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Unibversidades



Folha de São Paulo, 3 de setembro de 2012 - EDITORIAL

Universidades para todos

Circula hoje com esta edição um caderno especial com o pioneiro Ranking Universitário Folha (RUF). Foram oito meses de trabalho para levantar informações sobre pesquisa, qualidade do ensino -na opinião de cientistas e de executivos do mercado de trabalho- e capacidade de inovação em 191 universidades e 41 centros ou faculdades.

Dados de centenas de publicações acadêmicas foram analisados. O Datafolha ouviu quase dois milhares de pesquisadores de alta produtividade e profissionais de recursos humanos. O resultado expressa de forma sistemática, em números, algo que já se intuía.

No âmbito global, isto é, considerando tanto a dimensão da pesquisa como a do ensino, as melhores universidades são instituições públicas bem financiadas nos centros mais desenvolvidos. Elas ocupam as 30 primeiras posições, entremeadas por apenas três instituições privadas vinculadas a igrejas.

Das dez universidades particulares mais bem colocadas, a última delas no 58º lugar no ranking geral, oito são confessionais -sete católicas e uma presbiteriana. Instituições de larga tradição, que não buscam lucro e estão em áreas de grande demanda por ensino.

O quadro geral sofre alteração mais profunda quando se considera apenas a avaliação de cursos pelo mercado de trabalho. Despontam aí várias instituições privadas, confessionais ou laicas, em posições mais elevadas. Das 50 mais pontuadas, 22 são particulares, num claro indicativo de que é possível oferecer ensino adequado às necessidades de empregadores mesmo sem produzir boa pesquisa.

A Constituição de 1988 consagrou o dogma de que são indissociáveis a pesquisa e o ensino nas universidades. Professores envolvidos com investigações científicas de alto nível têm, a princípio, mais condições de ofertar formação qualificada a estudantes. Mas isso não implica que universidades mais voltadas para o ensino não tenham um papel a desempenhar.

Produzir pesquisa científica de qualidade internacional é algo muito caro, nem sempre rentável. Não por acaso, depende de pesado financiamento estatal, em quase todo o mundo.

Seria útil para o país, portanto, admitir que prosperem diferentes tipos de universidades -as de pesquisa, voltadas à investigação de ponta e à formação de quadros que formarão quadros, e as de ensino, especializadas em diplomar bons profissionais de nível superior.


Folha de São Paulo, 3 de setembro de 2012

RANKING UNIVERSITÁRIO FOLHA

Federais e USP lideram o 1º ranking universitário

LEVANTAMENTO INÉDITO COM METODOLOGIA DESENVOLVIDA PELA FOLHA CLASSIFICA 232 INSTITUIÇÕES

DE SÃO PAULO

Este caderno traz o primeiro ranking de universidades brasileiras, uma iniciativa de avaliação sistemática do ensino superior no país.

Ao longo de oito meses, a Folha levantou dados de publicações acadêmicas e, com o Datafolha, ouviu centenas de cientistas e profissionais de Recursos Humanos para compor o RUF (Ranking Universitário Folha).

Nele estão representadas 191 universidades -que operam com pesquisa, ensino e extensão- mais 41 centros universitários ou faculdades, dedicados sobretudo ao ensino e onde há pouca pesquisa.

A USP figura em primeiro lugar, seguida pelas federais de Minas (UFMG) e do Rio (UFRJ). Entre as instituições não universitárias destacou-se a ESPM, com a melhor formação em publicidade, único curso que a USP não lidera, considerando-se os 20 maiores do país.

Até então, o Brasil dependia de classificações globais ou, no máximo, continentais, que citam poucas instituições brasileiras e desconsideram características nacionais.

A metodologia geral do RUF foi criada pelo grupo liderado pelo cienciometrista (ciência que estuda a produção científica) da USP Rogério Meneghini, em conjunto com a Redação daFolha.

DESTAQUES

Dos quatro aspectos analisados na lista geral do RUF (pesquisa, ensino, reputação no mercado de trabalho e inovação), a USP apenas não é primeira colocada em termos de inovação, indicador que a Unicamp lidera.

Outro resultado que chama a atenção é a boa avaliação das escolas privadas pelas empresas. Entre as 15 instituições mais citadas como melhores por profissionais responsáveis por contratação, seis são pagas. Os cientistas têm visão diferente: só citaram uma particular, a PUC-Rio, entre as melhores.

Entre as dez primeiras universidades na lista geral, cinco estão no Sudeste; três no Sul, uma no Centro-Oeste e uma no Nordeste. A melhor universidade do Norte, a federal do Pará, aparece na 24ª colocação do ranking.

Informações como essas são importantes para orientar políticas públicas, alunos, professores e empregadores, pois mostram as instituições de destaque no país e as que estão com defasagem.

Países como EUA, China, Alemanha, Bulgária, Cazaquistão e Vietnã já fazem rankings nacionais.

O Ministério da Educação brasileiro faz uma avaliação de instituições, chamada de IGC (Índice Geral de Cursos).

A metodologia, porém, não prevê um ranking de instituições de ensino superior, apenas as classifica em grupos. O levantamento do governo considera a nota dos estudantes em uma prova (o Enade); a proporção de docentes com doutorado e as notas dos programas de pós-graduação.

Não havia, até agora, um indicador que abrangesse a visão do mercado de trabalho e a produção científica das instituições.


FRASE

"É um estudo pioneiro no Brasil que leva em consideração não só o valor acadêmico, mas o valor atribuído pelo mercado de trabalho às instituições de ensino"

MAURO PAULINO
diretor-geral do Datafolha


ANÁLISE

Só conhecemos aquilo que podemos medir

HÉLIO SCHWARTSMAN
COLUNISTA DA FOLHA

Por que criar um ranking universitário? À primeira vista, é uma atitude temerária. É procurar sarna para se coçar, num português claro.

Para começar, as universidades brasileiras, construídas à sombra do sindicalismo de resultados, têm sólido histórico de resistência a avaliações e costumam reagir com veemência a quem se propõe a escrutiná-las.

Ademais, publicar uma lista de classificação significa contentar à meia dúzia dos mais bem colocados e enfurecer, no nosso caso, mais de 200 instituições -um desastre de relações públicas.

Para tornar tudo mais difícil, muitas das críticas feitas a rankings não se limitam a choro de despeitados, merecendo séria consideração.

O exercício de transformar um campus universitário, com todos os seus pesquisadores, professores, alunos e técnicos e suas múltiplas interações, num único indicador numérico implica uma simplificação brutal da realidade, o que gera distorções. Para cada critério incluído no ranking, outros, igualmente defensáveis, deixam de entrar. O RUF não traz nenhum indicador de infraestrutura, para citar um único caso.

Mais do que isso, a escolha de um item tem impacto sobre outros. Num exemplo concreto, o RUF considera tanto o total de trabalhos publicados no biênio 2008-09 (uma medida da robustez da instituição) como as publicações por docente (produtividade) e as citações recebidas (qualidade). A utilização do total de artigos favorece universidades de maior porte como USP, UFRJ e UFRGS.

Seria também justificável ficar apenas com as publicações por docente, mas, aí, as beneficiadas seriam as instituições menores, uma crítica corrente contra alguns rankings internacionais. A única certeza aqui é que tomar decisões é inevitável.

Outra dificuldade é avaliar setores específicos. As publicações em "journals" dão conta razoavelmente bem das áreas de exatas, biológicas e ciências da vida, mas não funcionam tanto nas humanas. Não são despropositadas as objeções dos que afirmam que a publicação de um livro (que não é computada no RUF nem na maioria dos rankings) vale mais que a de dezenas de artigos. De novo, escolhas são inevitáveis.

Os problemas relativos à avaliação do ensino pelos pesquisadores e pelo mercado são só um pouco menores. Evidentemente, é preciso perguntar a quem conhece. Não podemos convidar um arquiteto para julgar cursos de medicina. A solução foi recorrer à base de pesquisadores do CNPq, só que ela própria carrega vieses, como o número extremamente elevado de físicos (894) e relativamente baixo de advogados (60).

No caso do mercado, recorremos aos RHs de empresas e instituições. É uma saída, aceitável, mas não sem implicações. Os próprios RHs não parecem atribuir tanto peso à universidade de origem dos funcionários, já que 32% disseram que não faz diferença.

