O futuro do livro*
Ana Cláudia Ribeiro**
Li, há um ano, um artigo do economista Paul Krugman,[1] que comparava o livro eletrônico ao Brasil. Dizia, em tom jocoso, que a nossa máxima ?O Brasil é o país do futuro ?- e sempre será? se aplicava bem aos e-books. Notícias sobre o assunto pipocavam aqui e acolá, esporadicamente, mas nada que realmente fosse capaz de sacudir o mundo editorial. Motivos para essa falta de interesse não faltavam. A leitura de textos longos na tela do computador é desconfortável e cansativa, e em geral a impressão em papel feita em casa torna o livro mais caro que sua bem-acabada versão industrial. Os ?readers? (aparelhos para leitura do livro eletrônico) eram pequenos, com pouca qualidade de imagem e softwares que exigiam a reformatação do texto original para leitura, desfigurando gráficos e tabelas.