Millôr: acabou 'fondo'

[cpereira@ime.usp.br]

Para quem gostava do Millôr vai aqui uma página legal para ser guardada.

http://www.scribd.com/ebenning/d/87188473-Homenagens-a-Millor-Estadao-O-Globo-e-Folha-de-SP

Quem me enviou foi o André Rogatko, lá de LA, também um dos  
admiradores do Millôr.  O estadão de hoje dedica mais duas páginas  
completas ao Millôr e a melhor caricatura foi a cara dele como um  
bulbo de uma lâmpada.

Tive o prazer de dar carona aos amigos André e Pericchi quando fomos  
para a nossa conferência em Amparo, aquele paraíso de que tanto falei  
ao comentar sobre nosso EBEB.  Mas o que queria dizer é que fomos  
comentando com o Pericchi quem era o Millôr, ex Vão Gôgo.  Logo em  
seguida perdemos o nosso admirado.  Nossa conversa com o Pericchi foi  
iniciada quando ele nos disse que o humor brasileiro é o melhor do  
mundo.

Uma das boas do Millôr foi sua definição de especialista: (não lembro  
exatamente as palavras dele, mas o teor está certo) O especialista é  
um ignorante em tudo, exceto por uma única coisa.

Certa vez o Millôr indicou o livro A Sopa dos Ricos de Santos  
Fernando.  Lá tava escrito Capa de (tradução) Millôr.  Só depois de  
terminar de ler o livro entendi que a capa traduzia o que estava  
escrito neste livro maravilhoso.  Quem for ler prepare-se para sofrer.

Alguém da CBN disse que Millôr era um artista contemporâneo ? o que,  
nas palavras da jornalista (que poderia estar equivocada), queria  
dizer que atuava em todas as áreas da arte ? pensei então o que seria  
de um estatístico contemporâneo.

Se você trabalha em outras áreas dizem que você não é focado e ai o  
seu comitê do CNPq te cobra não colocando você em um nível superior.   
Quando trabalha em outras áreas os cientistas não aceitam muito a  
inovação e querem que você repita técnicas que foram usadas em outros  
papers, e que foram publicadas em boas revistas científicas: mesmo que  
em sua opinião estejam equivocadas.

O Millôr assim para mim é uma referência pois foi considerado superior  
em todas as áreas que atuou: cartunista, jornalista, escritor,  
dramaturgo, tradutor, humorista e sabe lá o que mais.

Sua sentença para esses pós dias é a seguinte:

Fiz que fui, não fui e acabei ?fondo?.

Bom domingo

Carlinhos

Umas boas do mestre

-A única diferença entre a loucura e a saúde mental é que a primeira é  
mais comum.

-Quando você começar a duvidar da sua mulher é porque não há a menor dúvida.

- Como sexo as mulheres são insuportáveis. Mas na hora do sexo não tem  
nada melhor.

- Quem se mata de trabalhar merece mesmo morrer.

- Não é que o crime não compensa. E' que, quando compensa, muda de nome.

- Paz na terra aos homens de boa vontade. Isto é, paz para muito poucos.

- Se o Reino dos Céus é dos pobres de espírito, então, meu Deus, o  
Brasil e' um paraíso.

- O melhor movimento feminino ainda é o dos quadris.

-Chegamos a ela com nossa biografia e ela vê apenas nossa fisionomia.



Carlos Alberto de Braganca Pereira <cpereira@ime.usp.br>