Com tantos e tão variados dilemas, a pergunta inicial, "por que criar um ranking universitário?", se torna ainda mais premente. Poderia ser apenas uma moda, já que o mundo inteiro está a fazê-lo, mas há razões de fundo que justificam o interesse.

A ciência e o ensino estão se globalizando. É cada vez mais comum ver jovens estudando no estrangeiro. E, se já é difícil escolher uma universidade no país de origem, muito pior é fazê-lo em lugares a respeito dos quais não se tem muita informação. Os rankings, ao traduzir toneladas de dados num número, ajudam esse estudante. Embora a internacionalização seja ainda incipiente no Brasil, devido a mudanças como o Enem, está aumentando a mobilidade interna dos alunos, para os quais o RUF pode ser de grande auxílio.

O ranking é ainda uma ferramenta valiosa para as próprias instituições, que poderão acompanhar seu desenvolvimento ao longo do tempo e comparar-se.

No mais, uma medida da produção universitária, mesmo que imperfeita, é preferível a nenhuma medida. A verdade, para utilizar um mantra da física, é que só conhecemos aquilo que podemos medir. Sem as amarras da realidade mensurável, a ciência é indistinguível da teologia e do delírio.


FRASE

"Uma medida da produção universitária, mesmo imperfeita, é preferível a nenhuma; sem as amarras da realidade mensurável, ciência é indistinguível de teologia e delírio"


METODOLOGIA

Uma receita para medir o ensino

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO É INSPIRADO EM EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS E ADAPTADO AO CONTEXTO BRASILEIRO

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

A avaliação da qualidade de um produto ou serviço depende da definição do que é medido e da régua usada.

Folha se debruçou sobre o ensino superior usando uma metodologia inédita, baseada em rankings internacionais e adaptada ao contexto brasileiro.

Foram classificadas 232 instituições de ensino superior brasileiras, sendo 41 faculdades e centros universitários e 191 universidades -instituições com foco em pesquisa e autonomia de ensino, conforme definição do MEC.

As 191 universidades estão listadas em um ranking geral feito a partir de quatro indicadores desenvolvidos pela Folha. Juntos, eles somam cem pontos: produção científica (55 pontos), inovação (5 pontos), reputação no mercado (20 pontos) e qualidade de ensino (20 pontos).

Os dois primeiros indicadores estão ancorados em um levantamento de dados relacionado à quantidade e à qualidade da produção acadêmica das universidades.

Entram na conta, por exemplo, o número de artigos científicos produzidos e a quantidade de professores com doutorado no corpo docente da instituição.

Esse trabalho foi coordenado pelo bioquímico da USP e especialista em análise de produção científica Rogério Meneghini. Ele também é coordenador acadêmico da base Scielo, que reúne 260 periódicos científicos nacionais, incluídos no levantamento do RUF para dar um tempero local à métrica.

Os dois últimos indicadores, de reputação no mercado de trabalho e de qualidade de ensino, foram desenvolvidos a partir de entrevistas feitas pelo Datafolha com pesquisadores e com executivos de Recursos Humanos.

Foram consultados 597 pesquisadores com grande produção, de acordo com o CNPq, a maior agência de fomento à ciência do país.

Também foram ouvidos 1.212 responsáveis pelo setor de Recursos Humanos de empresas, escolas e outras instituições que contratam profissionais nos 20 cursos que mais formam no país, como administração e direito.

Os dois grupos, o de pesquisadores e o de especialistas em mercado de trabalho, listaram as instituições de ensino consideradas melhores por eles -universidades, faculdades ou centros universitários- na área em que atuam profissionalmente.

As instituições que tiveram pelo menos três menções nessas entrevistas feitas pelo Datafolha foram consideradas na classificação.

ANÁLISES ESPECÍFICAS

O RUF traz, ainda, análises específicas sobre o ensino superior brasileiro em cada um dos quatro indicadores desenvolvidos pela Folha.

É possível ver, por exemplo, no recorte do indicador de produção científica, qual a universidade mais produtiva em termos acadêmicos.

Outra possibilidade é verificar nas análises do Datafolha qual é a melhor instituição de ensino de acordo com a perspectiva do mercado de trabalho. Ou quais são as melhores escolas superiores do ponto de vista apenas de quem dá aula.

REPUTAÇÃO

A avaliação qualitativa do ensino superior ganhou destaque com o lançamento do ranking global THE (Times Higher Education), um dos que inspiraram o RUF. Ele inclui entre seus indicadores uma enquete feita com docentes de 137 países.

"Isso dá credibilidade aos rankings. É fácil manipular dados em bases, mas as respostas dos entrevistados não podem ser alteradas", diz Phil Baty, editor do THE.

As outras classificações que serviram de modelo foram a britânica QS (Quacquarelli Symonds) e a chinesa ARWU (ranking de Xangai).


METODOLOGIA

Opinião também entra no cálculo

LEVANTAMENTO INCLUI A VISÃO DE PESQUISADORES E DE QUEM DECIDE CONTRATAÇÕES NO MERCADO DE TRABALHO

DE SÃO PAULO

Folha se inspirou nos principais rankings universitários do mundo para definir seus indicadores e atribuir um peso a cada um deles.

As métricas internacionais mais importantes dão cerca de metade da nota recebida pelas universidades para a produção científica, avaliando por exemplo o número de artigos científicos e de citações que eles recebem.

O RUF segue a mesma lógica e dá 55 pontos, de 100, para o tema, analisado por nove subindicadores que valem de dois a dez pontos cada um.

Esses subindicadores esmiúçam os dados de trabalhos acadêmicos publicados em cerca de 12 mil periódicos científicos de todo o mundo que estão dispostos na base "Web of Science", da Thomson Reuters.

Uma das contas é o número de artigos publicados por docente."É preciso olhar o que cada professor está fazendo para ter uma ideia de como está a universidade", considera o bioquímico americano Bruce Alberts, editor da revista "Science", uma das mais importantes do mundo.

Mas só a quantidade de artigos publicados não basta. O RUF considerou também o total de menções desses artigos por outros cientistas -como fazem THE, Leiden e o ranking nacional dos EUA.

"Esse indicador diz respeito à qualidade dos trabalhos. Quanto mais citado for um artigo científico, maior o seu impacto", diz Rogério Meneghini, que coordenou o levantamento de dados sobre a produção científica no RUF.

O RUF ainda traz critérios novos, como porcentagem de professores com doutorado -conta que só faz sentido em países onde o número de docentes doutores ainda é baixo. "Nas grandes universidades dos EUA e da Europa, quase todos têm doutorado", explica Meneghini.

Folha verifica ainda, seguindo o que faz o ranking THE, a reputação de universidades, centros universitários e faculdades entre pesquisadores (20 pontos).

Também inclui a opinião do mercado de trabalho sobre essas instituições -outros 20 pontos, mesma pontuação dada na listagem latinoamericana do QS.

(SR)


NA INTERNET

VEJA O LEVANTAMENTO COMPLETO DO RANKING UNIVERSITÁRIO FOLHA E FAÇA CRUZAMENTOS DE DADOS CONFORME O SEU INTERESSE EM FOLHA.COM/RUF

PESQUISA

Crie a lista das escolas que mais têm artigos científicos publicados ou daquelas cujos trabalhos têm mais impacto no meio acadêmico

INOVAÇÃO

Veja a classificação completa das universidades mais inovadoras

PERSONALIZADO

Mude o peso dos indicadores de pesquisa, ensino, mercado e inovação e veja outras listagens

MELHORES POR CURSO

Confira as instituições mais bem avaliadas em 20 cursos por Estado e saiba a posição de cada uma naquele que você procura

PARTICULARES

Quer saber quais as melhores universidades públicas e pagas? Use o filtro 'natureza administrativa' para fazer um ranking exclusivo

POR REGIÃO

Monte a listagem das universidades de qualquer Estado

as 10 melhores universidades

USP SP
UFMG MG
UFRJ RJ
UFRGS RS
Unicamp SP
Unesp SP
UFPR PR
UnB DF
UFSC SC
10º UFPE PE


Grande e rica, USP domina

PRIMEIRA COLOCADA ENCABEÇA 3 DOS 4 INDICADORES QUE COMPÕEM O RANKING

Eduardo Knapp/Folhapress
Praça do Relógio, um dos símbolos da instituição
Praça do Relógio, um dos símbolos da instituição

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

O orçamento anual de R$ 3,9 bilhões é equivalente à verba estadual para a habitação e à da cultura somadas. A área dos campi de 76 km2 é maior que a de 5% dos municípios do Estado. É a maior formadora de doutores no mundo (2.214 ano passado).

