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Re: [ABE-L]: Nem a LSE escapou!



Pois é, eu já havia visto essa notícia!
E pergunto: será que isso seria notícia na imprensa (principalmente na Veja) se o Kadafi, que até pouquíssimo tempo era um dos queridinhos dirigentes da África do petróleo, não tivesse caído em desgraça?
Abraços,

Em 7 de março de 2011 23:11, gausscordeiro <gausscordeiro@uol.com.br> escreveu:
Caros Redistas,

Sem acentos, discutimos aqui a partir de um email enviado pelo Julio Stern sobre "plagio" na academia.
Parece que nesse tipo de safadeza, nem a LSE - um dos centros mais respeitados em
Economia e Estatistica do mundo-, escapou.

Para aqueles que como eu conhecem bem a LSE, a noticia eh muito triste. Vejam o que saiu na UOL
abaixo e foi comentado por Veja.

Saudacoes,

Gauss


Tese sobre democracia do filho de Gaddafi é investigada por suspeita de fraude

Fernanda Calgaro
Especial para o UOL Notícias
Em Londres

Comentários [2]

A London School of Economics (LSE), prestigiosa faculdade britânica que faz parte da Universidade de Londres, apura investigações de plágio na tese de doutorado submetida por Saif al-Islam, um dos filhos do ditador líbio Muammar Gaddafi. Comprovada a fraude, ele pode perder o título de doutor.

A suspeita é que o trabalho de 429 páginas, que aborda a importância da democracia para a governança global, teria trechos copiados sem o devido reconhecimento de autoria. A instituição de ensino, no entanto, não confirma quem fez as acusações. Em nota oficial, diz apenas que "está ciente das alegações de plágio (...) e que estão sendo investigadas”.


Não há prazo para concluir a apuração. Segundo a assessoria de imprensa da LSE, a faculdade vai avaliar todas as acusações que surgirem. A análise que ela faz é que as suspeitas estão sendo levantadas agora, após mais de dois anos da concessão do título, por causa dos holofotes do mundo voltados para a crise política na Líbia. Como a tese está disponível na internet, mais pessoas estariam checando o seu conteúdo.

A notícia do suposto plágio vem à tona após uma turbulenta semana para a faculdade, que enfrentou críticas por ter aceitado em 2009 doação de 1,5 milhão de libras (o equivalente a mais de R$ 4 milhões) da fundação dirigida por Saif al-Islam. A oferta foi feita no ano seguinte à defesa de sua tese.

Do total, a LSE havia recebido até o momento 300 mil libras (R$ 800 mil) e usado metade disso. Em entrevista a uma rádio britânica na segunda-feira (28), o diretor da faculdade, Howard Davies, admitiu estar envergonhado pela situação. Ainda mais depois das aparições do filho de Gaddafi na TV estatal para defender o regime do pai, num momento em que os manifestantes estão sendo reprimidos com violência.

Mais crise na Líbia

Na semana passada, a instituição anunciara que não aceitaria mais o restante do dinheiro depois de um protesto de universitários e da ocupação por eles de uma das salas da faculdade. Nesta terça (1º), Davies se reúne com representantes de professores e alunos para decidir o que fazer. A sugestão dos alunos é que a LSE reserve valor idêntico ao recebido de Gaddafi para bolsas de estudos voltadas a estudantes líbios.

Ajuda de “ghost writer”

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo o assunto. Pouco antes do anúncio da doação, destinada ao Centro de Estudo de Governança Global: David Held, vice-diretor do departamento e tutor informal de Saif al-Islam, havia sido apontado como administrador da fundação de Gaddafi. A pedido da LSE, porém, ele deixou a fundação líbia logo em seguida para evitar conflito de interesses e não há mais qualquer tipo de irregularidade.

Nos últimos dias, Held chegou a dizer na imprensa que, depois que Saif al-Islam entregou a tese, houve rumores de que o trabalho teria sido escrito com a ajuda de mais alguém, um “ghost writer” contratado. Held afirma que, na época, alertou o supervisor acadêmico dele sobre os boatos, mas que não houve evidências suficientes.

Pelo regulamento da LSE, toda obra é submetida a um programa de computador chamado Turnitin, que confere o texto e aponta plágio, se houver. No caso de uma tese de doutorado, o aluno tem que fazer a defesa perante uma banca composta geralmente por dois professores da casa e um avaliador externo.

Os trabalhos ficam depois disponíveis para consulta na biblioteca da LSE, numa sala especial. Para ter acesso às teses, é preciso preencher uma ficha de cadastro com os dados pessoais e assinar uma declaração sobre direitos autorais. Bolsas e casacos dos visitantes devem ser colocados em armários de guarda-volumes.

Na área das mesas de pesquisa, é permitido ficar apenas com lápis, papel e computador. Câmera fotográfica também é liberada, assim como celular, só que no modo silencioso. O livro a ser consultado deve ser depositado num apoio de espuma para evitar que a lombada da obra seja forçada em excesso.

Neste espaço, sob o código COLL MISC 1221, está arquivada a tese de doutorado que leva o título de "O Papel da Sociedade Civil na Democratização das Instituições de Governança Global: do 'Soft Power' às Decisões Coletivas?", acompanhada do ano de 2008. Nas primeiras páginas do exemplar de capa dura azul, logo abaixo de uma declaração que confirma a autoria da obra, vê-se a assinatura de Saif al-Islam Gaddafi.

 





"There is no branch of mathematics, however abstract, which may not some day be applied to phenomena of the real world" (Lobachevsky).



 




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