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Folha de SP 1/4: CNPq vai criar comissÃo contra fraude




CNPq vai criar comissÃo contra fraude

Conselho monta comità apÃs acusaÃÃo de mà conduta contra quÃmico da Unicamp; ele e colega negam culpa

Editora internacional disse que dados de 11 pesquisas passaram por manipulaÃÃo; outro cientista defende colega

DE SÃO PAULO
DE CAMPINAS


ApÃs a acusaÃÃo de fraude em 11 estudos do quÃmico da Unicamp Claudio Airoldi, divulgada pela Folha, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico) anunciou um novo comità que investigarà casos como esses.
Atà agora, o CNPq, principal ÃrgÃo federal de apoio à pesquisa, nÃo avaliava essas denÃncias. "Resolvemos indicar um comità temporÃrio para auxiliar na criaÃÃo de uma comissÃo de integridade cientÃfica, para quando casos assim vierem à tona", disse o pre sidente do ÃrgÃo, Glaucius Oliva.
No Brasil, as investigaÃÃes estÃo hoje a cargo das instituiÃÃes onde ocorrem supostos casos de mà conduta.
O CNPq tambÃm decidiu que o professor serà afastado de suas funÃÃes no comità de assessoramento de quÃmica do ÃrgÃo federal atà que a investigaÃÃo seja concluÃda.
As acusaÃÃes envolvem manipulaÃÃes de dados de ressonÃncia magnÃtica, em estudos sobre as caracterÃsticas de certas molÃculas. A editora multinacional Elsevier, em cujas revistas saÃram as 11 publicaÃÃes, diz que trÃs cientistas independentes concluÃram que os dados teriam sido manipulados.

DEFESA
Ex-colega de graduaÃÃo de Airoldi, RogÃrio Meneghini, quÃmico e coordenador cientÃfico do Projeto SciELO, defende o acusado.
"Ele [o autor] tem cerca de 400 publicaÃÃes. As investigaÃÃes estÃo no inÃcio. Ele pode estar sendo vÃtima de um grupo concorrente. O que à fraude e o que à interpretaÃÃo errada dos dados por descuido? Essas coisas estÃo muito prÃximas", afirmou.
Meneghini tambÃm criticou a maneira como o caso foi tratado na imprensa.
O outro principal acusado no caso, Denis Guerra, hoje na Universidade Federal de Mato Grosso, voltou a defender Airoldi e reafirmou a sua prÃpria inocÃncia.
"Queria ressaltar que nÃo houve fraude. Um pesquisador da Unicamp ou da USP nÃo tem a menor necessidade de fraudar dados. Ainda mais um pesquisador como o Airoldi, com 40 anos de carreira", declarou ele.
O quÃmico da Unicamp se recusou a falar com a Folha, Declarou que vai apresentar seus argumentos durante a sindicÃncia aberta pela universidade. A previsÃo à que a Unicamp conclua a investigaÃÃo dentro de um mÃs.

(GIULIANA MIRANDA, MARILIA ROCHA, SABINE RIGHETTI E RICARDO MIOTO)

"There is no branch of mathematics, however abstract, which may not some day be applied to phenomena of the real world" (Lobachevsky).



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