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crime de lesa-pátria




Caros Redistas,

O Estado brasileiro patrocina uma grande injustiça com
todos os brasileiros: abandonou quase por completo o
ensino público básico e fundamental de qualidade,
e de forma arbitrária agigantou a universidade
pública. Entretanto, muitos dos seus cursos (aqueles de
maior demanda) são frequentados na sua maioria por alunos
das classes mais favorecidas.

Quando morei na Inglaterra - de 1979 a 1982 -, minha filha
Lelaine (o nome é por conta de uma música de Pat Boone
que eu adorava) estudava numa escola pública em South
Kensington. Ficava na escola das 9 hs às 16 hs.

Eu a levava na garupa da minha bicicleta, enquanto alguns
pais traziam seus filhos para a mesma escola em carros de
luxo. Em outra escola pública do mesmo quarteirão,
trabalhava como professorinha - Lady Diana -, que se
casaria depois com o Princípe Charles.

Hoje, no Brasil, existe quase um oligopólio concentrado do
ensino privado fundamental e básico - que é infinitamente
superior ao público -, mas que, por custar caro, não permite
que as classes mais desfavorecidas sejam beneficiadas.
Esse fato se constitui numa grande injustiça social - que
nunca foi combatida pelos nossos políticos.

Em nome da igualdade social, todos os brasileiros deveriam
poder estudar e ter acesso gratuito ao bom ensino,
principalmente na base da pirâmide escolar, sem qualquer
dependência por conta do nível de renda familiar.
Quantos cientistas no País vieram das classes menos
desfavorecidas? Por certo, uma grande minoria.

Entendo que essa situação é mais um crime de lesa-pátria que
a nossa sociedade pratica, pois agride o desenvolvimento
social do País. Qualquer estudo de mobilidade social pode
comprovar quantitativamente o que estou afirmando.


Cordiais Saudações,

Gauss Cordeiro