[Prévia] [Próxima] [Prévia por assunto] [Próxima por assunto]
[Índice cronológico] [Índice de assunto]

Re: [ABE-L]: Deu na Folha de São Paulo



Prezados,

Fui um dos Ãltimos mestres em estatÃstica formados pelo IMPA, em 1990. Fui aluno de Kang Ling James e de Maria EulÃlia Vares. Mas tambÃm de Barry James, Ruben Klein, Oscar Bustos, Djalma Pessoa e Bent Jorgensen. Alejandro Frery foi assistente (uma espÃcie de monitor) naquela Ãpoca. Todos no IMPA sÃo dedicados. Desde o mais simples funcionÃrio ao diteror. Lembro bem de uma histÃria que exemplifica bem isso. Uma vez, necessitando de um livro da biblioteca do qual existia somente um exemplar, manifestei a minha preocupaÃÃo a bibliotecÃria sobre o fato de que nÃo conseguÃamos identificar quem estava com ele no momento. Instantaneamente ela comeÃou a demonstrar reais sinais de preocupaÃÃo, como se ela tivesse noÃÃo que aquela era a sua colaboraÃÃo no meu processo de pesquisa. E eu acho que ela tinha mesmo. Isso foi pela manhÃ. No mesmo dia, pela tarde, recebi uma ligaÃÃo em minha casa informando com quem o livro estava, pedindo desculpas pela demora, e garantindo que no dia seguinte ele estaria em minhas mÃos.Â
Tenho muito orgulho de ter estudado lÃ. E aproveito para agradecer a professora Maria EulÃlia por todos os ensinamentos que ela me passou.Â

AbraÃos

Celso RÃmulo.

2012/10/12 gausscordeiro <gausscordeiro@uol.com.br>
Cara Maria,
Â
Bons pontos! Devemos nÃo deixar escapar todos os detalhes da histÃria do IMPA.

Certamente, vocà e Kang Ling, entre outras que nÃo lembro no momento, foram
extremamentesÂimportantes para o desenvolvimento da Probabilidade e EstatÃstica
do IMPA com afeitosÂmultiplicativos em todo o PaÃs.
Â
Quem poderà desconhecer aquela maravilhosa equipeÂde PÃs-GraduaÃÃo de EstatÃstica do IMPA
(acho que os tÃtulos eram conferidos emÂMatemÃtica AplicadaÂse nÃo me engano) tÃo produtiva na segunda
metade dos anos 70 atà o inÃcio dosÂanos 90.Â
Â
Um bom feriado para vocÃ.
Â
Abs,
Gauss

Â

Â

"Ignore, nÃo ligue, nÃo responda. O silÃncio destrÃi qualquer um.ÂO silÃncio fere os tÃmpanos!"

Â


Â

Â




Em 12/10/2012 09:29, Maria Eulalia Vares < eulalia@cbpf.br > escreveu:


Obrigada, Cribari.

Parabens ao IMPA! Com toda certeza, uma instituicao de enorme
sucesso, e fundamental importancia para a Matematica no Brasil e
na America do Sul.

So nao posso me segurar e deixar de comentar um errinho:
ao ler uma materia anterior, acho que na Veja, tinha-se a impressao
que nao teria tido outra mulher no IMPA antes da chegada da colega que
hoje ocupa posicao de pesquisadora. Nesta, o Prof. Camacho fala que houve
'outra' no passado. Nao sei se a ignorada sou eu ou Kang Ling (ou ambas,
pois o numero total pode muito bem ser maior). So tenho certeza que ambas
trabalhamos bastante pela instituicao, e 22 anos representa um bom pedaco
de vida.

Ate lembro que durante um mes da minha licenca maternidade de 3 meses em
1983, foi-me solicitado dar aulas por nao haver um subs tituto.
(Solicitacao que atendi apesar das circunstancias exigirem que a atencao
estivesse com outro foco...)

Saudacoes,

Eulalia



On Fri, 12 Oct 2012, Francisco Cribari wrote:

> Folha de SÃo Paulo, 12 de outubro de 2012
>
> Centro de matemÃtica busca diversidade
>
> Impa, no Rio de Janeiro, faz 60 anos com polÃtica de trazer mulheres para seus quadros e atrair doaÃÃes privadas
>
> Estrangeiros sÃo um quarto da equipe do instituto, que tambÃm organiza olimpÃadas escolares de matemÃtica
>
> Leonardo Wen/Folhapress
> O matemÃtico de origem peruana CÃsar Camacho, 69, posa para foto no Impa, no Rio
> O matemÃtico de origem peruana CÃsar Camacho, 69, posa para foto no Impa, no Rio
>
> FERNANDO MORAES
> ENVIADO ESPECIAL AO RIO
>
> O matemÃtico CÃsar Camacho, 69, fala com org ulho da instituiÃÃo que dirige desde 2003, o Impa (Instituto Nacional de MatemÃtica Pura e Aplicada), mais importante centro de

