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RES: [ABE-L]: PIB e voto



	Josà Carvalho (prometo que à a Ãltima vez que toco no tema), serà que o governo federal usou os critÃrios da ABIPEME para falar que N milhÃes passaram da classe X para a classe Y ?! Que doidera...

	Para quem nÃo conhece, segue abaixo uma breve descriÃÃo do CCEB (wikipedia) usado pela ABIPEME. Inclusive à dito que nÃo deve ser usado para classificaÃÃo social. Serà fÃcil ver a influÃncia das compras a crÃdito na obtenÃÃo de eletrodomÃsticos, base do CCEB, e no avanÃo de classe de poder econÃmico. Pelo criÃrio, um aspirador de pà pode levar vocà da classe B para a classe A...

	Fora da questÃo polÃtica, tenho interesse real em saber se alguÃm conheceria um mÃtodo mais apropriado e de fÃcil aplicaÃÃo (5 minutos de entrevista) para classificar famÃlias em classes sociais ?

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	O CritÃrio de ClassificaÃÃo EconÃmica Brasil ou CCEB Ã um sistema de classificaÃÃo de preÃos ao pÃblico brasileiro. O sistema CCEB tem o objetivo de ser uma forma Ãnica de avaliar "o poder de compra de grupos de consumidores". Deixa de lado a pretensÃo de classificar a populaÃÃo em termos de "classes sociais" e divide o mercado exclusivamente em classes econÃmicas.

	Como funciona
Essa classificaÃÃo à feita com base na posse de bens e nÃo com base na renda familiar. Para cada bem possuÃdo hà uma pontuaÃÃo e cada classe à definida pela soma dessa pontuaÃÃo. As classes definidas pelo CCEB sÃo A1, A2, B1, B2, C, D e E.


-----Mensagem original-----
De: Jose Carvalho [mailto:carvalho@statistika.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 4 de novembro de 2010 19:42
Para: abe-l@ime.usp.br
Assunto: Re: [ABE-L]: PIB e voto


Este assunto està quase divertido. Pena que eu esteja assoberbado de trabalho, 
sem tempo e contribuir para o cal da discussÃo.

O velho Marx deve estar muito triste. Desigualdade em termos de renda e acesso 
Ãs benesses do mundo nÃo fazem classes sociais, meu amigos consumistas. 
OperÃrios "ricos" de paÃses desenvolvidos ainda sÃo operÃrios, mesmo que 
ganhem muito. Classes sociais existem segundo a posiÃÃo em relaÃÃo ao capital 
e ao trabalho. Pobres e ricos nÃo sÃo classes. Sobretudo, essa bullshitice da 
Abipeme de "classes" A, B, C, D  e E nÃo sÃo "classes".  Mas nÃo faz mal: 
tomei nesta lista uma liÃÃo de sociologia polÃtica. O que interessa à o $$. 
Melhor ainda, sem trabalhar, como nos ensinam os polÃticos. O dia em que todos 
formos ABIPEME classe A, nÃo vamos mais querer sindicatos, nem reforma 
agrÃria, nem coisa alguma. Tudo resolvido! (Gini 0 com renda muito baixa para 
todos ninguÃm quer, certo?) 

(Isso à meio brincadeira. Mas... ser�)