Essa estrutura robusta impulsionou a USP ao topo do RUF, tanto na lista geral quanto em 3 dos 4 subindicadores analisados.

Ganhou em qualidade de ensino e de pesquisa científica e na reputação no mercado de trabalho. Perdeu apenas para a Unicamp, em inovação (número de patentes).

Uma das bases para esse desempenho é a forma estável com que a USP é financiada, aponta o reitor da universidade, João Grandino Rodas.

Por lei, a instituição recebe 5% do ICMS paulista (principal imposto estadual).

É esse percentual que deverá garantir quase R$ 4 bilhões do governo do Estado à universidade neste ano.

Outra vantagem para a instituição é ter mais liberdade para decidir onde injetar seus recursos (assim como a Unesp e a Unicamp).

Normalmente, as universidades públicas do país dependem de negociações com o Executivo para definir seus recursos. Ficam à mercê de decisões e mudanças políticas. E dependem de autorizações dos governos para remanejar seus orçamentos.

"Podemos definir que teremos programa próprio para financiar nossas pesquisas ou alterar o plano de carreira de professores e funcionários", afirmou Rodas, referindo-se a projetos recentemente implementados.

"A USP é disparada a melhor instituição da América Latina. A desvantagem disso é que ela não pode se contentar em ter relevância regional, precisa ter mais impacto nos demais centros", afirma a pesquisadora da USP Elizabeth Balbachevsky, uma das principais analistas brasileiras sobre sistemas internacionais universitários.

"Há estrutura e recursos para estar entre as cem melhores do mundo", diz.

A instituição aparece na maioria dos rankings internacionais como a melhor universidade do país, mas na lista do THE (Times Higher Education), por exemplo, está na 178ª posição mundial.

ENSINO

O reitor vê no ensino o ponto a ser melhorado para que a USP suba nas listas internacionais. A pesquisa, afirma, é o que "tem segurado" a instituição entre as melhores.

Para Rodas, as unidades da USP devem inclusive discutir se devem manter as atuais vagas oferecidas. E se não é o caso de extinguir cursos para dar lugar a outros.

Outro ponto a ser aprimorado, afirma, é a integração entre as suas 48 faculdades, institutos e centros.

"A criação da universidade ocorreu justamente para integrar os conhecimentos. E isso fica mais evidente hoje, em que as grandes pesquisas são multidisciplinares."

Para José Goldemberg, ex-reitor da USP, a escola deve conter o crescimento no número de alunos. "Não há universidade de ponta no mundo que seja muito grande."

A instituição possui 65 mil graduandos. A federal de Minas, segunda no RUF, 27,9 mil; Harvard (EUA), 7 mil.

Posição no RUF: 1ª
Fundação: 1934
Cursos: 232
Alunos: 65 mil
Professores doutores: 99%
Candidato/vaga: 11

Orçamento: R$ 3,9 bilhões


FRASE

"A USP não pode se contentar com a relevância local, falta ambição internacional. Precisa atrair mais professores e alunos estrangeiros"

ELIZABETH BALBACHEVSKY
pesquisadora da USP que analisa sistemas universitários internacionais


MELHORES POR REGIÃO

Geografia da desigualdade

PRIMEIRA DO NORDESTE, FEDERAL DE PERNAMBUCO TEM APENAS 21% DO ORÇAMENTO DA USP

CENTRO-OESTE

UNB

A Universidade de Brasília foi a 1ª federal a usar cotas raciais. O reitor José Geraldo de Souza Junior destaca a área de ciências humanas e sociais, com alta qualificação docente. "Mas não somos uma universidade humanista", diz. Em julho, a UnB conquistou o 25º lugar no ranking das melhores da América Latina feito pelo grupo britânico QS.

Posição no RUF: 8ª
Fundação: 1962
Cursos: 124
Alunos: 24 mil
Professores doutores: 81%
Candidato/vaga: 8,1
Orçamento: R$ 1,3 bilhão

SUL

UFRGS

A mais antiga instituição da região mantém um sistema de cooperação internacional com 36 países -o que tem ajudado, segundo o reitor Carlos Alexandre Neto, a firmar o nome da universidade. "Desde o primeiro ano da graduação, os estudantes podem participar de intercâmbios. Enviamos cerca de 600 alunos anualmente ao exterior e tivemos o maior grupo na primeira turma do programa Ciência sem Fronteiras", afirma. Os cursos mais conceituados são os de saúde.

Posição no RUF: 4ª
Fundação: 1934
Cursos: 112
Alunos: 23,3 mil
Professores doutores: 72%
Candidato/vaga: 8
Orçamento: R$ 1,1 bilhão

NORTE

UFPA

O foco da universidade é o desenvolvimento da Amazônia, com estudos sobre medicina tropical, geologia e línguas indígenas. "A federal do Pará tem 11 campi no Estado que descentralizam a oferta de cursos e promovem a criação de novas universidades, como o campus de Marabá, que está para se tornar a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará", diz o reitor Carlos Edilson de Almeida Maneschy.

Posição no RUF: 24ª
Fundação: 1957
Cursos: 226
Alunos: 33 mil
Professores doutores: 55%
Candidato/vaga: 8
Orçamento: R$ 821 milhões

NORDESTE

UFPE

A federal de Pernambuco se assume como uma universidade local, política que ajuda a manter a qualidade dos cursos, segundo o reitor Anísio Brasileiro de Freitas Dourado. "Buscamos responder aos desafios da
região. A necessidade atual é a formação de engenheiros", diz. A especialização nesse setor permitiu à UFPE fechar parceiras com empresas locais e a Petrobras, que dá bolsas a alunos de química, geociências
e engenharia de petróleo.

Posição no RUF: 10ª
Fundação: 1946
Cursos: 93
Alunos: 27,6 mil
Professores doutores: 64%
Candidato/vaga: 6,8
Orçamento: R$ 800 milhões

SUDESTE

UFMG

A federal mineira visa pesquisa e inovação, afirma o reitor Clélio Campolina Diniz. "Nossos cientistas pesquisam patentes que beneficiem a sociedade, procurando transformar a teoria em produtos de acesso público. As vacinas são um exemplo." A instituição está entre as mais requisitadas pelo mercado, sobretudo nas áreas de enfermagem, fisioterapia, odontologia e medicina.

Posição no RUF: 2ª
Fundação: 1927
Cursos: 151
Alunos: 27,9 mil
Professores doutores: 84%
Candidato/vaga: 10
Orçamento: R$ 1,6 bilhão


PESQUISA

Da sala de aula ao laboratório

NÃO HÁ ORÇAMENTO NEM VOCAÇÃO PARA QUE TODAS AS UNIVERSIDADES SE DEDIQUEM A EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS

NELSON DE SÁ
DE SÃO PAULO

A pesquisa muda o ambiente da universidade, influencia a qualidade do ensino e altera o perfil do aluno. Mas não é toda universidade que faz pesquisa, não há orçamento para tanto, aqui ou no resto do mundo. É o que dizem especialistas brasileiros, ouvidos sobre a importância da pesquisa para o ensino superior.

"O ensino e o aprendizado ficam muito mais dinâmicos quando relacionados com a atividade de pesquisa", descreve Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e ex-reitor da Unicamp. "Os estudantes se beneficiam de aprender nesse ambiente."

Para Glaucius Oliva, presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), "nas universidades de pesquisa os estudantes têm esse adicional, mas nem sempre um país conseguirá colocar todos num sistema como esse", em parte porque "não existe dinheiro para tanto".

"A pesquisa influencia na qualidade do ensino? Sim, certamente", afirma Marco Antônio Zago, pró-reitor de pesquisa da USP e ex-presidente do CNPq. "Mas o ensino universitário deve estar sempre associado à pesquisa? Não. Não há recursos suficientes no Brasil, em país nenhum do mundo."

FATO DA VIDA

Nos Estados Unidos, segundo Zago, apenas 150 das 4.800 instituições de ensino superior poderiam ser classificadas como também de pesquisa. "É um fato da vida", decorrente dos limites de recursos financeiros, mas também humanos. "O perfil do aluno é diferente. Qual é o melhor? Os dois são necessários para o país."

