O PENSAMENTO É GERADO PELO CÉREBRO?
IMPLICAÇÕES NA "INTELIGÊNCIA" ARTIFICIAL
ou
PENSAR, SENTIR, QUERER
IMPLICAÇÕES NA "INTELIGÊNCIA" ARTIFICIAL

AVALIAÇÕES DE PARTICIPANTES

Valdemar W. Setzer
Departamento de Ciência da Computação, IME-USP
www.ime.usp.br/~vwsetzer – esta versão: 5/12/24 - 2

Nesta página encontram-se, em ordem cronológica reversa, as avaliações de participantes das palestras. As partes ilegíveis são anotadas com [?]. Questões: [1] Coisa mais importante aprendida; [2] Maior dúvida que ficou; [3] Comentários. Quando as avaliações são feitas no formulário eletrônico, ainda há as questões: [4] Qual o seu grau de satisfação com essa palestra? (1 - muito insatisfeita/o a 5 - muito satisfeita/o); [5] Aprendeu coisas novas (S - sim, N - Não). Meus comentários estão marcados com RESP.

Ver a apresentação em ppt da palestra. Ver o formulário de avaliação.

4. 3/12/24 palestra remota ("Pensar, sentir, querer etc.") no Ramo Rudolf Steiner da Sociedade Antroposófica no Brasil. Info: Celso Galhardo Monteiro bkcgtudojuntomonteiro at gmail dot com

  1. [1] A reflexão sobre a hipótese de que os pensamentos e ideias não são físicos. A fundamentação me faz acreditar que a hipótese é uma grande verdade. [2] Grande desafio demonstrar com a visão materialista a veracidade da hipótese acima. [3] O tema instiga continua pesquisa. Creio que a cosmovisão de Goethe e a conceituação de Steiner sobre o pensar como experiência superior na experiência deve ser um bom caminho para o aprofundamento. [4] 5; [5] S. RESP.: Acho que a questão de o que há de comum entre todas as representações simbólicas do "dois" não ser algo que possa ser representado simbolicamente (pois senão seria uma das representações) é logicamente irrefutável. Não pude usar conceitos antroposóficos pois a palestra é dirigida ao público geral.
  2. [1] A relação/ interferência que há da tecnologia, em especial a IA com a alma humana (principalmente o Pensar). [2] O q fazer, de concreto, diante dessa realidade assustadora. [3] Eu agradeço muito esses ensinamentos, prof Valdemar, pois temos poucos antropósofos na área da tecnologia que possam nos esclarecer o que é de fato a IA, inclusive o que vem por aí. Obrigada. [4] 5; [5] S. RESP.: Quanto ao que fazer, acho que só há uma solução: para colocar a tecnologia no seu devido lugar (principalmente libertar o ser humano das forças da natureza, interiores e exteriores a ele) é necessário ter um conhecimento profundo do que é o ser humano e a natureza. Na minha experiência, somente a antroposofia fornece esse conhecimento.
  3. [1] O que há realmente por trás deste campo virtual ou , o que Não há. [2] Como proteger o Ser Humano? [3] Minha maior preocupação é como proteger e encaminhar nossas crianças para encontrar um alimento anímico saudável. [4] 5. [6] S. RESP.: So há uma maneira de proteger o ser humano: cada pessoa deve usar os meios eletrônicos apenas para o que é útil e saudável. Mas para isso é necessário conhecer o que é o ser humano de um pouco de vista global, isto é, físico, anímico e espiritual. Podem ser passadas leis, como a recente da Austrália, proibindo crianças de menos de 16 anos usarem redes sociais. Mas não há impedimento de usar a internet e com isso fazer acesso tudo o que é impróprio para essas idades, incluindo jogos eletrônicos e apostas. Além disso, na notícia sobre essa lei está claro que não haverá penalidades para pais e responsáveis que cuidam de crianças e jovens que infringirem a lei. Desse jeito, não vai acontecer nada. Com crianças, a proteção é não dar acesso aos meios. Se elas não tiverem celulares, e nenhum dos meios em seus dormitórios, o uso fora de casa e da escola será muito pequeno, apesar de inevitável. Mas se as crianças são pequenas (menos de 14 anos), os pais e responsáveis não devem usar os aparelhos na frente delas, pois elas não podem compreender porque não podem usar algo que aparentemente não faz mal. Podem ser dados celulares sem acesso à internet, para serem usados apenas como telefone.
