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A pesquisa das pesquisas



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Leandro Lins Marino
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De: STAT-MATH@yahoogrupos.com.br [mailto:STAT-MATH@yahoogrupos.com.br] Em nome de GRUPOM - Pesquisa e Oportunidades
Enviada em: terça-feira, 27 de outubro de 2009 09:28
Para: empresas-de-pesquisas@googlegroups.com
Cc: reagindo@yahoogrupos.com.br; metpesq@googlegroups.com; metodosqualitativos@yahoogrupos.com.br
Assunto: [STAT-MATH] A pesquisa das pesquisas (??)

 

 

A pesquisa das pesquisas

Em seu novo livro, o sociólogo Alberto Almeida analisa os erros de 562
pesquisas eleitorais – e também comete sua cota de equívocos

RICARDO MENDONÇA

Divulgação

CRÍTICAS
O livro recém-lançado. Promessa de polêmica com os institutos de pesquisa

O sociólogo Alberto Almeida ganhou fama em 2007 depois de publicar A cabeça
do brasileiro, resultado de uma pesquisa sobre o comportamento ético das
pessoas segundo seu grau de escolaridade. No livro, Almeida afirma que,
quanto mais baixa a escolaridade, maior a tolerância com a corrupção. A tese
causou polêmica. Alguns usaram suas conclusões para tentar explicar a
reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, com forte apoio
popular, triunfou em 2006 depois de enfrentar uma série de acusações de
corrupção. Agora, Almeida corr e o risco de ser protagonista de outra grande
polêmica. Seu novo livro, Erros nas pesquisas eleitorais e de opinião,
discute os equívocos mais comuns na execução de pesquisas. Seu alvo são os
institutos, como Datafolha, Ibope ou Vox Populi.

A parte mais instigante do livro trata das pesquisas eleitorais. Almeida
reuniu dados de 562 pesquisas entre 1986 e 2002 por três institutos e
comparou-as aos resultados de cada pleito. Os nomes dos institutos foram
omitidos, mas não é difícil imaginar quais são (os três citados acima). O
veredicto, já no primeiro capítulo, é arrasador: “Qualquer que seja a
história, a conclusão é uma só: as pesquisas erram, e muito”. Segundo
Almeida, eles erram em diversos Estados, nas diferentes esferas de poder e
nos dois turnos. Para ele, o erro não tem compromisso ideológico. O livro
diz que as pesquisas erram a favor e contra todos.

N o decorrer do estudo, Almeida cita dois fenômenos especialmente
interessantes. O primeiro é a identificação de erros sistemáticos. Um deles:
superestimar as intenções de voto no candidato líder. Em 65% das pesquisas,
o candidato apresentado como líder recebeu uma votação menor nas urnas.
Outro erro sistemático é subestimar brancos e nulos. Na maioria dos casos,
as urnas apresentaram mais brancos e nulos que as pesquisas afirmavam.

Por que isso ocorre? A conclusão de Almeida é tão original quanto
provocativa (apesar de contradizer o título do livro): “As pesquisas estavam
mais certas do que as urnas”, diz. “As pessoas de escolaridade mais baixa,
ao responder a uma pesquisa de opinião, declaram, em sua maioria, preferir o
primeiro colocado. No momento de votar, elas erram e acabam ou anulando o
voto ou votando em branco.” Almeida comprova essa afirmação comparando o
fenô meno por Estados e municípios. Os erros são maiores nas regiões onde a
escolaridade é mais baixa.

Outra observação interessante diz respeito ao segundo turno. Almeida notou
que as pesquisas de segundo turno, cuja margem de erro é maior, costumam
chegar mais perto do resultado das urnas que as pesquisas de primeiro turno.
Sua explicação: “Há menos pesquisas no segundo que no primeiro turno. Com um
volume menor de trabalho, os institutos podem usar suas melhores equipes e
controlar de forma mais rigorosa o trabalho de campo”.

Márcia Cavallari, diretora do Ibope com larga experiência em pesquisas
eleitorais, repudia essa conclusão. “Não é verdade que os pesquisadores do
primeiro turno são piores. Os diagnósticos de segundo turno acabam sendo
mais próximos possivelmente porque no segundo turno a definição do voto na
cabeça do eleitor está mais consolidada. No segundo turno, o voto é menos
volátil, as mudanças de última hora são mais raras”, diz ela.

Para medir o grau de precisão das pesquisas, Almeida adotou o critério da
discrepância. Funciona assim: se a pesquisa atribuía 30% a um candidato, mas
as urnas lhe deram 31%, a discrepância foi de 1 ponto. Se a pesquisa
atribuía 40%, mas a urna apontou 37%, a discrepância foi de 3 pontos. E
assim por diante. O cálculo não leva em consideração se a diferença ocorreu
para cima ou para baixo. A discrepância total de uma pesquisa é a soma das
discrepâncias de todos os candidatos.