O biólogo Stevens Rehen, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), acrescenta que o professor que realiza pesquisa "transmite melhor o conhecimento". Foi o que ele constatou num levantamento feito com alunos de medicina e outros cursos da instituição. "Eles entendem a importância da pesquisa para a sala de aula."

Como nem toda universidade pode seguir o mesmo caminho, "por restrições financeiras", Rehen remete, como Oliva e Zago, ao modelo americano. Diz que lá a pesquisa é regionalizada, com diferenças de custo e complexidade. "Cada região, também no Brasil, tem de identificar sua vocação."

Por outro lado, Renato Janine Ribeiro, professor titular de ética e filosofia política na USP, alerta que "a pesquisa é importante para o ensino, sim, mas tem objetivo bem mais amplo". Um professor forma um número de alunos "pequeno, limitado", enquanto "a pesquisa deve ser uma contribuição para a ciência, ou seja, para o conhecimento".

De todo modo, acrescenta, "os dois são absolutamente necessários".


INOVAÇÃO

Unicamp é a universidade brasileira que mais cria

USP E AS FEDERAIS DE MINAS E DO RIO ESTÃO ENTRE AS DEZ MAIS INOVADORAS

SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

Se é papel das universidades desenvolver produtos para o mercado, não há consenso. Mas, hoje, 5 dos 10 maiores patenteadores do país são instituições de ensino. Por isso, um dos indicadores do RUF são os pedidos de patentes ao Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual) na última década.

Levantamento do órgão mostra que a Unicamp pediu a exclusividade de exploração comercial para 272 inovações de 2004 a 2008 (o pedido pode ser negado; a análise leva até oito anos). Só perdeu para a Petrobras.

Na sequência da Unicamp, figuram entre os dez primeiros lugares a USP e as federais de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ), além de duas fundações estaduais de amparo à pesquisa (veja na página ao lado).

Isso acontece, de acordo com especialistas ouvidos pelaFolha, por dois motivos.

De um lado, há uma movimentação das universidades para inovar mais, registrar mais patentes e fazer parcerias com o setor produtivo.

Do outro, existe uma apatia do setor produtivo brasileiro, que, sozinho, desenvolve poucas novidades para o mercado consumidor.

"Fazer patentes é importante para a universidade", disse àFolha o reitor da Unicamp, Fernando Costa.

"Mas as universidades não podem carregar sozinhas o peso de ser as grandes patenteadoras do país."

Para ele, o problema é que as empresas brasileiras ficaram muito tempo protegidas pela garantia do mercado consumidor interno, já que a importação era dificultada. Por isso, elas não precisavam inovar para competir.

"Isso está mudando. Daqui a alguns anos, as empresas serão as grandes inovadoras do Brasil", diz Costa.

Isso não significa, porém, que a Unicamp quer perder o bonde. A ideia, diz o reitor, é ter cada vez mais pesquisas em parcerias com empresas.

A universidade está até construindo um parque tecnológico para abrigar laboratórios de empresas que queiram fazer pesquisa em parceria com seus pesquisadores.

As universidades do topo da lista no quesito inovação do RUF são aquelas que criaram recentemente escritórios, dentro do campus, voltados para o assunto.

A pioneira nisso é a UFMG, cuja coordenadoria voltada para inovação já tem 15 anos.

USP e Unicamp vieram depois, com suas agências de inovação criadas em 2003.

Esses escritórios, inspirados em modelos que existem há décadas nas grandes universidades dos EUA, têm profissionais especializados em escrever pedidos de patentes e em introduzi-las no mercado por meio de licenciamento a empresas.

No escritório da UFMG há cerca de 50 funcionários fazendo esse tipo de atividade. De acordo com o reitor da universidade, Clélio Campolina Diniz, eles são responsáveis pelo aumento no número de pedidos. Foram 75 no ano passado. Em 2001, eram 20.

VACINA E TÊNIS

Entre as patentes da UFMG comercializadas recentemente estão a de uma vacina contra leishmaniose e a de um tênis de alto rendimento. Na Unicamp, já foi licenciada até uma máquina para detectar combustível adulterado.

Hoje, pesquisadores brasileiros são avaliados por órgãos como a Capes e o CNPq apenas por sua produção científica (como a quantidade de artigos publicados). O número de patentes por docente não entra na conta, mas isso já foi cogitado.

"Universidades não devem ser avaliadas por patentes. É um erro. Quem tem de fazer inovação são as empresas", diz o físico e professor emérito da Unicamp Rogério Cezar de Cerqueira Leite.

Com BIANCA BIBIANO, colaboração para a Folha


FRASE

"As universidades não podem carregar sozinhas o peso de ser as grandes patenteadoras do país"

FERNANDO COSTA
reitor da Unicamp


MERCADO X ACADEMIA

Particulares são 'top' na lista dos que contratam

LÍDERES DE RH INDICAM 6 ESCOLAS PRIVADAS ENTRE AS 15 MELHORES

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Quais são as instituições de ensino mais eficientes? Depende a quem se pergunta.

Para o mercado de trabalho, pode ser uma escola privada. A Unip, por exemplo.

Para o universo acadêmico, o melhor ensino está basicamente nas públicas. Na Unicamp, por exemplo.

A discrepância ficou evidente nos indicadores do RUF que analisaram os dois grupos, a partir de levantamento feito pelo Datafolha.

Os profissionais de Recursos Humanos foram entrevistados para que apontassem as universidades, faculdades e centros universitários cujos formados têm preferência nos seus processos seletivos.

Já os pesquisadores citaram quais escolas superiores do país, na sua avaliação, oferecem o melhor ensino.

Considerando as 15 instituições com as maiores notas em cada grupo, a USP lidera ambas. No geral, as demais posições mudam. E só cinco escolas estão nas duas listas.

ANÁLISE

Na classificação feita por executivos de RH, há seis universidades privadas entre as melhores; já na lista dos cientistas, há apenas uma.

Especialista em orientação vocacional, a professora da USP Yvette Piha Lehman diz que as diferenças fazem sentido, uma vez que os grupos têm interesses distintos.

O mercado de trabalho, em geral, busca um profissional com boa técnica na sua área de atuação, afirma ela.

Para esse perfil, instituições privadas enfatizam a prática, oferecem estágio logo no começo dos cursos.

Já os cientistas esperam que o aluno tenha formação mais crítica, se aprofunde em pesquisas, o que é uma característica mais presente nas universidades públicas.

As respostas ao Datafolha reforçam essa impressão. Para os profissionais de Recursos Humanos, o ensino é o aspecto mais importante em uma boa universidade e deve ter o maior peso, seguido da inovação e da pesquisa.

Para os cientistas, a universidade precisa buscar equilíbrio entre ensino e pesquisa.

UNIP x UNICAMP

A divergência de visão entre executivos de empresas e cientistas fica mais evidente quando analisamos as posições da Unip e da Unicamp. A primeira, privada, aparece como a 10ª melhor para o mercado de trabalho. Entre os cientistas, nem é citada.

A Unicamp, pública, aparece como a segunda melhor instituição de ensino, segundo cientistas. Para profissionais de RH, é a 47ª.

Após analisar os resultados, o Datafolha aponta que, além dos interesses distintos entre os grupos, aspectos regionais podem, também, influenciar as respostas.

O executivo valoriza a instituição que lhe oferece bons profissionais -em geral, eles saem de escolas do local de atuação da empresa.

Podem ser até instituições de ensino superior sem papel relevante na pesquisa científica, mas que tenham fama de oferecer boa formação.

O cientista, por outro lado, valoriza as que se destacam na produção em suas respectivas áreas, independentemente da região do país.

VOLUME

"Se for considerar quem faz pesquisa, basicamente é a USP e a Unicamp, ao menos na minha área", diz o pesquisador titular do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Joaquim José Barroso de Castro, que atua com eletrônica de micro-ondas.

"O objetivo do ensino privado é dar aulas, o professor nem tem tempo para pesquisar. Mas tenho na pós-graduação aluno da Unip, que é muito entusiasmado e compensa qualquer dificuldade", afirma Castro, que leciona no mestrado do instituto.

