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Bolsas e bilhetes de loteria



Recentemente participei de um seminário sobre um projeto que está sendo 
desenvolvido para o governo por uma universidade federal. Após as exposições 
plenárias a audiência foi dividida em grupos temáticos para aprofundamento 
dos temas. Um ambiente estimulante aonde profissionais mais experientes 
podiam interagir com os integrantes mais jovens da equipe, mestrandos e 
doutorandos que complementavam sua formação, participando dessa atividade.

Necessariamente, recordei-me do meu tempo de pós-graduação, durante o qual, 
além da bolsa de estudos tinha um contrato formal, lançado em carteira, com 
a universade, como professor auxiliar e depois como professor assistente. No 
entanto, todos os jovens que estavam ali tinham apenas uma bolsa adicional, 
portanto, sem recolhimento de previdência, nem contagem de tempo de serviço. 
Esse é o panorama de entrada nas universidades federais, ao invés de cargos, 
contratos temporários ou bolsas. Várias gerações estão, caso optem pela 
academia, entrando tardiamente na carreira.

O fato  lembrou-me a declaração de um ex-colega para quem tornar-se 
professor em universidade federal é como tirar um bilhete de loteria 
vitalício, pois todo o mês um prêmio é pago, sem que necessariamente tenha 
havido alguma contrapartida na forma de trabalho. Na realidade atual a 
metáfora ganha mais ressonância ainda, pois multiplicam-se os casos de 
duplos bilhetes de loteria, na sua modalidade máxima ? 40h DE.

Prof. Luis Paulo
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20010-974 Rio de Janeiro, RJ

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