Dá para explicar-se o que é "Assembléia Setorial da FFCHL"? Existe
uma congregação, existem conselhos departamentais na FFCHL?
Será que a "Assembléia Setorial da FFCHL" é uma organização
paralela, supostamente "mais democrática"?
Essa opinião "de dentro" (apud Carlinhos) é inútil, pois vem
marcada por jogos políticos; nem de ideologia vem...
E me lembra, sem saudade, de greves feitas pela ADUNICAMP, em
décadas passadas. As "assembléias" eram realizadas em salas onde
cabiam sequer cem pessoas. E suas "resoluções" diziam "OS docentes
da Unicamp, reunidos em assembléia..." O artigo definido tornava a
frase falsa. Não eram OS docentes, eram ALGUNS docentes (docentes?!)
E eram flagrante minoria, do corpo de 2500 docentes. Quando, uma
vez, juntamos um grupo para ir à tal "assembléia" e lá chegamos com
dezenas de docentes, fomos literalmente impedidos de entrar... os
ativistas chegaram antes... e não havia espaço.
O que relatei da Unicamp vale para a UFSCar, ainda mais
anteriormente. Em uma assembléia, esta realizada no ginásio de
esportes, onde havia lugar para todo mundo, a reunião era composta
de alguns "gatos pingados". Um ingênuo professor, lembro bem, idoso
e estrangeiro, argumentando que o assunto de greve era muito sério,
sugeriu que se votasse, por urna, em todos os departamentos. Claro
que a ideia não foi aceita, sob o pretexto de que o comparecimento
era livre e que os ausentes teriam de concordar com as decisões
daqueles que acorreram ao ginásio. Este argumento é falacioso, mas
isso pouco importa. A vaia que o professor, um homem - repito -
idoso levou, estrondosa, longa e debochada, mostrou bem o nível de
educação, de consideração e respeito da maioria dos presentes.
Não vi, no "manifesto", evidência das "inconsistências"; apenas a
declaração. Temos de acreditar?
Abraços.
On 12/22/2011 07:37 PM, cpereira@ime.usp.br wrote:
Caríssimos ai vai uma outra opinião sobre as
expulsões.
Opinião de dentro da universidade
Carlinhos
Caro(a) colega(a),
Endossamos e divulgamos as deliberações da assembleia setorial dos
professores da FFLCH:
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Declaração da reunião setorial de docentes da FFLCH de 20 de
dezembro de 2011
A assembleia setorial dos professores da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas se reuniu por convocação da nossa
representação na associação docente, para tratar da expulsão de
seis alunos da Universidade praticada por despacho do reitor no
dia 16 de dezembro de 2011 em relação a processo aberto em
consequência da ocupação de um prédio da COSEAS em 2010 (processo
de número 2010.1.713.35.1).
Durante a reunião, avaliou-se a informação divulgada pela Reitoria
sobre a expulsão, ouviu-se o relato de um dos alunos expulsos, bem
como retomaram-se informações anteriores apresentadas em 2010
durante a discussão sobre esse processo na Congregação e em
departamentos da nossa Faculdade a cujo quadro pertencem vários
dos alunos expulsos.
Depois da troca de ideias e informações, concordamos nas seguintes
apreciações, que trazemos a público:
1) Há fortes indícios de inconsistências nos procedimentos da
administração central, de parte da qual também não se registraram,
ao longo dos meses decorridos desde a ocupação da COSEAS,
iniciativas com o real propósito de estabelecimento de diálogo e
busca de negociação.
2) A penalidade aplicada tem caráter de perpetuidade, o que torna
mais inadmissível ainda a falta de transparência em vários
aspectos do procedimento, bem como a falta de resposta, por parte
da Reitoria, aos muitos questionamentos que esse e outros
processos embasados no entulho autoritário que o Regimento da USP
de 1990 herdou do decreto 52906 de 1972 têm recebido por diversos
setores da Universidade, inclusive várias congregações.
3) O despacho do reitor inclui, entre seus fundamentos, ter em
vista o respaldo da maioria dos diretores de unidades de ensino e
pesquisa, mediante um documento produzido dias antes. Além de esse
documento não ter sido divulgado, é de se estranhar que apareça
como fundamento de uma penalidade a obtenção de maioria em um
conjunto, o dos diretores, que não é nem poderia ser tribunal de
julgamento, ainda menos se considerada sua relação institucional
com uma das partes. Que esse fundamento tente aplicar-se a uma
medida extremadamente grave e sem precedentes é forte indício da
motivação política da mesma e sugere um alarmante cenário
institucional de falta de garantias.
4) Os protagonistas do movimento denominado ?Moradia Retomada? não
realizaram, ao longo dos meses do processo, uma ação de
esclarecimento junto aos setores representativos de estudantes,
funcionários e docentes que informasse com transparência sobre
cada um dos passos e decisões do movimento em relação ao espaço
ocupado e seus objetos, esclarecimento absolutamente necessário
para um coletivo, cujos protagonistas estavam sofrendo processos
administrativos.
Pelo exposto, consideramos:
a) que as expulsões devem ser imediatamente revogadas para a
revisão completa do processo;
b) que, como tem sido objeto de inúmeras exigências de colegiados
e setores representativos da Universidade, o entulho do decreto
52906/72 deve ser definitivamente retirado do Regimento da USP e
substituído por um código disciplinar acorde com a Constituição
Federal.
c) que o movimento da ?Moradia Retomada? deve realizar uma clara
divulgação de todas as ações realizadas no momento da ocupação,
muito especialmente no tocante à documentação e ao patrimônio
existente no prédio. A gravidade da situação, que afeta
severamente a vida acadêmica e profissional dos alunos expulsos,
requer a mais absoluta transparência a respeito.
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Diretoria da Adusp
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