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Re: [ABE-L]: ainda com otimismo
- Subject: Re: [ABE-L]: ainda com otimismo
- From: "Luis Paulo Vieira Braga" <lpbraga@im.ufrj.br>
- Date: Sun, 25 Nov 2007 20:54:10 -0300
Prezado Prof.Jose Carvalho,
Como sua mensagem ao Gauss foi publica, sinto-me a vontade para comentá-la,
e o faço com uma pergunta. Por acaso a USP e a UNICAMP aboliram a isonomia ?
Não! Então eu lamento dizer que a isonomia não é a causa do aparente
fracasso das IFES. Aliás, isonomia não é pagar o mesmo salário para todo
mundo e sim pagar o mesmo salário para as mesmas funções. Infelizmente as
verbas que vão para as IFES também não são isonômicas, o orçamento das
estaduais paulistas é mais da metade do orçamento de todas as IFES. Isso faz
diferença, não é ? E, finalmente, a GED que foi criada na gestão do Paulo
Renato trouxe uma idéia ruim e outra aproveitável. A ruim foi atentar contra
a isonomia e a paridade com os aposentados. Acabou por se desmoralizar por
completo à medida que 99% do docentes das IFES atingiram a pontuação máxima
em dois anos de vigência. A aproveitável era a recuperação do relatório
anual de atividades que havia caído em desuso. Infelizmente o governo Lula
na campanha salarial anterior congelou a GED e desencorajou o relatório
institucional. O sistema SIGMA que na UFRJ coletava estes dados registrou
uma considerável diminuição de acessos de docentes para lançar suas
realizações.
Os problemas de gestão das IFES não provêm, segundo a opinião de quem está
na lida, somente do corporativismo dos docentes da IFES. Mas das constantes
intervenções políticas nas universidades federais desde 1968 até os dias de
hoje. É até surpreendente que as IFES sejam, em geral, superiores às
eficientemente gerida$ in$tituiçõe$ particulare$ de en$ino $uperior como a
carioca Estácio e a paulista UNIP. Nelas não há corporativismo, até porque,
contrariando a lei, não deixam os sindicatos funcionar. E, no entanto, salvo
as exceções de algumas confessionais, a maioria patina nas avaliações
institucionais.
[]´s
On Sun, 25 Nov 2007 21:11:12 -0200, Jose Carvalho wrote
> Gauss, meu amigo: na gestao do Paulo Renato, no MEC, o que eu vi,
> sobretudo, foi um esforco para avaliar as universidades e, em outra
> linha, os docentes. Com isso, criar diferenciais que levassem a mais
> esforco, melhor trabalho. Um trabalho dificil, face - justamente -
> ao corporativismo, que reagiu fortemente. A ideia de remuneracoes
> variaveis, resultante de alguma avaliacao, foi vivamente contestada
> com base na estupida ideia de "isonomia"
> (iguais proventos em todo Brasil, entre todos os docentes), algo que
> so desestimula.
>
> Agora, confesso que estou afastado dessa "lida"; fico sabendo de
> problemas gerenciais e politicos de universidades, sobretudo as
> federais, atraves de colegas. Contudo, ouso achar que uma coisa nao
> mudou: o governo federal, centralizador, nao tem como bem gerenciar
> as muitas dezenas de universidades que o povo sustenta sob
sua "administracao".
>
> Vi, aqui,congratulacoes dadas por uma classificacao (qual "o"
> indice?) das 500 "melhores" universidades do mundo. Claro, deu USP e
> Unicamp na cabeca... do Brasil... da America do Sul... la pelo lugar
> 200, certo? Ah, que bom! Vc viu quantas universidades CHINESAS
> estavam a frente de USP e Unicamp? E em lugares bem acima? A
> classificacao nao e' causa para tanto brio. De todo modo, nao
> espanta que, no Brasil, saiam USP e Unicamp a frente. O estado de
> Sao Paulo poderia prescindir facilmente de IFES, com todo respeito a
> UFSCar e a velha Paulista de Medicina. Ocorre simplesmente isto:
> ainda que USP e Unicamp (e Unesp) sejam ja dificeis de tratar, do
> ponto de vista do governo do estado, elas estao mais proximas, entre
> si, e dos governantes (e talvez do proprio povo, seu cliente, sem
> querer soar demagogico), que qualquer par de universidades federais.
>
> Desculpe a falta de acentuacao. Estou fora do Brasil, a maquina nao
> e minha e o teclado eh desprovido de acentos...
>
> Abracos,
>
> Ze
>
> On Sunday 25 November 2007 11:13:49 gausscordeiro wrote:
> > Caros Redistas,
> >
> > Meu email à rede da ABE sobre as federais tratou apenas
> > de divulgar uma ata de reunião e, o mais importante,
> > o seu pano de fundo era de otimismo e encorajamento aos
> > alunos de doutorado de Estatística que assinam a rede,
> > que agora poderão encontrar um mercado de trabalho nas
> > federais por conta da maior oferta de vagas (devido ao
> > REUNI).
> >
> > Lembo a todos que da segunda metade dos anos 90 ao início
> > do ano 2000, por quase 6 anos, exportamos muitos doutores
> > para fora do País, pois eles não tinham opção de trabalho
> > nas federais. Pura desgraça do Ministro de Educação
> > Paulo Renato que penalizou as federais duramente e só
> > fez crescer exponencialmente as instituições de ensino
> > superior privadas.
> >
> > Acredito que agora a situação melhorou para as federais.
> > Em nenhum momento citei ou discuti o PROIFES.
> >
> > Na minha vida acadêmica sempre defendi a
> > meritocracia e combati enormemente o
> > corporativismo crônico reinante nas federais e
> > em outras instutições públicas no País.
> >
> > Saudações domingueiras,
> >
> > Gauss Cordeiro
Prof. Luis Paulo
C.P. 2386
20001-970 Rio de Janeiro, RJ
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