Caros Redistas, Nesta época do ano é muito triste ver os principais partidos políticos e seus candidatos gastar muito dinheiro nas eleições prometendo o que não podem cumprir e divulgando promessas totalmente absurdas e enganosas com vistas à melhoria da qualidade de vida da população. Estas se tornam até descaradas quando sabemos que os nossos hospitais públicos estão sucateados e que crianças perambulam pelas ruas. Pagamos impostos como poucos países e não temos um sistema de saúde com um mínimo de dignidade. Que democracia é essa que impera no Brasil, onde os políticos endinheirados conseguem se eleger pela simples compra de votos do proletariado? Infelizmente, não vejo um cenário otimista para os nossos jovens de famílias pobres, pois a corrupção está engajada no meio da classe política que visa apenas ao seu próprio interesse. O desemprego está crescendo a passos largos, porque o ritmo atual do crescimento econômico do País é incompatível com a taxa de crescimento da população jovem. Ano após ano, a safadeza deve continuar para a quase totalidade dos nossos políticos. Humberto de Campos dizia há 70 anos “que o Brasil é um deserto de homens e idéias”. Sua assertiva continua valendo hoje. Alguém teve a infeliz idéia de elaborar um super-programa de inclusão digital com recursos do MCT com o objetivo de equipar ônibus com micro-computadores para serem doados às prefeituras. Não precisa ser um especialista em ergonomia, para saber que com o estado precário das nossas estradas, esses micros terão vida muito curta face à falta de horizontalidade. Claro que seria muito mais apropriado colocar os micros em salas nas próprias prefeituras. Mas o pior é o superfaturamento dos ônibus praticados por alguns políticos e seus comandados, como está sendo denunciado nos principais jornais do País. Cada ônibus (alguns velhos) custa cerca de US$ 150.000. Para uma singela comparação, cito que um bolsista de produtividade de pesquisa do CNPq tem expectativa de receber US$ 180.000 por 30 anos de dedicação integral à pesquisa científica. Pobre Brasil! Saudações, Gauss Cordeiro