[Prévia] [Próxima] [Prévia por assunto] [Próxima por assunto]
[Índice cronológico] [Índice de assunto]

Re: [ABE-L]: artigo de Nelson Motta



E quem vai nos livrar do Roberto Jefferson?

Quanto a imparcialidade dos juízes, penso que é como a imparcialidade da sociedade: ela simplesmente não existe. E não é nesse processo do mensalão, é sempre e em qualquer parte do mundo. Não acredito que haja alguém capaz de julgar sem colocar subjetivamente sua opinião. Se as leis (ou regras) não precisassem de interpretação, poderíamos fazer um programa (em R?) e economizaríamos muita grana!!!

Quanto ao Nelson Motta, prefiro quando ele fala de música, área em que ele realmente domina a cena.

Abraços,

Em 15 de agosto de 2012 20:53, Gauss Cordeiro <gauss@de.ufpe.br> escreveu:
Caros Redistas,

O que mais me intriga no mensalão é o fato dos juízes não serem totalmente isentos no seu 
julgamento como deve ocorrer no direito por primeiros princípios.  Mas o que vale é o artigo do 
Nelson Motta abaixo. Sds, Gauss


Nelson Motta - O Estado de S.Paulo


Se o mensalão não tivesse existido, ou se não fosse descoberto, ou se Roberto Jefferson não o denunciasse, muito provavelmente não seria Dilma, mas Zé Dirceu o ocupante do Palácio da Alvorada, de onde certamente nunca mais sairia.

Roberto Jefferson tem todos os motivos para exigir seu crédito e nossa eterna gratidão por seu feito heroico: "Eu salvei o Brasil do
Zé Dirceu".

Em 2005, Dirceu dominava o governo e o PT, tinha Lula na mão, era o candidato natural à sua sucessão. E passaria como um trator sobre quem ousasse se opor à sua missão histórica. Sua companheira de armas Dilma Rousseff poderia ser, no máximo, sua chefa da Casa Civil, ou presidenta da Petrobrás.
Com uma campanha milionária comandada por João Santana, bancada por montanhas de recursos não contabilizados arrecadados pelo nosso Delúbio, e Lula com 85% de popularidade animando os palanques, massacraria Serra no primeiro turno e subiria a rampa do Planalto nos braços do povo, com o grito de guerra ecoando na esplanada: "Dirceu guerreiro/ do povo brasileiro". Ufa!

A Jefferson, também, devemos a criação do termo "mensalão". Ele sabia que os pagamentos não eram mensais, mas a periodicidade era irrelevante. O importante era o dinheirão. Foi o seu instinto marqueteiro que o levou a cunhar o histórico apelido que popularizou a Ação Penal 470 e gerou a aviltante condição de "mensaleiro", que perseguirá para sempre até os eventuais absolvidos.

O que poderia expressar melhor a ideia de uma conspiração para controlar o Estado com uma base parlamentar comprada com dinheiro público e sujo? Nem Nizan Guanaes, Duda Mendonça e Washington Olivetto juntos criariam uma marca mais forte e eficiente.

Mas, antes de qualquer motivação política, a explosão do maior escândalo do Brasil moderno é fruto de um confronto pessoal, movido pelos instintos mais primitivos, entre Jefferson e Dirceu.



--
Vermelho
F.: (21) 2501 2332 - casa
           2142 0473 - IBGE