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Re: [ABE-L]: Fw: Tão querendo transformar "erro" em crime...



Caríssimos,
Não acho isso tão absurdo, uma vez que todos nós sabemos que as margens de erro divulgadas não refletem os planos amostrais planejados. Em geral as amostras são calculadas por amostragem aleatória simples e o plano excutado é totalmente diferente. O pior é que as pesquisas realmente influenciam o povo, não há como negar. Penso que essa prática danifica muito a nossa profissão pois futuramente as pessoas comuns, que não tem muita noção de probabilidade como esse tal deputado, podem começar a perceber que fomos coniventes com uma informação incorreta por um longo tempo.
Att.
Denis


De: Marcelo L. Arruda <mlarruda@ime.usp.br>
Para: abe-l@ime.usp.br
Enviadas: Quinta-feira, 14 de Junho de 2012 12:58
Assunto: [ABE-L]: Fw: Tão querendo transformar "erro" em crime...

Saiu na Folha de São Paulo de hoje (quinta, 14/06).
 
Marcelo
 
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Projeto torna crime erro em pesquisa antes de eleições
Proposta está pronta para análise na Câmara
DE BRASÍLIA
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou um projeto que torna crime a divulgação de pesquisa de intenção de voto até cinco dias antes da eleição quando o resultado final ficar acima da margem de erro prevista do levantamento.
Após a votação na CCJ, no fim de maio, o texto seguiu para análise do plenário. Ainda não há previsão para que ele seja votado. Se aprovado, terá que tramitar no Senado.
A proposta também aumenta a multa para a divulgação de sondagens consideradas fraudulentas. O valor varia entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão, em vez de R$ 53 mil a R$ 106 mil, como é hoje.
O projeto ainda mantém a pena de seis meses a um ano de prisão em caso de fraude.
Autor da proposta, o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), disse que a ideia é "coibir a prática de manipulação" das sondagens.
O vice-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, Fernando Ribeiro, classificou a proposta de "absurda". Para o diretor de Negócios do Ibope Inteligência, Hélio Gastaldi, o projeto tem uma "roupagem" de proteção ao eleitor, mas, na verdade, presta um desserviço.
Para o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, a conceituação de pesquisa fraudulenta sugerida pelo projeto é inconstitucional, uma vez que inibe e restringe a divulgação de informações.
"O resultado de uma pesquisa e a margem de erro se referem apenas ao dia da pesquisa. Os cenários se modificam nos últimos dias das eleições. Não há lei que obrigue o eleitor a não mudar de votos nos últimos dias."
Paulino lembrou que na eleição de 2010 a possibilidade de segundo turno entre Dilma Rousseff e José Serra só foi verificada na última semana do primeiro turno.