Para a supervisora de Recursos Humanos do hospital Sepaco (São Paulo), Adriana Prata Rodrigues, o volume de formandos da rede privada (mais de 60% do total) pode ser uma das explicações para que essas escolas sejam muito lembradas pelas empresas. "Quase não recebemos currículo de formados de universidade pública."

METODOLOGIA

O Datafolha entrevistou 1.212 diretores, gerentes e profissionais responsáveis pela área de Recursos Humanos das empresas.

Foram consideradas instituições que contrataram egressos de algum dos 20 cursos que mais formaram em 2010.

O outro grupo foi composto por 597 cientistas (de oito áreas), com boa produção, segundo o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

A amostra foi montada para representar os dois setores, no país. As entrevistas ocorreram entre março e junho.


FRASE

"Se for para escolher um estudante para a pós, quero um da Unip. O entusiasmo supera qualquer deficiência"

JOAQUIM JOSÉ BARROSO DE CASTRO
pesquisador e professor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)


Maioria dos brasileiros tem que pagar por qualidade inferior

DE SÃO PAULO

Mais da metade de quem se forma em universidades no país (64%) tem de pagar pelos estudos. Mas entre as 30 melhores universidades do país avaliadas, considerando pesquisa científica, inovação, ensino e avaliação do mercado, apenas 3 são particulares.

O problema, para o cientista político Simon Schwartzman, é que a maioria das particulares investe pouco no corpo docente e na infraestrutura.

Nas universidades pagas, só 23% dos docentes têm doutorado. O número sobe para 55% nas públicas.

"Com raras exceções, as instituições de ensino superior privadas pagam pouco e investem pouco", diz.

Mas é delas que sai boa parte da massa formada no Brasil para o mercado.

A PUC-Rio, melhor universidade privada do país, oferece 8 dos 10 cursos que mais formam no Brasil -incluindo os três primeiros: administração, direito e pedagogia.

O Sudeste é a única região com mais universidade privada (52) do que pública (28).

Isso acontece, diz Ana Célia Bahia, reitora da Unama (Universidade da Amazônia), porque é difícil atender os critérios do MEC para o status de universidade -como ter programas de doutorado.

A Unama tem um programa de doutorado, em educação, e precisa de outro até 2016 para manter o status. "Não há previsão de um novo programa."

(SABINE RIGHETTI)

Com BIANCA BIBIANO, colaboração para a Folha


CURSOS

ESPM é número 1 em publicidade

DAS 20 CARREIRAS ANALISADAS POR PROFISSIONAIS DE RECURSOS HUMANOS, 19 TÊM A USP NA LIDERANÇA

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dos 20 melhores cursos de graduação, 19 têm a USP em primeiro lugar (isolada ou empatada com outra universidade ou faculdade). Ela só é desbancada pela ESPM de São Paulo, em publicidade.

A avaliação foi feita pelos representantes de Recursos Humanos das empresas consultadas pelo Datafolha.

A USP ficou com o primeiro lugar isolado em dez opções, como direito e pedagogia. Em outras nove, dividiu a liderança com mais escolas.

Em publicidade, a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) é a única no topo. O coordenador do curso da faculdade, João Matta, atribui o resultado à tradição da escola (fundada em 1951) na área, mas também às adaptações pelas quais têm passado.

O lema da ESPM, por muito tempo, foi "ensina quem faz", o que evidencia o caráter prático do curso. Desde o segundo semestre de curso, o estudante tem contato com situações vivenciadas nas empresas e, a partir do quinto semestre, as aulas passam a ser noturnas, permitindo que o aluno trabalhe.

"Mas há uns dez anos, a escola percebeu que o mercado de trabalho precisava de gente com formação mais sólida, mais crítica e com mais contexto", diz o coordenador.

Então, ganharam mais espaço a antropologia, a história, a sociologia e a filosofia. E os professores, essencialmente atuantes em empresas, passaram a buscar formação acadêmica. Hoje, 70% têm mestrado ou doutorado.

O custo para estudar nesse curso é de R$ 2.460 ao mês.

OUTROS DESTAQUES

As instituições que mais se igualaram à USP nas primeiras posições foram a UFMG e a PUC Minas. Cada uma delas apareceu no topo quatro vezes.

Segundo o reitor da federal de Minas, Clélio Campolina Diniz, um fator que impacta o ensino é a qualificação dos professores. Na instituição, 85% são doutores. "Eles levam o que produzem nas pesquisas para os alunos da graduação", diz.

Na USP, a proporção de professores com doutorado é de 99%. A média nas universidades do país é de 28%.

ESCOLAS MENORES

Como base para avaliação do mercado de trabalho, o Datafolha considerou as 20 áreas que mais formaram estudantes em 2010.

Ao analisar as carreiras individualmente, é possível verificar quais instituições estão com bom desempenho em suas áreas de atuação, mas que podem não estar entre as melhores do ranking geral por não terem muitos cursos.

A FGV-SP, por exemplo, foi considerada a melhor em administração, junto com a USP.

O Centro Universitário São Camilo (SP) dividiu a liderança em enfermagem com mais dez escolas; e em fisioterapia, com outras oito instituições.

A própria ESPM, além do primeiro lugar em publicidade, ficou em primeiro em jornalismo junto com Cásper Líbero (SP), PUC-SP, PUC RS, Metodista (SP) e USP.

No disputado curso de medicina, as escolas campeãs entre os Recursos Humanos foram a USP e a UFRJ (federal do Rio de Janeiro).

ACADEMIA

Considerando a opinião dos cientistas em relação à qualidade de ensino nas oito áreas de conhecimento definidas pelo CNPq, a USP vence todas -levantamento também do Datafolha.

A universidade divide a liderança com a Unicamp em duas áreas, engenharia e linguística. Em engenharia, elas compartilham a primeira colocação com a UFRJ.

Em linguística, a UFMG também aparece empatada em primeiro lugar.

(FÁBIO TAKAHASHI E BIANCA BIBIANO)


FRASE

"A escola percebeu que o mercado de trabalho precisava de gente com formação mais sólida, mais crítica e com mais contexto"

JOÃO MATTA
coordenador da Escola Superior de Propaganda e Marketing


LÁ FORA

Brasil está no fim da fila mundial

ADMINISTRAÇÃO E BUROCRACIA ENGESSAM A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NAS UNIVERSIDADES pÚBLICAS

DE SÃO PAULO

Se a lente de análise for ampliada para outros países, as melhores universidades brasileiras vão para o final da fila. E a imensa maioria delas nem sequer aparece nas listagens universitárias globais.

Nos principais rankings internacionais, a melhor universidade brasileira (USP), por exemplo, oscila entre 150ª e 200ª posições. Na listagem holandesa Leiden, o cenário é pior: 468º lugar, atrás da UFSC (434º), da UFMG (461º) e da Unicamp (463º).

Falta dinheiro? Para o especialista em ensino superior Renato Pedrosa, da Unicamp, o problema é a gestão da universidade pública brasileira.

Sem flexibilidade para contratar e para comprar material com agilidade, o sistema trava a produção científica e joga as universidades brasileiras para baixo.

"O sistema é engessado. Com concursos e salários padronizados, o Brasil não consegue segurar ou atrair os melhores docentes do mundo."

Hoje, um professor universitário brasileiro no topo da carreira ganha em média U$S 4.550 mensais (R$ 9.000). E, diferentemente do que ocorre nas grandes universidades estrangeiras, o salário não muda com a produtividade.

"A universidade paga a mesma coisa para quem produz muito e para quem não produz nada. O que você acha que vai acontecer nesse caso?", questiona Elizabeth Balbachevsky, especialista em ensino superior da USP.

Salário alto é um dos segredos das universidades chinesas, que conseguem atrair até ganhadores do Prêmio Nobel.

Como em alguns rankings um dos indicadores usados é justamente quantidade de Nobel, o Brasil, sem nenhum premiado, fica para trás. Harvard, a melhor do mundo de acordo com a última listagem de Xangai, tem 44 Nobel.

BANCADA TRAVADA

Não são apenas os salários, porém, que engessam os corredores acadêmicos do país.

De acordo com a geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, a pesquisa também sofre -e muito- com a burocracia.

"Muito do que usamos não é produzido no Brasil. Cada processo de importação é uma papelada enorme", diz.

Quando a Folha conversou com Zatz, um material que ela havia importado estava preso na alfândega há semanas por causa da greve da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Um simples reagente, líquido usado em trabalhos laboratoriais, pode levar até seis meses desde o pedido até chegar à bancada.

