Caros,
Para os que não se lembram, no governo FHC nós não tínhamos nem a correção da inflação, ou será que já nos esquecemos das graves anuais em busca de aumento salarial ou, ao menos, da correção da inflação?
Além disso, temos que considerar que no governo Lula foi criada uma nova carreira, a de professor associado, ou seja, na époda de FHC só tínhamos a carreira de adjunto. Considerando o salário médio incluindo a carreira de associado veremos que diferença salarial é gritante.
Além disso, as condições de trabalho agora são totalmente diferentes, enquanto na era FHC não tínhamos contratação de professores e havia sido criado o PDV(plano de demissão voluntária) dos funcionários, tivemos no governo Lula a recomposição dos quadros de professores das federais, o que possibilitou a dedicação à pesquisa de vários professores que estavam sendo obrigados a pegar uma alta carga de disciplinas por falta de professores nas federais.
E os recursos para pesquisa e programas de Pós-graduação, será que dá para comparar?
Prof. Pledson Guedes de Medeiros
Sala 80 - Departamento de Estatística(DEST) - CCET - UFRN
Fone: (84) 3215-3785 r39 ou (84) 3215-3716 r39;
Fax: (84) 3215-3790
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From: Rodrigo Lopes Sant´Anna <rodrigo.math@gmail.com>
To: Francisco Cribari <cribari@gmail.com>
Cc: ABE Lista <abe-l@ime.usp.br>, MARIA DA CONCEICAO SAMPAIO DE SOUSA
<csampaiodesousa@gmail.com>, manoel lemos <mjmslemos@gmail.com>,
"Alfredo M. Simas" <simas.ufpe.br@gmail.com>
Sent: Mon, 22 Aug 2011 20:02:53 -0300
Subject: Re: [ABE-L]: Deu no Acerto de Contas
> Muito bom esse texto.
> O problema é que as pessoas costumam
comparar o salário atual com o salário na época de FHC sem descontar a
inflação.
>
> Acho muito injusto um doutor ganhar em torno de
7.500, enquanto um graduado (em outras carreiras governamentais) ganha pelo
menos 12 mil. Isso acaba desmotivando os jovens a perseguirem a carreira
acadêmica e irem para outras áreas mais
valorizadas.
>
>
>
>
> Em 22 de agosto de 2011 06:26,
Francisco Cribari <cribari@gmail.com>
escreveu:
>
Car*s, a proposta do governo Dilma aos docentes das IFEs mencionada no texto é
essa:
>
> http://proifes.org.br/proifes-plebiscita-proposta-final-do-governo-nos-dias-23-e-24-de-agosto/
>
> Abraços, FC
>
> 2011/8/22 Francisco Cribari <cribari@gmail.com>
>
Fonte: http://acertodecontas.blog.br/educacao/salrio-dos-professores-das-universidades-federais-j-esto-piores-do-que-no-governo-fhc/#more-54566
>
>
>
POR INCRÍVEL QUE PAREÇA
> Salários
dos Professores das Federais já estão piores do que no Governo
FHC
>
>
> Durante o ano de 2011, as representações docentes se reuniram com o
Governo Dilma com o objetivo de reorganizar a carreira, conforme foi pactuado no
segundo Governo Lula. A ideia geral era de equilibrar a carreira docente com
outras semelhantes no Governo Federal, a exemplo da carreira de pesquisador do
Ministério da Ciência e Tecnologia e da carreira de pesquisador do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA).
> Este texto se propõe a comparar os salários destas carreiras, desde o
ano de 1998 até 2011, dentro de sua principal referência, que é o salário
inicial de um pesquisador/professor com doutorado.
>
Metodologia
> Para esta comparação, foram utilizados dados obtidos junto ao Relatório
intitulado [WINDOWS-1252?]?Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos
[WINDOWS-1252?]Federais?, disponibilizado pelo Governo Federal em sua página do
servidor.
> Foram comparados dados de três carreiras
distintas:
> · Professor Adjunto 1 em Dedicação Exclusiva com Doutorado, das
Universidades Federais, estando este na ativa e recebendo a Gratificação de
Estímulo a Docência (GED);
> · Pesquisador do IPEA;
> ·
Pesquisador do Ministério de Ciência e Tecnologia, com
doutorado.
> Todas as carreiras tiveram como base o salário inicial,
com as gratificações a que os servidores possuem direito, como a GED, durante o
Governo Fernando Henrique. Esta gratificação foi incorporada
posteriormente.
