Caros Redistas,
Enquanto alguns professores do ensino bÃsico e fundamental ganham um salÃrio mÃnimo por mÃs, ou seja, cerca R$ 2,68 por hora de trabalho, algumas eminÃncias pardas do PaÃs continuam aprontando como abaixo. Sds, Gauss
REPASSANDO
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Por Jorge SerrÃo
Exclusivo - Em absoluto sigilo, o mÃdico, ex-ministro da Fazenda de Lula
e deputado federal AntÃnio Palocci Filho foi um dos âcirurgiÃesâ contratados e muito bem pagos para coordenar a complicadÃssima fusÃo entre os bancos Itaà e Unibanco, em novembro de 2008. A empresa de Palocci â com todo o conhecimento do ex-governador Josà Serra â tambÃm prestou serviÃos Ãs empreiteiras que atuaram na obra do Rodoanel, em SÃo Paulo. A consultoria de Palocci tinha (ou tem?) parcerias com o advogado e tambÃm consultor Josà Dirceu â tambÃm ex-ministro da Casa Civil, atà o ser derrubado pelo escÃndalo do mensalÃo.
Mas esses foram apenas dois entre as dezenas de trabalhos de Palocci que fizeram sua empresa Projeto Consultoria, Planejamento e Eventos Ltda arrecadar â pelo menos oficialmente - R$ 7,4 milhÃes, desde 2006. Deputados de oposiÃÃo vazaram para alguns jornalistas, ontem à noite, a lista de empresas para quem o atual ministro-chefe da Casa Civil trabalhou (ou ainda trabalha?). Os sigilosos contratos
de Palocci foram (ou sÃo) com as maiores empresas que atuam no Brasil. Por isso, pode ser ainda maior que 20 vezes o surpreendente crescimento de seu patrimÃnio pessoal, nos Ãltimos quatro anos.
Na inconfidÃncia cometida por deputados, Palocci prestou assessoria internacional para as OrganizaÃÃes Globo. Palocci à um dos principais tocadores da OperaÃÃo Copa do Mundo, junto com o companheiro Josà Dirceu. TambÃm pilota, pessoalmente, o modelo de concessÃo de Ãreas dos aeroportos. Ele e Dirceu prestam consultorias para grandes empresas na Ãrea de telecomunicaÃÃes. O agora revelado poder de relacionamento empresarial de Palocci explica por que Henrique Meirelles preferiu tirar o corpo fora do governo.
A lista vazada do portifÃlio de Palocci à longa. AlÃm do ItaÃ-Unibanco, na Ãrea financeira, o principal ministro de Dilma Rousseff trabalhou para a Bradesco Holding. Atà a EBX do bilionÃrio Eike Batista usou os bo
ns serviÃos do âdoutorâ Palocci. A PetrobrÃs e a Vale tambÃm usaram os sigilosos serviÃos do ilustre consultor. Tamanho prestÃgio indica que o verdadeiro fiador e articulador econÃmico-financeiro da eleiÃÃo de Dilma Rousseff foi Palocci â e nÃo o ex-presidente Lula
AlÃm das empresas jà citadas, foram clientes de Palocci, na versÃo vazada pelos deputados, que um repÃrter de um grande jornal gaÃcho e uma famosa colunista das OrganizaÃÃes Globo preferiram nÃo divulgar, pelo menos por enquanto: PÃo de AÃÃcar, Ãbis, LG, Samsung, Claro-Embratel, TIM, Oi, Sadia Holding, Embraer Holding, Dafra, Hyundai Naval, Halliburton, Volkswagen, Gol, Toyota, Azul, VinÃcola Aurora, Siemens, Royal (transatlÃnticos).
O troco
Deputados vazaram a lista de clientes sigilosos de Palocci em retaliaÃÃ £o ao conteÃdo do e-mail enviado ontem pela Casa Civil, falando em nome do ministro, aos lÃderes partidÃrios.
A bronca foi com um item da nota oficial alegando que a nota que âo ministro nÃo manteve nenhuma atividade vedada quando era deputado e que 273 deputados federais e senadores da atual legislatura sÃo sÃcios de estabelecimentos comercial, industrial, de prestaÃÃo de serviÃos ou de atividade rural".
A nota tambÃm irritou Pedro Malan, ArmÃnio Fraga, Henrique Meirelles, Persio Arida, Mailson da NÃbrega e Andrà Lara Rezende â citados como pessoas que viraram banqueiros e consultores de prestÃgio quando deixaram o governo federal.
A notinha, por favor
Palocci esclareceu que todas informaÃÃes sobre seu patrimÃnio estÃo na sua declaraÃÃo de renda de pessoa fÃsica e que todos
os dados fiscais e contÃbeis da empresa Projeto sÃo enviados regularmente à Receita Federal:
âNÃo hà nenhuma vedaÃÃo que parlamentares exerÃam atividade empresarial, como o atesta a grande presenÃa de advogados, pecuaristas e industriais no Congresso. Levantamento recente mostrou que 273 deputados federais e senadores da atual legislatura sÃo sÃcios de estabelecimentos comercial, industrial, de prestaÃÃo de serviÃos ou de atividade ruralâ.
âNo mercado de capitais e em outros setores, a passagem por MinistÃrio da Fazenda, BNDES ou Banco Central proporciona uma experiÃncia Ãnica que dà enorme valor a estes profissionais mo mercado. NÃo por outra razÃo, muitos se tornaram em poucos anos, banqueiros como os ex. Pres. do BACEN e BNDES PÃrsio Arida e Andrà Lara Rezende, diretores de instituiÃÃes financeiras como o ex-ministro Pedro Malan o
u consultores de prestÃgio como ex-ministro Mailson da NÃbregaâ.
âMuitos Ministros importantes tambÃm fizeram o percurso inverso, vieram do setor privado para o governo, tomando as precauÃÃes devidas para evitar conflitos de interesse, como o ex-ministro Alcides TÃpias, ex-diretor de importante instituiÃÃo financeira, os ex-presidentes do BC ArmÃnio Fraga, antes gestor de um grande fundo de investimentos internacional e Henrique Meirelles, com longa trajetÃria no mercado financeiro. Os mecanismos utilizados pelo ministro Palocci para impedir qualquer conflito de interesses foram os mesmos adotados pelos citadosâ.
ImobiliÃria Palocci
A nota da Casa Civil alega que hoje a empresa de Palocci âtem como Ãnica finalidad
e a administraÃÃo de seus dois imÃveis em SÃo Pauloâ:
âO objeto social da sociedade foi modificado antes da posse como Ministro para vedar qualquer prestaÃÃo de serviÃo que implique conflito de interesse com o exercÃcio de cargo pÃblico, nos termos da legislaÃÃo vigenteâ.
âA gestÃo dos recursos financeiros da empresa foi transferida a uma gestora de recursos, que tem autonomia contratual para realizar aplicaÃÃes e resgates, de modo a evitar conflito de interesseâ.
Pequeno governo, grandes negÃcios
Reportagem de Leandro Colon, no EstadÃo de hoje, revela que cinco ministros de Dilma mantÃm consultorias ativas em pleno exercÃcio do cargo:
Fernando Pimentel (Desenvolvimento), Josà Eduardo Martins Cardoso (JustiÃa), Moreira Franco (Assuntos EstratÃgicos), LeÃnidas Cristino (Portos) e Fer
nando Bezerra Coelho (IntegraÃÃo).
As empresas deles continuam atuando no ramo de âconsultoria em gestÃo empresarialâ.
"There is no branch of mathematics, however abstract, which may not some day be applied to phenomena of the real world" (Lobachevsky).
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