As premiações ocorreram em duas cerimônias, uma no dia 26 e a outra no dia 28 de junho, sendo a primeira para as escolas municipais e a segunda para as escolas estaduais do Município de São Paulo
Promovidas pela Coordenação Regional da OBMEP do Município de São Paulo, com apoio da Universidade de São Paulo, as cerimônias de premiação para as escolas Municipais e Estaduais reuniram alunos, professores, dirigentes das diretorias de ensino e familiares. A primeira delas, voltada aos medalhistas de Escolas Municipais, aconteceu no Auditório Prof. Francisco Romeu Landi da Escola Politécnica, no dia 26 de junho, e no dia 28 do mesmo mês ocorreu a cerimônia voltada aos medalhistas das Escolas Estaduais, no Auditório Ariosto Mila, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
Ambos os eventos foram organizados pelas professoras Ana Catarina Pontone Hellmeister e Maria Elisa Esteves Lopes Galvão, coordenadora e subcoordenadora da 7ª Regional da OBMEP da cidade de São Paulo e professoras seniores do Departamento de Matemática do Instituto de Matemática e Estatística da USP. A cerimônia de premiação das escolas municipais contou com a participação do diretor do Instituto de Matemática e Estatística da USP, Sergio Muniz Oliva Filho e da assistente técnico educacional da Divisão Pedagógica da Secretaria Municipal da Educação, Bruna Acioli Silva Machado. Já a premiação das escolas estaduais do município, também contou com as presenças e colaborações do pró-reitor de graduação da USP, Aluisio Augusto Cotrim Segurado, do vice-diretor do Instituto de Matemática e Estatística da USP, Ronaldo Fumio Hashimoto, assim como o diretor geral do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), Marcelo Viana e o representante da Secretaria de Educação e Estadual, Otávio Yoshio Yamanaka.
O Coral da USP 12 em Ponto, sob a regência de Eduardo Fernandes e acompanhamento musical de Wellington Silva, também marcou presença em ambos os eventos, abrindo as cerimônias com o repertório “Retratos Urbanos”, uma coletânea de músicas brasileiras, encantando os presentes.
Foto de Sérgio Oliveira
O professor Sergio Oliva, estimula que todos usufruam da Universidade de São Paulo, incentivando que os estudantes ocupem cada vez mais esses espaços. Além de parabenizar e agradecer a todos que tornaram mais uma edição da Olimpíada possível, o professor instiga que os alunos se mantenham sempre motivados:
Carl Sagan tinha uma desilusão, uma chateação, que quando as crianças são pequenas, elas têm um brilho no olhar e não têm vergonha de fazer perguntas e ir atrás das respostas. Não importa o porquê nem qual área vocês vão escolher, façam perguntas e façam com brilho. Brilho de querer descobrir, ir atrás e provar. A tristeza de Sagan era que, depois que as crianças cresciam, perdiam esse brilho, elas conseguiam responder perguntas que eram feitas, mas não havia mais essa investigação. Não percam esse brilho no olhar, vão atrás daquilo que vocês acreditam e querem fazer. Pode ser difícil? Pode. Provavelmente, se vale a pena, vai ser difícil. Vão atrás, tenham orgulho do que vocês estão tendo e orgulho de quem vocês são, onde estão e o que conseguiram, acho que a partir daí o mundo está aberto para vocês.
A professora Bruna Acioli Silva Machado, que representava a Secretaria Municipal da Educação na cerimônia do dia 26, ressaltou a importância e o significado dessa premiação de um ponto de vista macro para a educação pública:
Esse momento de premiação expressa o resultado do esforço coletivo de vocês todos para construção de uma educação pública de qualidade e, complementando o que foi falado, esse espaço é público e é nosso, a gente precisa se apropriar de espaços como este. Aos estudantes e familiares esperamos que esse evento seja um dia de alegria e reconhecimento das suas ações e o ponto para novas conquistas. Continuem sonhando, sonhem muito, muito alto, acreditando na educação, pois como disse uma ativista muito importante nessa área, a Malala Yousafzai, “uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”. Parabéns e muito obrigada, estudantes, por transformarem a nossa educação pública.
No dia 28, o pró-reitor de graduação da USP, Aluisio Segurado, destacou a magnitude do conhecimento adquirido pelos alunos, carregando um valor além da premiação:
Todos aqui são vitoriosos por tudo que conseguiram, é um grande trabalho realizado de dedicação, de esforço, que hoje é premiado. Independentemente das carreiras profissionais que vocês vierem a escolher no futuro, certamente a linguagem que vocês aprimoraram, a linguagem matemática, será de fundamental importância para qualquer atuação profissional.