"Nos EUA, chega em dois dias. Não dá para competir assim", diz.

(SABINE RIGHETTI)


CONTRAPONTO

Listagens simplificam demais a realidade

FALTA DIFERENCIAR ENSINO DE PESQUISA E CONTEMPLAR A DIVERSIDADE DE ÁREAS

DON F. WESTERHEIJDEN
ESPECIAL PARA A FOLHA

Todos os anos o mesmo frenesi invade universidades em todo o mundo: qual delas é a número um no ranking mundial? Os coordenadores das universidades definem metas de ascensão na classificação; os governos lançam políticas para a criação de "instituições de primeira linha". Mas todos os anos as mesmas reações iradas enchem colunas de jornais e de periódicos acadêmicos, criticando os métodos dos rankings, seus dados e seu impacto.

As pessoas querem saber sobre o ensino superior. Cada vez mais gente tem acesso a ele. Muitos estudantes de primeira viagem e seus pais, bem como pequenas e médias empresas, não sabem quem é quem na educação universitária -como sabem aqueles que tradicionalmente frequentam seus círculos.

Além disso, o sistema de educação superior ficou tão grande e complexo que criou uma necessidade de conhecimento para entendê-lo -intensificada pelo aumento da mobilidade de estudantes entre países. Os rankings satisfazem essa necessidade?

Para mim, os rankings atuais (o ARWU, de Xangai, o THE, de Londres) simplificam demais a realidade. Eles medem instituições muito diversas de ensino e de pesquisa como se todas fossem universidades de pesquisa, dando um só conjunto de informações a todos os usuários.

Os rankings informam simplesmente sobre pesquisa (publicações, citações, pesquisadores famosos) e selecionam apenas as universidades mais fortes nessa área. As instituições de ensino de graduação, que suprem bem as necessidades de muitos estudantes, não têm por objetivo serem líderes em pesquisa, mas só podem entrar nos rankings atuais se se tornarem universidades de pesquisa. Isso é bom para um país? É bom para os alunos?

Os rankings atuais são como tabelas de campeonato de futebol, apresentando listas dos números 1, 2, 3 etc. Desse modo, eles superestimam diferenças muito pequenas: às vezes é preciso muito pouco para o número dois virar número um, e, de modo geral, as diferenças nas posições mais baixas são completamente insignificantes.

O THE e o ARWU propõem agrupar em bloco essas universidades com notas menores -o ARWU a partir da 100ª posição e o THE a partir da 200ª. Isso ajuda um pouco.

Em campeonatos de futebol, as normas dos rankings são rígidas e estáveis (2/1/0 pontos para vitórias/empates/derrotas), mas, nos rankings de universidades, as regras são tão arbitrárias e inconstantes que as instituições mudam de posição sem que tenham feito qualquer alteração real no ensino.

Os estudantes querem informações sobre os diferentes programas de estudos. As empresas querem saber sobre as capacidades de inovação de pesquisadores em suas áreas de atuação. Faltam aos rankings de universidade as duas coisas: contemplar a diversidade de disciplinas e mostrar a diferença entre ensino e pesquisa/inovação.

Recentemente, o ARWU e o THE começaram a divulgar rankings por áreas de conhecimento, com base em indicadores específicos. Continuam amplos demais, mas já é uma melhora.

O ranking alternativo patrocinado pela União Europeia, U-Multirank, procura evitar esses erros. A proposta é disponibilizar dados das universidades para que o usuário faça sua análise na dimensão que quiser, no lugar de apresentar uma listagem resultante de um cálculo que atribui pesos aos dados. A primeira edição deve sair no final de 2013.

DON F. WESTERHEIJDEN é pesquisador sênior do Centro de Estudos de Políticas para o Ensino Superior, da Universidade de Twente, na Holanda.

Tradução de CLARA ALLAIN.


FRASE

"Nos rankings de universidades, as regras são tão arbitrárias e inconstantes que as instituições mudam de posição sem que tenham feito qualquer alteração real no ensino"