  4. [1] Como não estou muito familiarizado com a linguagem computacional desconhecia os TOKENS que trabalham aparentemente como vetores buscando informações. O mais importante é a comprovação de que não há máquina ou ferramenta que possa tomar decisões como os seres humanos a tomam através do seu livre arbítrio. Vide observações abaixo. [2] Penso que teremos que conviver com essa tecnologia inevitavelmente, e para que possamos ter informações sobre os bons usos e os perigos de se adotar os resultados como verdades sem análise crítica dos mesmos, teríamos que "educar" a todos de forma a desmistificá-la e poderem utilizá-la como outra ferramenta qualquer, e isso é um grande desafio que não imagino como contornar. [3] Essa ferramenta como mencionei anteriormente, baseia-se em um grande número de informações sobre o que já é conhecido, ou seja, é um grande banco de dados do passado, que deve ser alimentado constantemente para se manter atualizado. Os resultados de consultas em áreas específicas devem ser orientativos e com a devida interpretação daquele que pesquisou, e não adotá-los como uma verdade absoluta. Uma máquina nunca poderá substituir o pensamento, a criatividade e o livre arbítrio do ser humano. [4] 5. [5] S. RESP.: Cada token que, simplificando, é uma representação numérica de uma palavra, é localizado como ponto em um gráfico. O vetor une a origem desse gráfico à localização do ponto. Assim é possível calcular a distância entre dois tokens. Por exemplo, os felinos ficam agrupados, e os caninos em outro grupo. A distância entre tokens de dois felinos é bem menor do que a distância entre um felino e um canino, e vice-versa. Não é só o livre arbítrio na decisão do que pensar em seguida; meu primeiro argumento foi de que as ideias não são representações físicas, e como o pensamento interage com as ideias, ele não pode ser físico. Acho que a educação formal deveria prover os alunos de bastante cultura, e interessá-los a adquiri-la. Além disso, é fundamental educar para que tenham um pensamento flexível e não bitolado (os fundamentalismos e fanatismos crescentes são resultado de pensamentos bitolados e sem bom senso). Finalmente, a tecnologia só será colocada em seu devido lugar se houver uma concepção ampla do que é o ser humano, abrangendo sua alma e seu espírito. Eu acho que à medida em que aumenta a quantidade de textos de um grande processador de linguagem, aumenta o número de ambiguidades, resultando no que o pessoal da área denomina de resultados "alucinados". Acho que será impossível haver gente suficiente para detectar essas "alucinações", melhorando os sistemas. Quem sabe assim como a internet possibilitou o crescimento exponencial dos crimes virtuais, talvez a ponto de torná-la inviáve um dia, quem sabe haverá um crescimento exponencial das "alucinações" e aí os grandes modelos de linguagem se tornarão inviáveis. Enquanto isso, vão convencendo os incautos...

3. 25/11/24 palestra remota, aberta ao público, promovida pela Sinagoga Israelita do Brás, São Paulo, dentro do curso "O valor da educação". Info: Prof. Simão Priszkulnik spritudojuntosz aa gmail ponto com. Questões [4] 100% 5; [5] 100% de Sim.

  1. [1] Queria ouvir sobre o que o sr. falou sobre conceitos, sentimentos, ideias, sensações e cognição. Li o artigo e achei muito interessante. [2] Estava pensando sobre espiritualidade, ou não materialismo e religião. Eu não sou adepto de nenhuma religião, mas estou tentando me posicionar como acreditando no não materialismo. [3] {Vazio}. [4] 5. [5] S. RESP.: Praticamente todas as religiões instituídas deveriam ser consideradas como insatisfatórias por uma pessoa que está dentro de nossa época. Isso se deve ao fato de as religiões dirigirem-se essencialmente a sensações e sentimentos, e não à compreensão. O ser humano moderno deveria querer compreender, e não se satisfazer com imposições do modo de pensar, com dogmas etc. Mas reconheço que há muita gente que não procura compreender o ser humano e o mundo, e se satisfaz em sentir-se bem nos cultos e na comunidade religiosa, e gostar deles. Hoje épossível compreender o mundo espiritual. Tentei mostrar alguns aspectos disso na minha palestra, que foi espiritualista mas não religiosa. Adotei uma atitude científica, ampliando o método científico. Para isso, sugeri que as pessoas usassem seu pensamento e chegassem às mesmas conclusões, e reconhecessem que têm certas atividades interiores que todas as pessoas sadias podem ter. Isso dá uma objetividade e universalidade às ideias que expus.