Outra oportunidade: o PIC da OBMEP
A professora Ana Catarina Hellmeister priorizou em sua fala os agradecimentos aos componentes da mesa, alunos e salientou a importância dos professores, da Secretaria Municipal de Educação, dos coordenadores e dirigentes das diretorias de ensino na realização da OBMEP. Além disso, destacou que, além de uma medalha, a OBMEP oferece oportunidades ainda maiores:
Uma das coisas que essa medalha oferece é o Programa de Iniciação Científica Júnior que é o PIC que, com o apoio do Instituto de Matemática e Estatística da USP, nós temos um polo enorme que atende 200 alunos aos sábados para o PIC. Qualquer medalhista da OBMEP tem direito de fazer um acompanhamento de estudos. É um acompanhamento dirigido, vocês recebem material didático e uma bolsa significativa de trezentos reais mensais para ajudar na alimentação e na condução dos alunos ao programa. Esse programa é extremamente importante, e é o diferencial dessa olimpíada. A OBMEP não dá só uma medalha, mas também oferece ao aluno um estudo continuado e de excelente qualidade. Todo o material didático é produzido e elaborado pela equipe desse programa.
Foto de Sérgio Oliveira
Como convidado especial, o aluno do Bacharelado em Matemática do IME, Roberto Lipari Genofre, ingressante em 2024, compartilhou ao longo das duas cerimônias sua experiência e trajetória com a OBMEP e com o PIC:
Foi através do Programa de Iniciação Científica Júnior que eu tive contato com uma matemática que eu nunca teria visto no ensino público, e foi nessa época que eu tive meu primeiro contato com a USP também. Essas duas coisas, a matemática e a universidade, se tornaram paixões da minha vida, que eu passei a perseguir esses sonhos e continuo perseguindo até hoje – tanto que, como a professora [Ana Catarina] falou, eu estou estudando aqui do ladinho, no IME, fazendo bacharelado. Não sejam egoístas com essa oportunidade. A possibilidade que vocês têm é quase inacreditável, então orgulhem-se dela. Contem para todos os parentes o que vocês conquistaram e ainda vão conquistar. Tenham a coragem de levantar super cedo num sábado pra vir até aqui ter as aulas. Aproveitem o programa e os amigos que vocês vão fazer aqui. Independentemente do polo que vocês escolham, tenham um gostinho do mundo universitário, não se limitem a ir e voltar pro IME nesses sábados: passeiem, visitem outros institutos, sonhem com esse futuro que vocês podem ter. E quando vocês estiverem na escola, ofereçam essa oportunidade pros seus colegas; se ajudem a estudar, se ajudem a preparar para prova, façam grupos de estudos – eu mesmo quando estava na escola antes de entrar aqui, organizei um grupo de estudos e a gente levou uma medalha de ouro que há muito tempo a escola não recebia. Tomara que todos vocês consigam muito mais vezes essa medalha em outras olimpíadas de conhecimento, essas conquistas que vocês estão tendo. E, assim como eu tenho um bonequinho do Batman lá em casa que coleciona as minhas medalhas, exponham as suas, orgulhem-se delas.
O IME-USP, como um dos apoiadores da OBMEP, participa ativamente ao longo de seu desenvolvimento. O instituto disponibiliza sua infraestrutura aos sábados para os encontros presenciais do PIC, além de, atualmente, contar com uma equipe de professores que participam da correção regional de provas da segunda fase das olimpíadas. Na Coordenação Regional estão as professoras Ana Catarina Hellmeister, como Coordenadora, Maria Elisa como Subcoordenadora, e Cristina Cerri como Coordenadora do PIC, do polo IME.
Sobre a OBMEP
Criada e realizada pelo IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), com apoio da SBM (Sociedade Brasileira de Matemática), a competição é promovida com recursos do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Destinada a estudantes do 6º ano do Fundamental ao 3º ano do Médio, a OBMEP contribui para estimular o estudo da Matemática e identificar jovens talentos da disciplina. Outros objetivos da iniciativa são promover a inclusão social por meio da difusão do conhecimento e contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, permitindo que um maior número de alunos brasileiros acesse material didático de qualidade.
Nós estamos completando essencialmente duas décadas de OBMEP: a primeira edição foi realizada em 2005 – as conversas com o Governo Federal foram realizadas exatamente vinte anos atrás -, então é um momento para a gente olhar para aquilo que foi alcançado e reconhecer as conquistas.” diz Marcelo Viana, Diretor Geral do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), na cerimônia do dia 28. “A OBMEP vem realizando a sua missão de incentivar o gosto pela matemática, a missão de identificar os jovens mais talentosos do Brasil – que são vocês e outros colegas como vocês em outras localidades – e também, muito importante, a missão de levar as oportunidades onde elas, muitas vezes, são escassas – e o foco na escola pública tem tudo a ver com isso, com a ideia de buscar também uma ação social por meio da Olimpíada.
Os dois eventos foram transmitidos ao vivo pelo canal do IME no Youtube. Assista pelos links a seguir a Cerimônia de premiação das Escolas Municipais da Cidade de São Paulo e a Cerimônia de premiação das Escolas Estaduais da Cidade de São Paulo.
Confira também a galeria de fotos do dia 26 e a galeria de fotos do dia 28, por Sérgio Oliveira.
Por Daiane Rodrigues e Nathalie Rodrigues | Serviço de Apoio Institucional