Obrigado, JosÃ
Esse exemplo Ã
interessante sim, eu gosto dele obviamente, e tem mais detalhes do que
coloquei no texto, talvez seja o caso de extender algo. AlÃm do fato de
que jà conhecia o trabalho do Gingerenzer, lembro bem da palestra dele
onde esse exemplo foi central. Na verdade, a diferenÃa entre os dois
lugares tem explicaÃÃo social: nos EUA, quando um homem chega a certa
idade, ele à pressionado pela esposa e outras mulheres a fazer o exame,
na Inglaterra, nÃo. Ou seja, a causa da diferenÃa nem à o sistema de
saÃde, mais socializado ou nÃo. E sim os hÃbitos de cada populaÃÃo.
Criticar o sistema inglÃs à um erro, sugerir mudanÃas de hÃbitos, isso
pode sim fazer sentido, como vocà aponta.
Mas mesmo aà jà ouvi alguns bons argumentos de que o screening
em alguns casos pode fazer mais mal do que bem (nÃo sou especialista,
entÃo nÃo me atrevo a dar um palpite mais forte nesse caso, alÃm de
apontar os problemas) . O problema seria, no caso do exame de prostata,
que haveria uma versÃo do cancer, mais comum, que nÃo traria grandes
riscos a saÃde. Mas, quando detectado precocemente, nÃo seria possÃvel
distinguir e muita gente estaria recebendo tratamentos que tem efeitos
colaterais sÃrios desnecessariamente. Ou seja, seria necessÃrio julgar
caso a caso os ganhos e as perdas. Ou discutir de um ponto de vista
epidemiolÃgico o que causa menos dano à populaÃÃo como um todo. Meu
palpite à que o ideal seria fazer o screening e ter mÃdicos que
entendessem toda a questÃo desse sÃrio problema de tomada de decisÃo, da
forma a recomendar nÃo tratar precocemente alguns casos. Ainda assim,
tem um custo psicolÃgico envolvido, claro. Em resumo, nÃo sei, sà que o
problema à bem mais complexo do que a forma como ele à geralmente
tratado. O que, me parece, vale para quase tudo que nÃs humanos fazemos.
O livro vai ter um bom tanto desse tom.