  2. [1] Na minha opinião, o mais importante que aprendi, é que o pensamento é um órgão de percepção do mundo não físico das ideias. [2] Acho que nenhuma, Professor. Achei tudo muito claro e muito bem explicado. Obrigado. [3] Na minha área de pesquisa possuo especial interesse no assunto "Ninguém sabe, nem pode saber, como sistemas de IA generativa funcionam", mas acredito que esse seja um assunto para outra palestra! [4] 5. [5] S. RESP.: Sim, a questão do pensamento é muito importante. Mas acho que muito importante foi também o fato de termos possibilidade de determinar o próximo pensamento, em um ato de liberdade interior, o processo cognitivo, a caracterização de sensações e sentimentos e o fato de máquinas jamais os terão, bom como o nosso pensamento. Veja a apresentação em ppt para a parte que pulei, e poder pensar mais calmamente nos vários tópicos. Quanto ao fato de não se poder saber como os sistemas generativos de IA chegam aos resultados, acho que toquei o suficiente nesse tópico. Numa palestra só sobre isso eu poderia entrar em detalhes técnicos de como esses sistemas funcionam (redes "neurais" e cálculo da "distância" entre palavras).
  3. [1] Que nada substitui o livre arbítrio, nossa imagem e semelhança de D'us. [2] Na questão do slide 34, sobre os átomos, minha ideia era um pouco diferente.imaginava que a própria obsrevação das partículas subatômicas já eram o suficiente para modificar o estado do átomo, entretanto, não sou da área, então posso ter pensado errado. [3] Foi uma das palestras mais lindas que eu já assisti! Muito obrigada por seu tempo conosco! [4] 5. [5] S. RESP.: De fato, o livre arbítrio é uma distinção fundamental entre seres humanos, animais e máquinas. Mostra que não somos seres puramente físicos, pois a librdade não pode advir da matéria, que é inexoravelmente sujeita a "leis" e condições físicas. Eu não uso a entidade Deus em meus artigos e palestras, pois não é necessário apelar para ela, que se tornou mera abstração. Examinar o ser humano, como qualquer pessoa pode perceber em si própria, é suficiente para mostrar, por exemplo, que temos algo de espiritual dentro de nós, irredutível para processos físicos. Reconecer, pelas evidências, que temos o espírito dentro de nós é mais concreto do que admitir entidades espirituais fora de nós (não estou negando que elas existem). Eu inseri mais um slide no começo, portanto agora é o 35. O que você colocou sobre o átomo está correto; eu disse a mesma coisa com outra formulação. Qualquer observação de algo exige que se extraia energia dele, ou se insira e extraia energia. Mas o mínimo quantum de energia que se introduza ou se retire de uma partícula sub-atômica ou de um átomo muda seu estado natural. Agora vou adiantar algo que não falei: como os átomos são e serão desconhecidos em seu estado natural, pode-se supor que eles não são físicos. É como a luz: ela é invisível até que interaja com a matéria. Pode-se supor que a luz seja espiritual.
  4. [1] Estruturação racional para o pensamento não estar no cérebro. [2] O contexto apresentado ficou claro. Li o artigo e achei muito interessante. [3] Fiz meus comentários ao final da apresentação. acrescento apenas que, talvez, o conteúdo pudesse ser transmitido de forma mais concisa. [4] 4. [5] S. RESP.: Eu acho que uma de minhas missões na Terra, talvez a principal, seja mostrar que o materialismo não se sustenta, e que existe uma boa alternativa para ele, que não está nas religiões (apesar de reconhecer que certas pessoas necessitam de alguma religião, e isso deve ser respeitado). Uma das maneiras que desenvolvi de mostrar que o materialismo não se sustenta é dar evicências fortes para o fato de o pensamento não ser gerado pelo cérebro, um dos fulcros do materialismo. Para isso, usei uma extensão da ciência natural: vivências que qualquer adulto saido pode ter, e que têm, assim, um caráter de objetividade e universalidade, como é exigido pela ciência. Coloquei isso no artigo que talvez seja o que você leu:
    www.ime.usp.br/~vwsetzer/conceito-cerebro.pdf
    Quanto à palestra poder ter sido mais concisa, sempre que eu revejo uma apresentação, começo com a intenção de diminuí-la, mas acho tudo muito importante e acabo aumentando... Talvez seja minha técnica didática, de dar exemplos e tentar ser bem claro. O que é suscinto perde em amplitude e clareza.