Como a capa do livro promete mostrar os “erros” das pesquisas, o uso da
medição de discrepâncias acaba se tornando um problema para o autor. Isso
porque discrepância não é erro, como o próprio Almeida alerta nas páginas
iniciais. Há casos de discrepância alta em pesquisa correta, assim como é
possível imaginar discrepância baixa em pesquisa errada. Uma eleição
imaginária com dez candidatos e margem de erro de 2 pontos, por exemplo,
estará totalmente certa se a discrepância de cada candidato for de 1 ponto,
o que resultaria numa discrepância total de 10 pontos. No sentido oposto,
uma eleição imaginária com dois candidatos e a mesma margem de erro estará
completamente errada se a discrepância de cada um for de 4 – e isso
resultaria numa discrepância total de 8 pontos. A adoção do critério da
discrepância pode ser útil para comparações, mas torna impossível saber
realmente quem errou, quanto errou ou mesmo se errou.

Outro problema é o universo de pesquisas estudadas. O total de 562
levantamentos impressiona. Talvez seja, do ponto de vista numérico, o estudo
mais abrangente dessa natureza. Só que, ao optar pela quantidade, perde-se
em qualidade. Dos 562 levantame ntos, 87 (15%) foram feitos mais de quatro
dias antes da respectiva eleição. Como são numerosos os casos de disputas
que realmente mudam nos últimos dois ou três dias, acaba ficando arriscado
tirar qualquer conclusão generalizada confrontando 562 “prognósticos” com
apurações.

O que fica disso tudo é uma lição paradoxal, ainda mais para quem trabalha
com pesquisas por amostragem: com um universo menor de pesquisas estudadas,
Almeida poderia ter chegado a conclusões bem mais precisas. Curioso, não?

Pesquisa certa, urna errada

Para medir a precisão das pesquisas, Almeida usou o critério da
discrepância. Exemplo: se a pesquisa dizia que o candidato teria 30%, mas a
urna apontou 33%, a discrepância é 3 pontos. A discrepância da pesquisa é a
soma das discrepâncias de todos os candidatos. Ao fazer isso com 562
levantamentos, Almeida notou que as discrepânc ias são maiores onde a
escolaridade é menor. Sua conclusão: as pessoas estariam errando na hora de
votar na urna eletrônica e votando nulo ou em branco

Comentários

* Manoela Abud Groh <mailto:manoela.groh@gmail.com> | SP / Taubaté |
25/10/2009 16:30

Foco do Erro
O foco do erro não está nas pesquisas, termômetro, mas sim na relação de
civilidade entre cidadão e representação pública. Como é possível afirmar
que os cidadãos são capazes de decidir o que lhes é melhor, em termos de
representação política, se a grande maioria "opta" pela alienação? A
educação pública, no sentido de instrução, não é capaz de preparar cidadãos
(apenas empregados, quando muito, 'profissionais'. O saber popular, no
sentido de tradição do conhecimento experimentado, nunca trouxe a
preocupação com o acordo para com a coletividade como foco de atenção (e
experimentação). Somos parte desse 'pedaço' e continuamos o mesmo
procedimento do 'rodar a roda' (ou 'apertar o parafuso', como Chaplin, em
Tempos Modernos) As pesquisas eleitoriais são termômetros de uma sociedade
pseudo-política, com representantes que usam da publciidade para 'melhorar o
mundo'. (e mais uma vez votamos em esperanças) O foco do erro não são os
termômetros (vistos por si só), mas sim a febre da ausência de formação
coletivamente desenvolvida. Se as pesquisas erram é porque há esferas de
'discrepância', começando em nós, entrevistados, e terminando na
institucionalidade e na reponsabilidade da manipulação de pessoas, ao
informar 'resultados'. As pesquisas erram, e nós também, ao aceitar
publicidade ao invés de formação civil.

* Ivson Alves de Sá <mailto:listas.ivs on@gmail.com> | RJ / Rio de
Janeiro | 25/10/2009 13:02

Importante, mas distorcido na oirgem
As contradições apontadas na matéria acontecem porque Alberto Silva já
tinha, na partida de sua pesquisa, uma hipótese da qual já, de antemão,
indiscutível: o brasileiro vora mal porque é ignorante. Essa é a tese
recorrente do autor em seus principais livros (além do "Cabeça do
brasileiro...", "Por que Lula?"), que parece não admitir que a maior parte
dos brasileiros saiba o que realmente é melhor para eles, algo que só as
elites intelectuais - da qual Alberto faz parte - saberiam. De qualquer
maneira, a pesquisa é importante - como as que deram origem aos outros
livros - para lançar a discussão sobre a competência os institutos de
pesquisa e também para manter aquela sobre o que vai na cabeça da elite
brasileira.

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