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Re: [ABE-L]: Deu no Uol 18/123



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    "Atual" significa o ministro desta Ãltima quinzena de governo Lula ou o ministro que assumirà a pasta em janeiro no governo Dilma?
----- Original Message -----
Sent: Monday, December 20, 2010 5:36 PM
Subject: RES: [ABE-L]: Deu no Uol 18/123

    Caros Redistas,
    Em dois segundos, respondam: quem à o atual ministro da CiÃncia e Tecnologia ?
-----Mensagem original-----
De: gausscordeiro [mailto:gausscordeiro@uol.com.br]
Enviada em: sÃbado, 18 de dezembro de 2010 16:24
Para: abe-l@ime.usp.br
Assunto: [ABE-L]: Deu no Uol 18/123

Mercadante conclui doutorado com tese sobre governo Lula

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BERNARDO MELLO FRANCO
SABINE RIGHETTI
ENVIADOS A CAMPINAS

A duas semanas de assumir o MinistÃrio da CiÃncia e Tecnologia, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) levou ontem a retÃrica do palanque para a academia.

Ele voltou à Unicamp apÃs 12 anos para concluir o doutorado em economia com uma tese sobre o governo Lula. Saiu com o tÃtulo, mas foi repreendido pelos examinadores por exagerar nos elogios ao presidente.

Mercadante à convidado e aceita CiÃncia e Tecnologia

Em tom de campanha, o petista anunciou o nascimento do "novo desenvolvimentismo" --um modelo baseado em crescimento e distribuiÃÃo de renda.

Com cinco livros de sua autoria sobre a mesa, ele resumiu a tese, de 519 pÃginas, em frases quase sempre na primeira pessoa do plural.

"Superamos a visÃo do Estado mÃnimo"; "NÃo nos rendemos à tradiÃÃo populista"; "Retiramos 28 milhÃes da pobreza"; "Melhoramos muito o atendimento na saÃde", pontificou, em momentos diferentes da apresentaÃÃo.

Empolgado, o senador ignorou o limite de meia hora e usou o microfone por 50 minutos. Dedicou boa parte do tempo ao repertÃrio da Era FHC, com ataques ao neoliberalismo e ao Fundo MonetÃrio Internacional.

Num flashback do horÃrio eleitoral, chegou a criticar o preÃo dos pedÃgios em SÃo Paulo, bandeira que nÃo foi capaz de evitar sua segunda derrota seguida na disputa pelo governo do Estado.

Coube ao ex-ministro Delfim Netto, professor titular da USP, a tarefa de dar o primeiro freio à pregaÃÃo petista.

"Esse negÃcio de que o Fernando Henrique usou o Consenso de Washington... nÃo usou coisa nenhuma!, disse, arrancando gargalhadas. "Ele sabia era que 30% dos problemas sÃo insolÃveis, e 70% o tempo resolve."

IrÃnico, Delfim evocou o cenÃrio internacional favorÃvel para sustentar que o bolo lulista nÃo cresceu apenas por vontade do presidente.

"Com o Lula vocà exagera um pouco, mas à a sua funÃÃo", disse. "O nÃvel do mar subiu e o navio subiu junto. De vez em quando, o governo pensa que foi ele quem elevou o nÃvel do mar..."

"O Lula teve uma sorte danada. Ele sabe, e isso nÃo tira os seus mÃritos", concordou JoÃo Manuel Cardoso de Mello (Unicamp), que reclamou de "barbeiragens no cÃmbio" e definiu o Fome Zero como "um desastre".

à medida que o doutorando rebatia as crÃticas, a discussÃo se afastava mais da metodologia da pesquisa, tornando-se um julgamento de prÃs e contras do governo.

Sà Luiz Carlos Bresser Pereira (USP) arriscou um reparo à falta de academicismo da tese: "Aloizio, vocà resolveu nÃo discutir teoria...".

Ricardo Abramovay (USP) observou que o autor "exagera muito" ao comparar Lula aos antecessores.

"NÃo vejo problema em ser um trabalho de combate", disse. "Mas vocà acredita que o paÃs estaria melhor se as telecomunicaÃÃes nÃo tivessem sido privatizadas?"

A deixa serviu para que Mercadante retomasse o tema do pedÃgio.

A tese pareceu agradar a maior parte das 300 espectadores, que se dividiram entre o auditÃrio lotado e um telÃo do lado de fora. Mas tambÃm despertou algumas crÃticas.

"Achei bom, mas ele à muito militante, nÃ? Parece que a campanha nÃo acabou...", comentou o vestibulando Mateus Guzzo, 18, que disse votar no PSOL.

"Essa ideia de que o pesquisador tem que dissociar a paixÃo da racionalidade à uma visÃo superada pela neurociÃncia", defendeu-se Mercadante, na saÃda.

Reverenciada pelo senador, a economista Maria da ConceiÃÃo Tavares (UFRJ e Unicamp) nÃo pÃde ir, mas enviou bilhete elogioso.

Nascida em Portugal, ela poderia ter corrigido o "discÃpulo e aluno dileto" quando ele, ao exaltar a polÃtica externa de Lula, disse que "nÃo houve indicaÃÃo de embaixador polÃtico neste governo".

Em 2003, o presidente entregou a representaÃÃo em Lisboa ao ex-deputado Paes de Andrade (PMDB-CE), que estava sem mandato. O ex-presidente Itamar Franco tambÃm chefiou diplomatas em Roma, antes de romper relaÃÃes com o PT.




"Pode-se enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas nÃo se consegue enganar todas por todo o tempo." Abraham Lincoln.