Apresentações acontecem às segundas e terças às 20h, com sessões extras às sextas e sábados
O Grupo de Teatro da Poli (GTP) traz ao palco duas peças que refletem as marcas deixadas pela Ditadura Militar no Brasil. As apresentações ocorrem nas segundas e terças, às 20h, e conta com sessões extras às sextas e sábados.
Os espetáculos, intitulados “Lembrar é Resistir”, de Analy Alvarez e Isaías Almada, e “Bailei na Curva”, de Júlio Conte, fazem parte de uma breve temporada dedicada à memória e à resistência, no marco dos 60 anos do golpe militar de 1964. O evento é uma oportunidade de reviver e refletir sobre o poder da arte em tempos de repressão e violência institucional.
As entradas são gratuitas e as apresentações acontecem no Centro Cultural Politécnico. Av. Almeida Prado, 128 – Butantã. Biênio, Poli-USP.
Confira as datas e horários abaixo:
Lembrar é Resistir
O texto de Analy Alvarez e Isaías Almada retrata recordações dolorosas de um período que, apesar das cicatrizes do tempo, ainda machucam e envergonham. O texto teatral, que aborda o periodo militar, não se apresenta para reabrir feridas, que a generosidade da anistia nos impõe esquecer, mas como garantia de que o desrespeito aos direitos humanos e a intolerância, seja ela política, racial, de sexo ou de qualquer outro tipo, nunca mais tenham espaço em nossa sociedade. O teatro, como forma de resistência cultural durante a ditadura militar, questionava o regime. A censura às manifestações artísticas no período pretendia silenciar a resistência à violência que se implantava no país.
Datas e hoŕarios:
• Novembro: Segundas-feiras (11, 18 e 25), às 20h00;
• Dezembro: Segundas-feiras (02 e 09), às 20h00; e sessões extras na sexta-feira (06), às 20h00, e no sábado (14), às 14h00.
Bailei na Curva
O texto teatral de Júlio Conte expõe a trajetória de sete amigos, vizinhos na mesma rua, em abril de 1964. Como pano de fundo, impõe-se uma forte realidade: um golpe militar, em um país democrático da América Latina. A peça expõe essa vivência, desde a infância até a vida adulta, que mexeu com os sonhos e a esperança de toda uma geração. Escrita em meados dos anos 80, a peça ainda se mantém atual, tendo em vista os últimos anos de ataque às instituições democráticas do país.
A peça desenha, ao mesmo tempo, um quadro divertido e implacável da realidade. Divertido sob o ponto de vista da pureza e ingenuidade das personagens que, durante sua trajetória, enfrentam as transformações do final da infância, adolescência e juventude. Implacável graças às consequências de um Golpe Militar que vão refletir na vida adulta destas personagens.
Datas e hoŕarios:
• Novembro: Terças-feiras (12, 19 e 26), às 20h00;
• Dezembro: Terças-feiras (03 e 10), às 20h00; e sessão extra no sábado (07), às 14h00.
O Grupo de Teatro da Poli (GTP)
Com 79 anos, o Grupo de Teatro da Poli (GTP) é possivelmente o grupo de teatro universitário mais longevo em atividade no Brasil. Vinculado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), o grupo nasceu em uma época em que o teatro passava por uma grande renovação em São Paulo, impulsionado por grupos amadores e estudantis. Nesse período, o GTP era dirigido pelo estudante de engenharia Antonio Carlos Zaratti (futuro ator Carlos Zara). Atualmente, o GTP conta com mais de 30 integrantes, divididos em núcleos de pesquisa teatral.
Apesar do vínculo com a Escola Politécnica, o GTP não é aberto somente a estudantes da Universidade, mas a participantes da cidade como um todo. Todas as atividades oferecidas pelo grupo são gratuitas. Seguindo os princípios da educação libertária, o GTP não estabelece hierarquia entre seus núcleos. Todos os integrantes podem participar da experimentação de cada pesquisa, sempre mantendo vínculo com seu núcleo de origem. O objetivo do GTP é oferecer aos seus participantes um conjunto de técnicas teatrais, além de uma experiência de trabalho mais ampla, envolvendo educação para a arte e relação socioemocional.
O GTP se baseia nos princípios do Teatro da Pessoalidade, de Antonio Januzelli, doutor em teatro pela Escola de Comunicações e Artes (ECA-USP), e segue uma estética dramática, rompendo com as noções de enredo, linearidade e caráter teatral. Atualmente dirigido por Néia Barbosa, o grupo busca desenvolver uma linguagem inovadora em todos os seus espetáculos, em sintonia com os rumos das últimas pesquisas em performance teatral.
Para mais informações, acesse o Instagram do grupo.
Texto: Release Grupo de Teatro da Poli | Adaptado por: Daiane Rodrigues | Serviço de Apoio Institucional