Um Cientista e os Deletérios

[gauss@de.ufpe.br]

Caros Redistas,

O professor Saraless Nadarajah, pesquisador bastante conhecido, que
está visitando o Brasil, disse a um casal de amigos meus que nunca
foi tão bem tratado aqui (Piracicaba e São Carlos) comparando ao
tratamento pessoal que recebeu nos EUA e na Inglaterra.
O professor Nadarajah, apesar de ser um cientista famoso na
expressão ampla do termo, é uma pessoa muito tímida e extremamente
humilde.

Com efeito, todos sabem que os brasileiros são muito cordiais e
hospitaleiros se comparados globalmente aos americanos e ingleses.
Vivemos imbuídos num "sentimento de ajuda mútua" que não é uma
característica dos nativos dos países citados. Claro que existem exceções!

Na universidade inglesa que freqüentei no final dos anos 70, imperava
um sarcasmo hediondo, leonino e pomposo, que sobrevive desde esse
passado distante até os dias atuais, por conta de inúmeras figurinhas
fátuas, deletérias, não construtivas, detentores do título de PhD,
mas que se julgavam o que alguns chamam hoje de "Phdeísmo abominável",
que os fazem julgarem-se autênticos "PhDeuses", muito arrogantes,
presunçosos, chatos e cabotinos, "remplis de soi-même". Claro que no
Brasil existem algumas poucas dessas figurinhas, mas em número bem
menor do que na Inglaterra.

Passados quase 35 anos, descobri que, na maioria das vezes, no modo de
agir das figurinhas deletérias, se esconde uma incompetência intrínseca
que seria facilmente detectada se eles não fossem arrogantes e chatos.
Do meu tempo no Imperial College (University of London), alguns
professores que se projetam nos dias de hoje na comunidade
acadêmcia foram seguramente empurrados para cima por mãos amigas.
Sem elas, eles passariam totalmente despercebidos da comunidade
estatística, de forma muito diferente do grande cientista Saralees
Nadarajah.

Cordiais Saudações,

Gauss

p.s. Quando tiver tempo esse texto irá para meu blog mas citarei
nominalmente algumas dessas figurinhas deletérias.