Recentemente cometi a bobagem de tentar fazer um estágio pós-doutoral nos Estados Unidos via programa Ciência sem Fronteiras. O que aconteceu com estes estudantes de graduação nesta reportagem aí embaixo eu pude sentir na pele. A impressão que dá é que você tem que contar com muita sorte ou então ser bastante diligente para conseguir o seu intento. No meu caso:
1) O meu projeto previa saída para o dia 01/07/2013, mas recebi a carta de aceite da CAPES dia 20/06/2013. Como providenciar uma viajem aos EUA em 10 dias?
2) O termo de compromisso com a minha assinatura e a assinatura do responsável na CAPES só é liberado fisicamente. A CAPES não reconhece cópia digital (como pode isso nos dias de hoje?). Isto atrasa o processo em pelo menos 15 dias;
3) Solicitei uma nova data para início do estágio. Um novo processo deve ser iniciado, com o envio de nova documentação, com cronogramas novos, carta de aceite do supervisor, etc. Pois bem: estes documentos foram extraviados no setor dito competente da CAPES. Tudo poderia ser resolvido se o sistema de atendimento ao bolsista funcionasse. Mas, como diz a estudante na reportagem, só existem 2 possibilidades: escrever e-mails - neste caso você recebe uma resposta padrão dizendo para você aguardar - ou então ligar para um 0800, onde invariavelmente o(a) atendente não entende bulufas sobre o que você está falando. No meu caso, tive que apelar e pedir para a minha amiga Cibele, professora da UnB ir até à CAPES pessoalmente e verificar o que estava acontecendo. Foi aí que descobri que haviam perdido a documentação. Resolvido o problema da documentação, prometeram enviar uma nova carta de aceite, termo de compromisso, etc, por SEDEX. Mas enviaram por correio comum, fazendo com que eu perdesse mais uma semana.
4) Para fazer o pos-doc em uma universidade americana, você precisa enviar uma documentação para a instituição, que leva cerca de 2 meses para ser processada. Só assim você consegue o visto. Como o meu prazo de estágio seria de 6 meses, o tempo que a CAPES me fez perder inviabilizou completamente a concretização do meu projeto. Não sei se outros aqui tiveram melhor sorte, mas esta foi a minha história.
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/10/114-pre-selecionados-no-ciencia-sem-fronteiras-perdem-viagem-china.html
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Celso Rômulo B. Cabral
Prof. Associado
Departamento de Estatística
Universidade Federal do Amazonas