2. 21/9/24 palestra presencial e remota aberta ao público, no Encontro Espiritualidade e Tecnologia - Inteligência Humana e Inteligência Artificial, no Espaço Cultural Rudolf Steiner da Sociedade Antroposófica no Brasil. Info: Rogério y. Santos rogerioytudojuntosantos arr gmail dot com

  1. [1] Como explicar a diferença de ideia e conceito. Esperança e motivação para seguir. [2] Fico com as questões de como escalar para acessar, sem perder a verdade e o que é bom. Não sei muito nominar as questões. [3] Pensei sobre o "fim do capitalismo" que talvez hoje até o capital está a "serviço" dos dragões das máquinas. Vai mais longe, mas ainda não organizei essa ideia, ou melhor, os conceitos, para explicar essa ideia. RESP..: Não entendi o "como escalar para acessar". Talvez "escalar" como "elevar-se"? Nesse caso, tem que ser um trabalho individual, dentro de si mesma/o. Mas acho que isso só é possível quando se tem uma noção bem clara da constituição suprassensível do ser humano, como a dada pela antroposofia. Baseado nisso, é fundamental ter uma noção clara do que é bem e o mal. Por exemplo, se se considera que o ser humano deve desenvolver a sua liberdade, é um mal cercear a liberdade de uma pessoa adulta, sadia e responsável. Agora, se "escalar" significa divulgar amplamente as minhas ideias, não acho isso possível. Os cientistas e intelectuais são em geral preconceituosos, não querem deixar o dogma do materialismo e nem mesmo conhecer outras formas de pensar. A população em geral não se interessa por compreender, quer ter sentimentos agradáveis. O capitalismo não terá fim, pois baseia-se na liberdade, no caso, de ser um/a empreendedor/a econômico/a sempre a serviço do egoísmo. Essa liberdade acaba irradiando para outras áreas fora da economia, como a liberdade de expressão, que corresponde a um anseio generalizado da humanidade de hoje (apesar de cerceada nas inúmeras ditaduras). A única maneira de se diminuir ou eliminar o egoísmo é pela educação e pela eliminação da competição (que é antissocial, pois quem ganha fica feliz, às custas de quem perde e fica pelo menos frustrada/o).
  2. [1] O pensamento não é físico e/mas "trabalha" em conjunto com o cérebro para construir o conceito. [2] {Vazio}. [3] O crescimento da tecnologia desde o século passado busca aproveitar-se da fragilidade e pouca educação do ser humano para que as forças adversárias se sobressaiam. A educação e a espiritualidade são importantes para viver [?] com a força micaélica e em paz. RESP..: Não, eu disse que o cérebro serve para "espelhar" o pensamento para a consciência, e portanto termos consciência do que pensamento. Sim, na minha teoria os conceitos são produzidos pelo pensamento. Ele entra em contato com as ideias e aí formula conceitos que as exprimem (mas não são elas próprias!). Sim, as forças adversas estão conseguindo que as máquinas e a tecnologia sejam usadas principalmente para o mal, isto é, contra o desenvolvimento da humanidade.
  3. [1] Pensamentos não são físicos, não são produzidos pelo cérebro. O cérebro é parte do processo. Sentimentos e sensações são individuais e subjetivos. IA pode significar o fim do futuro. Somente a vontade humana pode mudar isso. [2] Ainda não consigo ter dúvidas. Talvez: o que fazer? Como podemos lidar com tudo isso de forma a preservar a cultura humana. [3] {Vazio} RESP..: O cérebro é parte do processo no sentido de termos consciência do que pensamos. Sobre o que fazer: deve-se começar individualmente, em si própria/o. Depois, irradiar para outras pessoas. A cultura humana não deve somente ser preservada, ela deve progredir positivamente. Se a questão é como lidar com a tecnologia, como eu disse, o primeiro passo é compreender como funciona e seu efeito nos seres humanos. Esses efeitos só podem ser compreendidos de maneira global se há uma compreensão do que é o ser humano, inclusive do ponto de vista suprassensorial. Somente com compreensão a tecnologia pode ser colocada em seu devido lugar: libertar o ser humano das forças da natureza fora e dentro de si mesmo.