Abs

ZÃ Carvalho 

On Thursday 04 November 2010 14:14:49 Marcelo Rubens dos Santos do Amaral 
wrote:
> Acrescento outros pontos:
> 
> Ponto 1: o paÃs sempre foi dividido em classes, à sà analisar
> historicamente os indicadores de desigualdade tal como o Ãndice de gini;
> 
> Ponto 2: todos esses indicadores, assim como os grÃficos anteriormente
> apresentados, apontam para uma diminuiÃÃo das desigualdades e de forma mais
> acentuada apÃs o "lulismo" (isso os grÃficos nÃo mostraram porque sÃ
> contemplou 1995-2008);
> 
> Ponto 3: os dados do Pledson indicam que hà uma parcela significativa dos
> "bem-aquinhoados" que concordam com o conceito fraterno-democrÃtico
> de reduÃÃo das desigualdades.
> 
> Em 4 de novembro de 2010 11:15, Vermelho <vermelho2@gmail.com> escreveu:
> > Dois pontos:
> > 
> > Ponto 1: a regra à cada pessoa um voto, com pesos iguais, independente da
> > renda, sexo, religiÃo, regiÃo geogrÃfica, ou quaisquer outras variÃveis
> > que possam ser usadas numa eventual estratificaÃÃo da populaÃÃo.
> > Ponto 2: o povo sabe votar sim e hoje à informado; o povo vota de acordo
> > com os benefÃcios recebidos e o governo Lula claramente beneficiou os
> > mais pobres pelos programas sociais e a classe mÃdia, na qual me incluo,
> > melhorando salÃrios (um pouquinho) e mantendo a estabilidade econÃmica
> > (ex: aqui no municÃpio do Rio a regiÃo com o maior percentual de votos
> > prà Dilma foi Penha e arredores, onde està localizado o Complexo do
> > AlemÃo local de grande programa habitacional do PAC.).
> > 
> > NÃs que mexemos com estatÃsticas sabemos que o percentual de voto
> > ideolÃgico à Ãnfimo.
> > AbraÃos.
> > 
> > Em 4 de novembro de 2010 08:34, Luiz Sergio Vaz 
<luizvaz@sarah.br>escreveu:
> >    Marcelo,
> >    
> >>    Quanto ao seu Ãltimo parÃgrafo vocà està certo na anÃlise. O norte de
> >> 
> >> Minas foi o fiel da balanÃa para Dilma ganhar aqui (em MG). Em BH, deu
> >> Serra. O mapa da cidade do RJ tambÃm à muito interessante. Serra venceu
> >> na zona sul e Dilma nas zonas norte e baixada flumininense. Em algumas
> >> regiÃes essa dicotomia foi observada e demonstrada, aqui na lista, com
> >> grÃficos que associam renda a voto. A estratÃgia lulista foi querer
> >> dividir o paÃs em classes... espero que isso nÃo dure. NÃo quero ver
> >> irmÃos contra irmÃos para servir a propÃsitos baratos de conquistas de
> >> poder.
> >> 
> >>  -----Mensagem original-----
> >> 
> >> De: Marcelo L. Arruda [mailto:mlarruda@ime.usp.br]
> >> Enviada em: quarta-feira, 3 de novembro de 2010 19:18
> >> Para: abe-l@ime.usp.br
> >> Assunto: Re: [ABE-L]: PIB e voto
> >> 
> >>    PeÃo minhas desculpas a todos e em especial ao Pledson se meu aparte
> >> 
> >> parecer ofensivo mas acho que, por estarmos numa lista de estatÃsticos
> >> (i.e. de pessoas com alta fluÃncia em matemÃtica), nÃo podemos deixar
> >> de observar esses nÃmeros sem um mÃnimo de anÃlise crÃtica: somando as
> >> trÃs regiÃes citadas pelo colega (Sul, SE e CO), a candidata petista
> >> obteve uma vantagem de 275.124 votos, num universo de 66.220.176 votos
> >> contabilizados! Porcentualmente, nessas trÃs regiÃes a vantagem de
> >> Dilma Rousseff foi de 50,2% dos votos contra 49,8% de Josà Serra! Uma
> >> diferenÃa dessas (0,4%) poderia facilmente ser invertida por frase mais