Ranking 2012Nome da universidadeUFPúblicaPrivada Qualidade de ensino Qualidade de pesquisa Avaliação do mercado Indicador de inovação Nota total
1 ºUniv. de São Paulo (USP) SP Pública 19,68 54,3819,78 4,9598,78
Univ. Fed. de Minas Gerais (UFMG) MG Pública 16,21 52,5518,1 4,89 91,76
Univ. Fed. do Rio de Janeiro (UFRJ) RJ Pública 16,27 53,0316,85 4,84 91
Univ. Fed. do Rio Grd. do Sul (UFRGS) RS Pública 15,17 52,5716,2 4,79 88,73
Univ. Est. de Campinas (Unicamp) SP Pública 18,24 53,879,17 5 86,28
Univ. Est. Pta. Júlio de Mesquita Filho (Unesp) SP Pública 12,87 52,414,02 4,68 83,97
Univ. Fed. do Paraná (UFPR) PR Pública 7,06 50,0318,06 4,74 79,88
Univ. de Brasília (UnB) DF Pública 9,7 50,313,97 4,37 78,34
Univ. Fed. de Santa Catarina (UFSC) SC Pública 8,78 51,4713,06 4,63 77,95
10ºUniv. Fed. de Pernambuco (UFPE) PE Pública 8,05 48,9215,69 4,47 77,13
11ºUniv. do Est. do Rio de Janeiro (Uerj) RJ Pública 5,61 49,3615,45 3,32 73,74
12ºUniv. Fed. da Bahia (UFBA) BA Pública 2,78 47,9917,66 3,89 72,33
13ºPont. Univ. Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) RJ Privada 6,53 46,913,61 3,82 70,85
14ºUniv. Fed. de São Paulo (Unifesp) SP Pública 5,31 53,148,08 4,16 70,69
15ºUniv. Fed. Fluminense (UFF) RJ Pública 4,43 48,3313,85 3,74 70,35
16ºPont. Univ. Católica do Rio Grd. do Sul (PUCRS) RS Privada 2,95 45,7416,88 4,58 70,15
17ºUniv. Fed. de São Carlos (UFSCar) SP Pública 8,61 51,64,66 4,42 69,29
18ºUniv. Fed. do Ceará (UFC) CE Pública 2,3 49,7311,11 3,13 66,28
19ºUniv. Est. de Maringá (UEM) PR Pública 3,3 47,69,67 4,32 64,89
20ºUniv. Fed. de Santa Maria (UFSM) RS Pública 6,18 49,374,19 3,5 63,24
21ºUniv. Fed. do Rio Grd. do Norte (UFRN) RN Pública 2,81 44,7611,66 3,68 62,91
22ºUniv. Fed. de Viçosa (UFV) MG Pública 5,65 49,073,56 4,53 62,8
23ºUniv. Fed. de Goiás (UFG) GO Pública 1 45,7312,35 2,92 62
24ºUniv. Fed. do Pará (UFPA) PA Pública 3,13 42,811,96 4,03 61,92
25ºUniv. Est. de Londrina (UEL) PR Pública 0,53 44,0211,46 3,95 59,96
26ºUniv. Fed. da Paraíba (UFPB) PB Pública 0 45,499,18 3,42 58,09
27ºPont. Univ. Católica do Paraná (PUCPR) PR Privada 0 38,7515,48 3,5 57,73
28ºUniv. Fed. de Uberlândia (UFU) MG Pública 1,18 46,425,23 4,21 57,04
29ºUniv. Fed. de Pelotas (UFPel) RS Pública 3,82 47,132,69 2,5 56,14
30ºUniv. Fed. de Lavras (Ufla) MG Pública 3,68 47,590,58 4,26 56,12
31ºUniv. Presbiteriana Mackenzie (Mackenzie) SP Privada 0,87 36,315,9 3,03 56,1
32ºUniv. Fed. do Espírito Santo (Ufes) ES Pública 0 43,3510,12 2,05 55,52
33ºUniv. do Vale do Rio Dos Sinos (Unisinos) RS Privada 0,66 36,6713,38 2,79 53,5
34ºUniv. Fed. de Mato Grosso do Sul (UFMS) MS Pública 1 40,249,05 2,79 53,08
35ºUniv. Católica de Brasília (UCB) DF Privada 0 38,7211,43 2,79 52,94
36ºUniv. Fed. de Alagoas (Ufal) AL Pública 0 41,58,86 2,5 52,86
37ºUniv. Fed. de Ouro Preto (UFOP) MG Pública 2,01 43,253,32 4,11 52,68
38ºUniv. Fed. de Juiz de Fora (UFJF) MG Pública 1,24 43,233,94 3,82 52,22
39ºUniv. Fed. de Sergipe (UFS) SE Pública 0,66 39,858,33 3,13 51,97
40ºUniv. de Caxias do Sul (UCS) RS Privada 0 38,019,07 4,03 51,11
41ºUniv. Est. do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) RJ Pública 0 46,750 3,58 50,33
42ºPont. Univ. Católica de Minas Gerais (PUC Minas) MG Privada 0,11 31,3817,8 0,5 49,79
43ºUniv. Fed. do Amazonas (Ufam) AM Pública 0 36,719,37 3,63 49,71
44ºUniv. Fed. do Maranhão (UFMA) MA Pública 0,47 38,148,26 2,29 49,16
45ºFund. Univ. Fed. do ABC (UFABC) SP Pública 0,83 48,170 0 49
46ºUniv. Fed. do Rio Grd. (Furg) RS Pública 2,49 41,433,23 1,76 48,91
47ºPont. Univ. Católica de São Paulo (PUC-SP) SP Privada 2,96 28,5917,05 0 48,6
48ºUniv. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) RJ Pública 1 42,412,83 1,47 47,71
49ºUniv. Fed. do Piauí (UFPI) PI Pública 0 35,469,74 2,5 47,7
50ºUniv. Fed. de Campina Grd. (UFCG) PB Pública 3,33 39,863,4 0,5 47,09
51ºUniv. Fed. de Mato Grosso (UFMT) MT Pública 0 42,384,51 0 46,89
53ºUniv. Est. do Ceará (Uece) CE Pública 0 35,948,62 1,76 46,32
54ºUniv. Est. de Ponta Grossa (UEPG) PR Pública 0 39,695,84 0,5 46,03
55ºUniv. Est. de Santa Cruz (UESC) BA Pública 0 38,814,85 1,16 44,82
56ºUniv. Fed. de Itajubá (Unifei) MG Pública 2,01 37,711,25 3,32 44,28
57ºUniv. Est. do Oeste do Paraná (Unioeste) PR Pública 0 35,146,84 2,29 44,27
58ºUniv. do Vale do Paraíba (Univap) SP Privada 0 40,842,74 0 43,58
59ºUniv. Luterana do Brasil (Ulbra) RS Privada 0 32,379,4 1,47 43,24
60ºUniv. Est. de Feira de Santana (UEFS) BA Pública 0 38,624,14 0 42,76
61ºUniv. Est. do Sudoeste da Bahia (UESB) BA Pública 0 38,72,52 0,5 41,72
62ºUniv. Fed. de Alfenas (Unifal-MG) MG Pública 0 38,121,39 2,05 41,56
63ºFund. Univ. do Est. de Santa Catarina (Udesc) SC Pública 0 33,37,65 0 40,95
64ºUniv. de Ribeirão Preto (Unaerp) SP Privada 0 32,815,42 2,29 40,52
65ºUniv. São Francisco (USF) SP Privada 0 36,622,3 0,5 39,42
66ºUniv. Reg. de Blumenau (Furb) SC Pública 0 25,5810,32 3,03 38,93
66ºUniv. de Fortaleza (Unifor) CE Privada 0 26,39,97 2,66 38,93
67ºUniv. Fed. do Est. do Rio de Janeiro (Unirio) RJ Pública 0,42 33,384,86 0 38,66
68ºUniv. do Extremo Sul Catarinense (Unesc) SC Privada 0 34,661,49 2,05 38,2
69ºUniv. do Vale do Itajaí (Univali) SC Privada 1 28,427,18 1,47 38,07
70ºUniv. de Pernambuco (UPE) PE Pública 0 28,269,41 0 37,67
71ºFund. Univ. Fed. de Cienc. da Saúde de P. Alegre (UFCSPA) RS Pública 0 37,580 0 37,58
72ºUniv. Fed. do Triângulo Mineiro (UFTM) MG Pública 0 370 0,5 37,5
73ºPont. Univ. Católica de Campinas (PUC-Campinas) SP Privada 0 26,610,33 0 36,93
74ºUniv. de Franca (Unifran) SP Privada 0 31,652,12 2,5 36,27
75ºUniv. Fed. Rural do Semi-árido (Ufersa) RN Pública 0 34,480,68 0 35,16
76ºUniv. Fed. do Acre (UFAC) AC Pública 0 32,741,98 0 34,72
77ºUniv. Tecnológica Fed. do Paraná (UTFPR) PR Pública 1 29,231,06 3,32 34,61
78ºFund. Univ. Fed. da Grd. Dourados (UFGD) MS Pública 0 33,880 0,5 34,38
79ºUniv. de Passo Fundo (UPF) RS Privada 0,66 31,581,62 0,5 34,36
80ºUniv. Fed. de São João Del Rei (UFSJ) MG Pública 0 32,460 1,76 34,22
81ºFund. Univ. Fed. do Pampa (Unipampa) RS Pública 0 34,140 0 34,14
82ºFund. Univ. Fed. do Tocantins (UFT) TO Pública 1 30,691,62 0 33,31
83ºUniv. Fed. do Recôncavo da Bahia (UFRB) BA Pública 0 31,790,96 0,5 33,25
84ºUniv. Est. da Paraíba (UEPB) PB Pública 0 27,555,56 0 33,11
85ºUniv. Est. do Centro-Oeste (Unicentro) PR Pública 0 26,253,89 2,92 33,06
86ºUniv. Metodista de São Paulo (Umesp) SP Privada 0 24,986,71 1,16 32,85
87ºUniv. Católica de Pelotas (UCPel) RS Privada 0 30,831,62 0 32,45
88ºUniv. Cruzeiro do Sul (Unicsul) SP Privada 0 30,910,49 0 31,4
89ºUniv. Estácio de Sá (Unesa) RJ Privada 0 23,897,4 0 31,29
90ºUniv. Est. de Montes Claros (Unimontes) MG Pública 0 26,322,82 1,47 30,61
91ºUniv. de Mogi das Cruzes (UMC) SP Privada 0 27,771,03 1,76 30,56