  4. [1] O pensamento não é um processo físico. Mundo das ideias. Ideia é uma entidade. O ser humano pode ter ideias originais. Compreender é associar percepção correta à sua ideia correta. Temos Liberdade no nosso querer. O corpo físico (cérebro) reflete uma atividade mental para a nossa consciência. Máquinas são sub naturais. A essência da vontade prepara o futuro. [2] Como viver plenamente e em liberdade? Como viver em comunidade virtual de pessoas? Compreendendo o eu do outro via máquinas? Qual a diferença de um evento presencial e o mesmo via internet? [3] Considero excessivas as declarações do Valdemar, de "certezas" que a ciência "não sabe" dezenas de assuntos e "nunca saberá". Excesso de afirmativas... "tudo bem", "deixa prá lá". Palestra muito longa, é difícil manter a atenção e compreensão portento tanto tempo. RESP..: Viver em liberdade significa poder fazer o que a consciência dita. A diferença entre presencial e internet é que a interação pessoal é muitíssimo mais rica, envolvendo elementos que são perdidos em uma transmissão via internet. No entanto essa transmissão permite que pessoas se comuniquem remotamente, o que pode ser uma necessidade - mas, se possível, não devia ficar só nisso. Grande parte das minhas certezas não são intuições, são devidas a fatos, por exemplo, o fato de que para examinar uma partícula atômica ou sub-atômica, é necessário extrair energia dela, eventualmente inserida previamente, mas o mínimo quantum de energia que se insere ou se extrai de uma partícula atômica muda seu estado. Portanto, jamais a ciência, com seu paradigma atual, saberá o que é uma partícula atômica e portanto o átomo. Já conferi isso com alguns físicos, e todos concordaram comigo. As evidências para o pensmento não ser físico são muito fortes, e me dão a certeza disso. Como a ciência corrente só lida com fenômenos físicos, tenho que ter certeza que desse jeito ela jamais saberá o que é o pensamento; idem para as sensações sentimentos, como expliquei. E assim por diante, com outras certezas. Já está mais do que na hora de todas as pessoas reconhecerem que a ciência tem limites. Até a matemático os tem! Não entendi a objeção quanto ao "tudo bem". O "deixe para lá" eu falei algumas vezes pois decidia não entrar em algum assunto, o que iria fazer a palestra durar muito mais - mas eu sempre disse que poderia tratar do tal assunto depois da palestra. Sim, a palestra é muito longa demais. Tentei encurtar, e sempre achava que cada tópico era importante. Quem sabe você poderia sugerir o que cortar (veja a apresentação em ppt). Mas você conseguiu captar muitos dos pontos importantes! Agora estude a apresentação em ppt para absorver melhor os conceitos expostos, e as ideias subjacentes...
  5. [1] O mais importante foi ter compreendido o papel do cérebro no espelhar dos conceitos. [2] Muitas. [3] {vazio}.
  6. [1] Gostei muito de poder conhecer como é a aproximação dos estudos de Rudolf Steiner com a IA atual. [2] Queria entender um pouco mais dos pensamentos de Rudolf sobre IA e ensino, educação no primeiro setênio. [3]. {Vazio}. RESP.: O mais importante é reconhecer que o pensamento, as sensações, sentimentos e vontade não são fenômenos físicos no ser humano. São acompanhados por fenômenos físicos. Se não são físicos, jamais poderão ser exercidos por máquinas, que apenas podem simulá-los. Um pensar micaélico é o pensar imbuido de sentimentos, como a compaixão, a empatia, o respeito etc. que as máquinas jamais terão. O resultado é que os computadores tratam seres humanos como máquinas, com absoluta frieza e sem individualidade. Quando à IA na educação, ela absolutamente não tem lugar no ensino básico, pois ele deve ser fruto de relação humana, por exemplo entre aluno e professor. Nâo se deve incentivar o uso da internet por parte das crianças e adolescentes, pois eles não têm as 4 capacidades que eu aponto como essenciais para o bom uso de qualquer tecnologia, especialmente os computadores: 1. Muito conhecimento; 2. Muito discernimento; 3. Muito autoconhecimento; 4. Muito autocontrole. Crianças e adolescentes vão usar mal, e o risco de ficarem viciados é muito grande. Minha recomendação é adiar-se o máximo possivel o uso dos aparelhos (pelo menos até os 14 anos) até o adolescente começar a compreender os perigos e a começar a poder usar bem. Mesmo assim, os perigos são enormes – note como os adultos não estão se controlando. Leia meu artigo
    www.ime.usp.br/~vwsetzer/meios-e-pedago-Waldorf.pdf

1. 20/9/24 palestra remota nos Seminários de Estudos em Epistemologia e Didática (SEED)/Seminários de Ensino de Matemática (SEMA) da Faculdade de Educação da USP (FEUSP). Info: prof. Nilson J. Machado njtudojuntomachad arrob usp pt br e Marisa Ortegoza da Cunha marisa pt ortegoza no gmail pt com1.

