisa ser acadêmico. Pode ser feliz
como um simples vendedor de automóveis ou de aptos. Mas a academia não
é lugar para enganadores e deve ser sempre pautada no mérito científico!

Infelizmente, muitos alunos hoje sem qualquer motivação para a vida
acadêmica, querem apenas um diploma para colocar na parede e, assim,
aumentar o número de professores despreparados das universidade
públicas e privadas ? o chamado baixo clero.

Bom final de semana para todos,

Gauss Cordeiro