>
> Para o cálculo da inflação foi utilizado o Índice
de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA), do IBGE, obtido junto ao banco de dados
do IPEA.
> O ano de 1998 foi escolhido como base pelo fato de ser o
primeiro ano com o lançamento do caderno com os salários do Governo
Federal.
> Resultados
> O que se vê no gráfico 1, com o salário
nominal das três carreiras, é certa equivalência, estando inicialmente o
pesquisador da carreira de Ciência e Tecnologia com salário abaixo das demais. O
professor adjunto era o que percebia a maior remuneração em 1998 (R$ 3.388,31),
quando calculado com a GED cheia (140
pontos).
> Gráfico 1 [WINDOWS-1252?]? Salário nominal das carreiras, desde
1998.
>
>
Fonte: organizado pelo autor, com dados do Governo
Federal
> Quando observada a evolução salarial das carreiras,
verifica-se que os docentes das universidades federais tiveram seus salários
reajustados bem abaixo das demais. O pesquisador do IPEA recebe em 2011, de
salário inicial, aproximadamente R$ 13 mil, enquanto os docentes com doutorado
pouco mais de R$ 7,3 mil. Os pesquisadores do MCT recebem pouco mais de R$ 10,3
mil. Quando calculado o percentual de distorção, verifica-se que para
equiparar-se aos salários do MCT, seria preciso um reajuste no salário dos
docentes por volta de 41,1%, e para equiparar-se aos do IPEA, seria necessário
um reajuste de
76,7%.
> Esta distorção se mostra ainda mais evidente quando descontada a
inflação pelo IPCA, com base em 1998.
> Gráfico 2 [WINDOWS-1252?]?
Salário real das carreiras, descontada a inflação, desde 1998.
>
>
Fonte: organizado pelo autor, com dados do Governo Federal e do
IPEA.
> Verifica-se que houve perda salarial dos professores quando
descontada a inflação do período. O salário real do professor é 2,8% inferior ao
primeiro ano da série (1998). As outras duas carreiras tiveram ganhos reais
dentro deste
período.
> Quando colocado em Base 100, descontada a inflação do período, a
distorção fica ainda mais evidente, como pode ser verificado no Gráfico
3.
> Gráfico 3 [WINDOWS-1252?]? Salário real das carreiras com Base
100, descontada a inflação desde
1998.
>
>
Fonte: organizado pelo autor, com dados do Governo Federal e do
IPEA.
> Dada a proposta do Governo de reajuste de 4% no próximo ano
e posterior congelamento do vencimento, com discussão apenas em 2013, a perda em
relação à 1998 é significativa, considerando a previsão de inflação de 6,5% para
o ano de 2011 e 5% para os anos de 2012 e 2013. Caso a categoria aceite esta
proposta, o Professor Adjunto 1 deverá receber por volta de 86% do que recebia
em 1998, já descontada a inflação pelo IPCA, conforme pode ser visto no Gráfico
4.
> É possível verificar certa estabilidade nos vencimentos dos
professores, desde o ano de 1998. Não há ganho significativo do salário em
nenhum momento, apenas a reposição da inflação, seja no Governo FHC, seja no
Governo
Lula.
> Gráfico 4 [WINDOWS-1252?]? Previsão de salário real das carreiras
até 2014 na hipótese de aceitação da proposta do Governo, com Base 100,
descontada a inflação desde 1998.
>
>
Fonte: organizado pelo autor, com dados do Governo Federal e do
IPEA.
> 4 [WINDOWS-1252?]? Conclusão
> A proposta
oferecida pelo Governo Federal, além de não atender ao que teria sido acertado,
de equiparação com a carreira do Ministério da Ciência e Tecnologia, ainda
representa enorme perda potencial durante o Governo
Dilma.
> Os resultados mostraram que a realidade hoje é ainda pior do que em
1998, quando foi concedida a GED, para aqueles que a recebiam em sua totalidade,
quando alcançado os 140 pontos.
> 5 [WINDOWS-1252?]?
Referências
> IPEADATA [WINDOWS-1252?]? www.ipeadata.gov.br
>
Dados do Servidor [WINDOWS-1252?]? www.servidor.gov.br
>
> --
>
Francisco Cribari-Neto, cribari@gmail.com, http://sites.google.com/site/cribari
>
>
>
> --
> Francisco
Cribari-Neto, cribari@gmail.com, http://sites.google.com/site/cribari
>
>
> --
> Rodrigo
Lopes
------- End of Original Message
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