  1. [1] Ainda estou refletindo do que foi mais importante a consciencia e o pensamento. [2] Se a consciência é o pensamento. [3] Não sei como expressar como foi bacana. [4] 5. [5] S. RESP.: Como eu disse, considero o mais importante o pensamento, pois tudo, absolutamente todos os objetos e seres vivos no mundo têm um pensamento subjacente, sua essência. Quando você olha para uma porta, e diz "isso é uma porta"! você entrou em contato com a essência do objeto. Se você diz a uma pessoa "por favor, feche a porta" ela entende o que você disse pois entrou em contato com a essência daquela porta, na minha nomenclatura a ideia de porta -- não interessam as características particulares da porta, essa mesma essência, ideia, está subjacente a todas as portas. Além disso, a pessoa entrou em contato com a essência, a ideia de "fechar", que se aplica a tudo o que pode ser fechado. A pessoa compreendeu o que você quis dizer pois associou (na minha nomenclatura) os conceitos, as palavras, às suas essências, à suas ideias. Se ela nunca tivesse visto uma porta (por exemplo, uma pessoa de uma tribo originária), ela não compreenderia a palavra "porta", pois não consegue associar essa palavra a um conceito. Aliás, como você iria falar "porta", quem sabe na língua dela, se para a tribo não existem portas? Isso mostra que, usando portas, é necessário criar um conceito para que se possa entrar em contato com a ideia.
  2. [1] Provavelmente, as ideias mostrando os perigos da IA. [2] Não diria dúvidas. Gostaria que se aprofundasse a discussão sobre prós e contra a IA. [3] Não concordo em nada com sua hipótese de que o pensamento não é originado no cérebro. (Como já deixei claro na outra vez que fiz uma avaliação de sua palestra, nunca haverá acordo entre minha posição materialista e suas ideias de transcendência.) Embora reconheça que você tem argumentos em favor da hipótese não me parece que tais argumentos levem a concluir que o pensamento não se origina no cérebro. (Se sua ideia fosse um teorema, eu diria que não você não conseguiu demonstrá-lo.)
    Por outro lado, acho que sua percepção dos perigos da IA é bastante importante. Você falou que deveria atualizar um livro que escreveu sobre isso e eu acho que deveria fazê-lo. Há mais gente preocupada com a IA, basta ver como STE brasileiro coloca restrições à IA na propaganda eleitoral. Um vídeo que circula na internet com uma avaliação do best-seller Yuval Harari é muito interessante (é uma entrevista para a CNN) e recomendo.
    As inovações são sempre assustadoras. Os "perigos" dos registros escritos (algo recente há 2500 anos) têm eco em Platão. Os perigos da televisão foram exagerados por McLuhan embora tivessem um fundo de verdade. É provável que exageremos no caso da IA, mas ela parece perigosa mesmo. Reitero que você deveria pensar no livro a que se referiu na palestra. [4] 5. [5] S. RESP.: Estou à disposição para conversarmos pessoalmente ou em uma sessão remota sobre IA ou qualquer outro assunto, enventualmente sobre o que eu falei na palestra. Você viu que eu expressei coisas novas para você, como respondeu no item [4]. Agora a seus comentários, que agradeço imensamente.
    Sobre o pensamento não ser originado no cérebro. Veja, não é possível provar cientificamente que ele é originado no cérebro ou que não o é. Portanto, a hipótese de que não é não contradiz conhecimentos científicos de hoje (e na minha opinião, nem do futuro - já está mais do que na hora de cientistas admitirem os limites da ciência, y que los hay, los hay, muchos! Eu sugeri vivências pessoais, em que cada um pode vivenciar que seu pensamento não se origina no cérebro. Para isso usei 4 argumentos.