> pesquisa de matemÃtica da AmÃrica Latina, que completa 60 anos na prÃxima segunda-feira, dia 15.
>
> Nascido no Peru e naturalizado brasileiro, Camacho està no Impa desde os anos 1970. Na entrevista abaixo, ele conta como o instituto criou um modelo" sui generis", que
> inclui buscar pesquisadores de fora do paÃs e o papel de doadores privados, e fala das dificuldades de trazer mais mulheres para a pesquisa em matemÃtica.
>
> [ep.gif]
>
> Folha - Nesses 60 anos, quais foram os principais momentos da histÃria do Impa?
> CÃsar CamachoÂ- O Impa nasceu em torno dos matemÃticos MaurÃcio Peixoto e Leopoldo Nachbin. Logo depois agrega-se ao grupo Elon Lima, retornando do doutorado nos EUA.
> Nos seus primeiros 15 anos o instituto passou um pouco adormecido, d esapercebido. A maneira como esses trÃs matemÃticos recebiam seus salÃrios seria inconcebÃvel hoje. Um

> envelope com dinheiro e sÃ. Nada de recibo, carteira de trabalho.
> A partir do fim dos anos 1960, o Impa passou a ter a possibilidade de contratar pessoas em um nÃmero razoÃvel e tornou-se um lugar atrativo para alguÃm ter uma carreira de
> pesquisa.
>
> Como foi a passagem do instituto para o status de organizaÃÃo social?
> Isso ocorreu em 2000. O MinistÃrio da CiÃncia e Tecnologia havia oferecido esse modelo de administraÃÃo para algumas instituiÃÃes, dentre as quais o Impa. O instituto se
> torna um ÃrgÃo privado que estabelece um contrato de gestÃo com o governo federal. Cria-se um plano de metas que a instituiÃÃo tem de cumprir para ter verbas.
> Tais recursos sÃo administrados pelo Impa com uma liberdade muito ampla. Ao abrirmos nossos concursos internacionais, nÃo temos obrigaà ïÃo de contratar ninguÃm, por

> exemplo, a nÃo ser que encontremos o perfil que estamos procurando. TambÃm nÃo à obrigatÃrio que os candidatos saibam falar portuguÃs.
> As aulas que um pesquisador dà aqui sÃo dois cursos por ano, com uma carga horÃria de trÃs horas por semana. Um professor universitÃrio dificilmente dà menos de dez
> horas/aula semanais.
>
> O Brasil tem, ao mesmo tempo, prestÃgio na pesquisa matemÃtica e nÃveis baixÃssimos em testes educacionais de matemÃtica bÃsica. O Impa faz algo para melhorar isso?
> Esse contraste à porque a ciÃncia brasileira à excelente e foi construÃda com base no mÃrito, enquanto a educaÃÃo brasileira a nÃvel escolar foge da classificaÃÃo pelo
> mÃrito como o diabo da cruz.
> O conselho da organizaÃÃo social, que contÃm uma maioria de membros de fora do Impa, nos questionou sobre o papel do instituto na educaÃÃo. Essa à a origem da OlimpÃada
> Brasileira de MatemÃtica, que coloca o mÃrito dentro da escola.
>
> O Impa, nos Ãltimos anos, vem recebendo doaÃÃes de pessoas fÃsicas. Como isso ocorreu?
> Essas doaÃÃes surgiram inicialmente de maneira espontÃnea. NÃo à que o Impa estivesse precisando de dinheiro e tenha ido bater nas portas. A primeira se transformou na
> cÃtedra ArmÃnio Fraga [por iniciativa do ex-presidente do Banco Central]. E houve outros movimentos.
>
> Por que tÃo poucas mulheres na histÃria do Impa?
> De fato, hà sà uma pesquisadora no momento e houve outra no passado. No Ãltimo concurso para vagas de pÃs-doutorado, dos 175 candidatos, que eu me lembre, havia sà trÃs
> mulheres. Ou seja, nÃo depende sà de nÃs.
> Outro exemplo: na olimpÃada de matemÃtica temos trÃs nÃveis, de acordo com a idade. No primeiro nÃvel, ente os medalhistas de ouro, cerca de 25% sÃo mulheres; no Ãl timo
> nÃvel apenas 9% recebem a medalha. NÃo sabemos explicar o fenÃmeno. Mas queremos mudÃ-lo. No Ãltimo edital mundial que fizemos, para o programa de pÃs-doutorado, dizemos
> que o Impa aprecia a diversidade em todas as suas formas e và com muita boa vontade a candidatura de mulheres.
>
>
> --
> Francisco Cribari-Neto, email: cribari@gmail.com - "All theory, my friend, is grey, but green is life's glad golden tree." --Goethe (Faust)
>
>




--
Celso RÃmulo B. Cabral
Prof. AssociadoÂ
Departamento de EstatÃsticaÂ
Universidade Federal do Amazonas