> >> inspirada da campanha serrista, uma declaraÃÃo mais infeliz da campanha
> >> dilmista ou mesmo uma mudanÃa de decisÃo por parte dos eleitores que
> >> nÃo compareceram Ãs urnas no 2Â turno! Logo, pode-se dizer que nessas
> >> trÃs regiÃes houve um "empate virtual" e, conseqÃentemente, que quem
> >> efetivamente desempatou a peleja e decidiu a eleiÃÃo a favor da Dilma
> >> foram mesmo as regiÃes Norte e Nordeste.
> >> 
> >>    Sendo atà mais detalhista, lembro que no norte de MG hà muitas
> >>    cidades
> >> 
> >> que tÃm muito mais caracterÃsticas sÃcio-econÃmico-culturais de Nordeste
> >> do que de Sudeste. Se tirarmos os votos dessas cidades do subtotal
> >> Sul+SE+CO e os passarmos para o subtotal Norte+NE, o impacto dos votos
> >> do "Brasil do Norte" na vitÃria da Dilma provavelmente serà ainda mais
> >> evidente!
> >> 
> >> SaudaÃÃes democrÃticas,
> >> Marcelo
> >> 
> >> ----- Original Message -----
> >> From: Pledson  <mailto:pledson@ccet.ufrn.br> Guedes de Medeiros
> >> To: abe-l@ime.usp.br
> >> Sent: Wednesday, November 03, 2010 12:06 PM
> >> Subject: [ABE-L]: PIB e voto
> >> 
> >> Caros,
> >> 
> >> Em relaÃÃo aos resultados da eleiÃÃo de domingo, gostaria de informar
> >> que, mesmo desconsiderando os votos do Nordeste e do Norte, regiÃes
> >> onde a candidata Dilma teve grande votaÃÃo, ainda assim ela seria
> >> eleita. Vejam abaixo:
> >> 
> >> Considerando apenas a regiÃo de maior PIB do Brasil:
> >> Sudeste: Dilma 22.540.695 x Serra 20.910.091 (diferenÃa prà Dilma
> >> 1.690.604)
> >> 
> >> Considerando apenas as duas regiÃes mais desenvolvidas (Sudeste e Sul)
> >> Sudeste: Dilma 22.540.695 x Serra 20.910.091 (diferenÃa prà Dilma
> >> 1.690.604)
> >> Sul: Dilma 7.267.073 x Serra 8.493.558 (diferenÃa prà Serra 1.226.485)
> >> Sudeste+Sul: (diferenÃa prà Dilma 404.119)
> >> 
> >> Considerando apenas trÃs regiÃes do Brasil (Sudeste, Sul e Centro-Oeste)
> >> Sudeste: Dilma 22.540.695 x Serra 20.910.091 (diferenÃa prà Dilma
> >> 1.690.604)
> >> Sul: Dilma 7.267.073 x Serra 8.493.558 (diferenÃa prà Serra 1.226.485)
> >> Centro-Oeste: Dilma 3.439.882 x Serra 3.568.877 (diferenÃa prà Serra
> >> 128.995)
> >> Sudeste+Sul+Centro-Oeste: (diferenÃa prà Dilma 275.124)
> >> 
> >> Portanto, os votos do Nordeste e do Norte nÃo foram necessÃrios para a
> >> vitÃria da Dilma porÃm, mostraram o reconhecimento de regiÃes que antes
> >> eram esquecidas pelo governo Federal e hoje recebem investimentos como
> >> NUNCA ANTES NA HISTÃRIA DESTE PAÃS...
> >> 
> >> Aproveito para parabenizar a todas as mulheres brasileiras que,
> >> finalmente, conquistaram o direito de, pelo voto, dirigir a 8a maior
> >> economia do mundo (segundo projeÃÃes do FMI, em 2014 poderemos ser a
> >> 5a).
> >> 
> >> Passada a eleiÃÃo, tenho certeza que todos nÃs desejamos um Ãtimo
> >> governo para a nova presidenta do Brasil pois, se assim o for, todos
> >> nÃs seremos beneficiados, independentemente da regiÃo na qual nos
> >> encontramos.
> >> 
> >> Um abraÃo a todos e viva a democracia!
> >> 
> >> 
> >> Prof. Pledson Guedes de Medeiros
> >> Sala 80 - Departamento de EstatÃstica(DEST) - CCET - UFRN
> >> Fone: (84) 3215-3785 r39 ou (84) 3215-3716 r39;
> >> Fax: (84) 3215-3790
> > 
> > --
> > Vermelho
> > F.: (21) 2501 2332 - casa
> > 
> >            2142 0473 - IBGE