    Vamos pegar o primeiro. Mostrei várias representações synbólicas do numeral 2: 2, II, ii, .., dois, dos etc., que denominei de conceitos formais. Você consegue supor que há algo em comum entre todas as representações simbólicas do 2? Acho que sim. Ocorre que esse algo em comum não tem representação simbólica, pois qualquer representação não é o que há de comum, é simplesmente uma representação simbólica. Denominei esse algo em comum da ideia do numeral dois. Aí fiz um pulo: se não há representação simbólica desse algo comum, ela não pode estar armazenada no cérebro. Mas nós pensamos nela. Chamei a atenção de que quando se usa representações simbólicas do dois, ou de qualquer numeral, p.ex. "dois mais três igual a cinco", nós não usamos essas representações, esses conceitos, mas sim as ideias correspondentes de "dois, "mais", "três", etc. Mas se ideias de representações simbólicas não podem estar armazenadas no cérebro, e pensamos sobre elas, isso significa que nosso pensamento deve ter alguma qualidade que não pode estar armazenada ou se originar do cérebro. Você poderia contradizer o que escrevi?
    Na palestra, ainda usei outros argumentos, por exemplo o fato de que podemos vivenciar termos liberdade no pensamento, pois podemos determinar nosso próximo pensamento (o exercício do mostrador). Novamente, não posso provar cientificamente isso, é algo que deve ser vivenciado por cada pessoa (isso é uma extensão da ciência corrente). Tenho certeza de que você pode ter essa vivência. Nesse caso, não é o cérebro que determina o que você vai pensar, pois senão não poderia decidir o que pensar em seguida; mostrei que a liberdade está na decisão do que pensar, e não no pensamento, daí as sábias expressões "livre arbítrio" e free will.
    Chamei a atenção de que a matéria está inexoravelmente sujeita a leis físicas, portanto da simples matéria não pode advir liberdade - e mostrei minha teoria de como algo não físico pode atuar sobre o mundo físico sem violar leis físicas, usando o exemplo da célula: a decisão de uma transição física entre várias fisicamente não deterministas. Esqueci de dizer na palestra que os neurônios também não são deterministas: é sabido que com um certo estímulo, um neurônio às vezes dispara, outras vezes não dispara.
    Quanto ao teorema, é óbvio que não consegui demostrá-lo, pois não se trata de um teorema, que é sempre expresso em conceitos formais. Tratou-se de uma vivência que qualquer pessoa pode fazer (estou 100% seguro disso).
    Obrigado por me incentivar a atualizar meu livro sobe "I"A. Vi o vídeo do Harari, talvez seja o mesmo. Mas não sei se você percebeu que tenho argumentos bem diferentes dos usuais, por exemplo, já que no meu entender pensamentos, sensações e sentimentos não são físicos, máquinas jamais os terão. Eu também afirmei que computadores fazem escolhas lógicas, e que os seres humanos, além delas, podem tomar decisões que não podem ser expressas logicamente, muito menos quantificadamente como se passa nos computadores. Não lembro se dei um exemplo: suponha que você encontre uma pessoa ou animal sofrendo, e que você tenha compaixão (um sentimento!) dela/e. Aí você pensa nas causas do sofrimento, pensa em ações que você poderia tomar para aliviar as causas e/ou minorar o sofrimento. Seu pensamento foi enriquecido pelo sentimento de compaixão, e até por imaginar que, com sua ação, ela poderá sofrer menos. Jamais máquinas vão ter compaixão genuína – podem até simular uma, produzindo um rosto que indique compaixão (será que existe uma tal feição?). Mas simulação não é a realidade.
    Não acho que se deve comparar registros escritos com a "I"A. Platão foi contra os livros pois temia que eles iriam diminuir a capacidade da memória – o que aconteceu, imagine o Homero recitando de cor toda a Ilíada e a Odisseia, e os ouvintes lembrarem-nas para muito depois registrarem as histórias por escrito! O ser humano era bem diferente naquelas épocas, e a memória também era diferente (por exemplo, era comum admitir a existências de seres divinos, sem corpos físicos – mas isso já estava degenerado, pois nos mitos divinos gregos os seres divinos ("imortais") comportavam-se como seres humanos, com os mesmos problemas psicológicos.