92ºUniv. Guarulhos (UNG) SP Privada 0 26,763,26 0,5 30,52
93ºUniv. Reg. Int. do Alto Uruguai e das Missões (URI) RS Privada 0 29,140 1,16 30,3
94ºUniv. Fed. Dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) MG Pública 0 29,350,94 0 30,29
95ºUniv. Fed. Rural da Amazônia (Ufra) PA Pública 0 29,910,19 0 30,1
96ºUniv. Salvador (Unifacs) BA Privada 0 19,9610,08 0 30,04
97ºUniv. Tiradentes (Unit) SE Privada 0 227,92 0 29,92
98ºUniv. do Est. da Bahia (Uneb) BA Pública 0 20,178,49 0,5 29,16
99ºUniv. Est. de Mato Grosso do Sul (UEMS) MS Pública 0 27,191,93 0 29,12
100ºUniv. do Sagrado Coração (USC) SP Privada 0 27,981,1 0 29,08
101ºUniv. Paulista (Unip) SP Privada 0 12,6116,38 0 28,99
102ºUniv. Metodista de Piracicaba (Unimep) SP Privada 0 25,643,32 0 28,96
103ºUniv. Católica de Pernambuco (Unicap) PE Privada 0 17,7510,51 0 28,26
104ºUniv. de Taubaté (Unitau) SP Pública 0 26,371,43 0 27,8
105ºUniv. do Est. do Amazonas (UEA) AM Pública 0 21,775,97 0 27,74
106ºUniv. Positivo (UP) PR Privada 0 18,728,74 0 27,46
107ºUniv. Feevale (Feevale) RS Privada 0 22,833,7 0,5 27,03
108ºUniv. Norte do Paraná (Unopar) PR Privada 0 15,599,31 2,05 26,95
109ºPont. Univ. Católica de Goiás (PUC Goiás) GO Privada 0 18,058,87 0 26,92
110ºUniv. Gama Filho (UGF) RJ Privada 0,53 23,752,2 0 26,48
111ºFund. Univ. Fed. de Rondônia (Unir) RO Pública 0 23,592,86 0 26,45
112ºUniv. Est. do Rio Grd. do Sul (Uergs) RS Pública 0 25,520 0 25,52
113ºUniv. Fed. de Roraima (UFRR) RR Pública 0 25,210 0 25,21
114ºUniv. Est. do Maranhão (Uema) MA Pública 0 16,577,24 1,16 24,97
115ºUniv. de Uberaba (Uniube) MG Privada 0 21,180,44 3,21 24,83
116ºFund. Univ. Fed. do Vale do São Francisco (Univasf) PE Pública 0 23,530 1,16 24,69
117ºUniv. Católica Dom Bosco (UCDB) MS Privada 0 18,155,15 1,16 24,46
118ºUniv. Nove de Julho (Uninove) SP Privada 0 16,944,41 2,66 24,01
119ºUniv. Reg. do Cariri (Urca) CE Pública 0 22,471,42 0 23,89
120ºUniv. do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) SC Privada 0 19,64,26 0 23,86
121ºUniv. de Santo Amaro (Unisa) SP Privada 0 19,713,51 0 23,22
122ºUniv. de Santa Cruz do Sul (Unisc) RS Privada 0 19,271,82 1,76 22,85
123ºUniv. Anhanguera (Uniderp) MS Privada 0 15,566,89 0 22,45
124ºUniv. da Amazônia (Unama) PA Privada 0 11,5110,79 0 22,3
125ºUniv. do Est. do Pará (Uepa) PA Pública 0 14,487,3 0,5 22,28
126ºUniv. do Est. do Rio Grd. do Norte (UERN) RN Pública 0 19,221,93 0,5 21,65
127ºUniv. Santa Úrsula (USU) RJ Privada 0 21,180,09 0 21,27
128ºUniv. São Judas Tadeu (USJT) SP Privada 0 15,975,23 0 21,2
129ºUniv. do Oeste Pta. (Unoeste) SP Privada 0 20,90,14 0 21,04
130ºUniv. Reg. do Noroeste do Est. do Rio Grd. do Sul (Unijuí) RS Privada 0 19,021,93 0 20,95
131ºUniv. Paranaense (Unipar) PR Privada 0 15,395,33 0 20,72
132ºUniv. Tuiuti do Paraná (UTP) PR Privada 0 13,065,59 1,47 20,12
133ºUniv. do Sul de Santa Catarina (Unisul) SC Privada 0 16,43,09 0,5 19,99
134ºUniv. do Est. de Mato Grosso (Unemat) MT Pública 0 19,480,24 0 19,72
135ºUniv. Est. de Goiás (UEG) GO Pública 0 16,323,25 0 19,57
136ºUniv. José do Rosário Vellano (Unifenas) MG Privada 0 17,751,47 0 19,22
137ºUniv. Bandeirante de São Paulo (Uniban) SP Privada 0 14,921,94 1,76 18,62
138ºUniv. da Região de Joinville (Univille) SC Privada 0 14,73,3 0,5 18,5
139ºUniv. Fed. do Amapá (Unifap) AP Pública 0 17,261,15 0 18,41
140ºUniv. de Cuiabá (UNIC / Pitágoras) MT Privada 0 16,242,08 0 18,32
141ºUniv. Fumec (Fumec) MG Privada 0 98,68 0 17,68
142ºUniv. do Grd. Rio Prof. José de Souza Herdy (Unigranrio) RJ Privada 0 15,811,71 0 17,52
143ºUniv. Est. do Piauí (UESPI) PI Pública 0 11,476 0 17,47
144ºUniv. Vale do Rio Doce (Univale) MG Privada 0 16,730 0 16,73
145ºUniv. Ibirapuera (Unib) SP Privada 0 15,740,46 0,5 16,7
146ºUniv. Católica do Salvador (UCSal) BA Privada 0 6,3210,24 0 16,56
147ºUniv. Veiga de Almeida (UVA) RJ Privada 0 13,142,39 0 15,53
148ºUniv. de Sorocaba (Uniso) SP Privada 0 10,634,84 0 15,47
149ºUniv. de Marília (Unimar) SP Privada 0 11,521,62 2,29 15,43
150ºUniv. Católica de Santos (Unisantos) SP Privada 0 14,360,9 0 15,26
151ºUniv. Camilo Castelo Branco (Unicastelo) SP Privada 0 14,470,14 0 14,61
152ºUniv. Potiguar (UNP) RN Privada 0 4,139,97 0 14,1
153ºUniv. de Rio Verde (Fesurv) GO Pública 0 13,830 0 13,83
154ºUniv. Est. do Vale do Acaraú (UVA) CE Pública 0 10,113 0 13,11
155ºUniv. Salgado de Oliveira (Universo) RJ Privada 0 8,174,78 0 12,95
156ºUniv. Anhembi Morumbi (UAM) SP Privada 0 6,095,38 1,16 12,63
156ºUniv. Santa Cecília (Unisanta) SP Privada 0 11,960,67 0 12,63
157ºUniv. Braz Cubas (UBC) SP Privada 0 12,620 0 12,62
158ºUniv. Est. de Cienc. da Saúde de Alagoas (Uncisal) AL Pública 0 12,060 0 12,06
159ºUniv. Cidade de São Paulo (Unicid) SP Privada 0 11,750,14 0 11,89
160ºUniv. Castelo Branco (UCB) RJ Privada 0 10,181,28 0 11,46
161ºUniv. Nilton Lins (Uninilton Lins) AM Privada 0 9,211,87 0 11,08
162ºUniv. Presidente Antônio Carlos (Unipac) MG Privada 0 6,84,26 0 11,06
163ºUniv. Com. da Região de Chapecó (Unochapecó) SC Pública 0 7,982,99 0 10,97
164ºUniv. do Est. de Minas Gerais (UEMG) MG Pública 0 7,073,44 0 10,51
165ºUniv. Municipal de São Caetano do Sul (USCS) SP Pública 0 7,122,19 0 9,31
166ºUniv. de Itaúna (UI) MG Privada 0 6,572,17 0,5 9,24
167ºUniv. Vale do Rio Verde (UninCor) MG Privada 0 8,720 0 8,72
168ºUniv. Cândido Mendes (Ucam) RJ Privada 0 5,782,9 0 8,68
169ºUniv. Metropolitana de Santos (Unimes) SP Privada 0 8,060,5 0 8,56
170ºUniv. Est. do Norte do Paraná (UENP) PR Pública 0 6,042,46 0 8,5
171ºUniv. Severino Sombra (USS) RJ Privada 0 7,610,14 0 7,75
172ºUniv. do Vale do Sapucaí (Univás) MG Privada 0 6,860,6 0 7,46
173ºUniv. do Planalto Catarinense (Uniplac) SC Privada 0 4,742,71 0 7,45
174ºUniv. do Tocantins (Unitins) TO Pública 0 7,340 0 7,34
175ºUniv. de Cruz Alta (Unicruz) RS Privada 0 6,970,36 0 7,33
176ºUniv. do Contestado (UNC) SC Privada 0 3,323,79 0 7,11
177ºUniv. do Grd. Abc (UniABC) SP Privada 0 5,960,69 0 6,65
178ºUniv. Iguaçu (Unig) RJ Privada 0 5,040,79 0 5,83
179ºUniv. Fed. da Int. Latino-Americana (Unila) PR Pública 0 4,920 0 4,92
180ºUniv. Fed. do Oeste do Pará (Ufopa) PA Pública 0 3,31,06 0 4,36
181ºUniv. Católica de Petrópolis (UCP) RJ Privada 0 3,440 0 3,44
182ºUniv. São Marcos (USM) SP Privada 0 2,870,39 0 3,26
183ºUniv. Fed. da Fronteira Sul (UFFS) SC Pública 0 3,220 0 3,22
184ºUniv. do Est. do Amapá (UEAP) AP Pública 0 1,261,51 0 2,77
185ºUniv. Est. de Alagoas (Uneal) AL Pública 0 0,251,51 0 1,76
186ºUniv. Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp) SC Privada 0 0,520 0 0,52
186ºUniv. da Região da Campanha (Urcamp) RS Privada 0 0,520 0 0,52
187ºUniv. Virtual do Est. do Maranhão (Univima) MA Pública 0 0,470 0 0,47
188ºUniv. Est. de Roraima (UERR) RR Pública 0 0,290 0 0,29