    É importante reconhecer que a escrita deu uma enorme liberdade ao ser humano. Ao contrário, a "I"A está cerceando a liberdade, induzindo as pessoas a pensarem de certas maneiras -- a propaganda já fazia isso, mas era reconhecida como propaganda. A "I"A generativa parece uma pessoa escrevendo ou falando! É a própria enganação! Chamei a atenção para o perigo de se delegar às máquinas decisões humanas.
    Quanto ao Harari, li todos os 3 livros dele (acho que há um recente, que ainda não li). Sinto muito, mas acho que ele não sabe o que é matematicamente um algoritmo. Ele confunde algoritmo com programa de computador.
    Compreendo e respeito seu materialismo. Mas acho que você não está conseguindo se libertar do que foi induzido a pensar, pela educação formal que todos tivemos. Sou espiritualista porque as evidências da existência de algo transcendental -- até nas plantas! -- são muuuuito fortes, em mim (como mostrei na palestra, e que todos podem vivenciar) e no exterior (o que houve antes do estapafúrdio big bang? O que há além dos limites do universo, o nada? E o que é e até onde vai o nada? Sou espiritualista porque conheço uma teoria espiritualista que é fantasticamente abrangente, explica muitos fenômenos não explicados pela ciência, é coerente, não contradiz fatos científicos (pode contradizer julgamentos científicos), e tem aplicações práticas de sucesso no mundo todo. Isso tudo me dá uma confiança muito grande de que ela é verdadeira. E me faz ter pensamentos bem diferentes dos usuais, principalmente humanistas, como todos do seminário já devem ter percebido.
    Finalizando, reitero meu convite para fazermos uma conversa pessoal ou remota, só entre nós ou aberta para outras pessoas poderem participar. Se for remota, eu posso agendar uma sessão do Zoom ilimitada. É só combinarmos data e hora -- mas com bastante tempo, podendo ser mais de uma sessão ou reunião.
  3. [1] Que o cérebro sozinho não gera o pensamento, mas que cada pessoa é um veículo único. [2] Platão aprendeu com Sócrates que nós vamos apenas descobrindo o que já existe mas para o intuicionismo de Poincaré nós vamos também construindo. O que há não é uma parceria entre nós, seres biológicos, e o mundo das ideias? [3] Eu esperava que alguém apresentasse alguma visão alternativa, talvez o Bedaque, que ficou com dor de cabeça. [4] 4. [5] Sim. RESP.: Cada pessoa tem uma individualidade superior, única, mas de mesma natureza que todas as outras individualidades. Os animais não têm essa individualidade superior; a espécie a tem. Nesse sentido, cada ser humano é como se fosse uma espécie animal. Matando-se um animal, a espécie continua existindo; outros animais da mesma espécie nascerão com as mesmas características típicas da espécie. Mas quando um ser humano morre, nunca mais haverá a confluência da sua individualidade superior com o corpo e ambiente em que ela existiu; é como se morresse toda uma espécie animal. Sim, há uma corrente que acha que o ser humano não introduz nenhuma ideia nova no mundo não-físico das ideias, apenas descobre o que já existe lá. Eu tendo a achar que o ser humano pode introduzir novas ideias no mundo das ideias, por exemplo quando ele inventa uma nova máquina. Escrevi isso na grande extensão que acabei de fazer no artigo, que agora tem o título "Conceitos, ideias e o cérebro", em
    www.ime.usp.br/~vwsetzer/conceito-cerebro.pdf
    Gostaria de receber sugestões e críticas sobre esse artigo. Tenho uma intuição forte de que estou correto.
    Sim, interagimos com o mundo das ideias, o mundo espiritual. Tudo o que pensamos fica gravado lá, pois existe uma memória universal, como cada pessoa tem a sua – que não é física (há várias evidências disso). Assim se pode compreender como descobertas são feitas simultaneamente sem que os descobridores tivessem trocado ideias, como foi o caso da teoria da seleção natural de Russel Wallace e de Darwin. Em certas vivências da quase morte a pessoa diz que viu toda sua vida como se fosse numa tela, a chamada "visão do panorama" (da vida). O corpo físico não estava mais impedindo o acesso à memória total, que não está nele.
    Eu esperava que outra pessoa reagisse; aliás, ela escreveu o comentário da avalição 2 logo acima. É uma pena que não consigo a concordância para termos uma sessão só de bate-papo; eu poderia agendar uma sessão ilimitada para isso, se não for uma sessão extra do seminário, mas com muuuito tempo para conversarmos, pelo menos 3 horas.