Olá, Professor Lori e colegas!
Sobre este assunto, infelizmente informo
o fechamento da graduação em Licenciatura em Estatística, oferecido na
UFRGS de 1997 a 2005. Se não me engano, apenas cerca de 10 pessoas concluíram
este curso, tendo o diploma reconhecido pelo MEC.
...
Abraço a todos!
Henrique Girardi
----- Original Message -----
Sent: Wednesday, July 02, 2008 11:22
PM
Subject: RES: [ABE-L]: Matéria VEJA -
Estatística deveria ser obrigatória?
Pessoal
Estatística e Probabilidade
já fazem parte do currículo de matemática do ensino fundamental e médio desde
1998 quando foram lançados os PCN (Parâmetros Currículares Nacionais). O
problema é que as diretrizes curriculares dos cursos de matemática não andaram
na mesma direção e não colocam Estatística e Probabilidade com áreas ou
disciplinas obrigatórias nos cursos de Licenciatura em Matemática. Assim
existe um problema sério de formação de pessoal habilitado a lecionar essas
disciplinas.
Geralmente os cursos de
licenciatura em Matemática oferecem uma disciplina de Estatística ou
Probabilidade nos currículos de Matemática que normalmente é compartilhada com
outros cursos da área, em geral, as Engenharias. Assim o professor de
Matemática não se sente preparado para lecionar essas disciplinas e elas
acabam sendo ignoradas.
Fazendo uma análise dos
livros do ensino fundamental e principalmente do médio pode-se perceber que
nem todas ainda se adaptaram a lei e os que o fizeram colocam geralmente
a Probabilidade e principalmente a Estatística como o último capítulo,
mostrando que aquilo foi colocado ali apenas para não perder espaço no mercado
e os textos acabarem sendo rejeitados nas compras do governo para as escolas
públicas.
Como não existem cursos de
licencitatura em Estatística e os formados em Matemática na maioria (pesquisas
comprovam) não se sentem em condições de lecionar essas disciplinas tem-se a
impressão de que elas, de fato, não fazem parte do currículo do ensino
fundamental e médio, mas elas estão lá numa proporção bem maior até do que se
poderia almejar.
Fazer lei é fácil o difícil
é habilitar professores para desempenharem a tarefa com competência.
Considerando que 30% dos professoes que lecionam Matemática no Brasil não tem
formação na área e os que tem praticamente não tomam contato com a Estatística
e a Probabilidade temos ainda um longo caminho a percorrer até a almejada
literácia estatística dos egressos do ensino médio.
Prof. Lorí Viali
UFRGS
P.S.: No Sinape deverá sair um artigo
sobre esse assunto onde fiz um levantamento da situação dos currículos de Lic.
em Matemática em relação a formação na área de Prob. e Estatística.
Adianto que dos 125 cursos examinados a carga horária média dedicada as
duas disciplinas está em torno de 2,4% do total de horas do curso que sobre
para 2,7% se for incluído a Combinatória.
De: Rafael Bráz
[mailto:soestatistica@yahoo.com.br] Enviada: qua 7/2/2008
12:25 Para: abe-l@ime.usp.br Assunto: Re: [ABE-L]: Matéria
VEJA - Estatística deveria ser obrigatória?
Caros Redistas, Li as mensagens enviadas para a rede e gostei de
ler o ponto de vista de cada um. Agora um ponto a ser levantado, não
vejo porque as perguntas relacionadas ao texto de Gustavo Ioschp ser direcionado a mim . Em
momento algum eu concordei ou discordei do que foi levantado pelo autor.
Eu apenas disse que achei o texto muito interessante, e achei mesmo.
Eu concordo com várias passagens do texto, e também discordo de
algumas outras passagens. No momento, se alguém me perguntasse se eu
gostaria que a disciplina Estatística fosse obrigatória no ensino médio...
Minha resposta seria SIM. Mas provavelmente a inclusão desta disciplina teria
um peso, pois acredito que a carga horária não iria alterar para a
inclusão de uma outra disciplina, assim, teria que pensar se valeria a pena.
Algumas perguntas teriam que ser respondidas. Qual seria a
disciplina que iria ter uma menor carga horária? É para decidir entre
Estatística, Psicologia, Filosofia ou outra? abraços Rafael
Bráz A. Farias Jose Carvalho
<carvalho@statistika.com.br> escreveu:
Maravilha!!!
Chegamos ao "coul de sac". Nada de cultura, somente materias "práticas".
Estatística é melhor do que filosofia, como matéria de ginasial? Por que
uma e não a outra?
O ensino já é isso mesmo. Formamos gente
"prática", sem cultura. Nada de português, ora bolas! O ginasiano sabe
falar, não é? Para que regras gramaticais? Para que ler Camões?
Shakespeare, nem pensar. Música: Xitãozinho e Xororó bastam; para que
Mozart?
O estatístico pode falar em coeficiente de achatamento. Para
que "curtose"?
É... mas a conseqüência de falta de cultura é a
incapacidade de formular modelos, de entender processos físicos, de
acompanhar nomes da medicina, e por aí vai.
É... "smalltalk" vai
ser nossa língua. Ela basta, "companhero"!
Triste... Seriamente - eu
ficaria com português, com várias línguas estrangeiras, com filosofia,
com história, com muita física, química, biologia e matemática. E,
claro, por que não, até com estatística. Ah, não esqueçam do latim.
Grego, quem sabe? Como dizia Paulo Francis, daquele jeito arrogante,
rabugento e, de seu modo, simpático, "cultura não ofende a
ninguém".
Rafael, esse trecho é interessante, mesmo. O apelo ao
ensino da estatística é interessante. Mas nem caberia discussão sobre
ensinar filosofia e sociologia? Questão: há professores? O curso será um
mero meio de doutrinar, de ensinar um "pensamento" político? Mas esses
são problemas e aberrações. Em tese, sim, vamos ensinar
filosofia.
On Tuesday 01 July 2008 23:55:22 Rafael Bráz
wrote: > Caros, > > Hoje me deparei com um texto muito
interessante quando visitei o sitio da > UOL, nele encontra-se uma
matéria intitulada de " Para que filosofia e > sociologia
obrigatórias? ". > > Neste e-mail coloquei um título com o nome
Estatística, pois é sobre ela > que fala realmente a matéria. O texto
fala sobre a introdução de filosofia > e sociologia no currículo,
quando devia-se realmente incluir a estatística > . > >
Abaixo algumas frase retiradas do texto. > > "Se fosse para
incluir uma nova disciplina > em nosso currículo, adoraria que
fosse > estatística." > > "Sem uma comprovação empírica,
qualquer > pensamento é apenas uma tese." > > "hoje vejo
que a matéria mais importante é > estatística." -------- > Link
da página > >
http://veja.abril.uol.com.br/gustavo_ioschpe/notas_300608.shtml >
------------ > Texto completo abaixo: > -- > Notas >
Errar é humanas > > Eu só descobri que não entendia nada
de > matemática quando conversava com um colega > russo, no
mestrado, sobre o assunto. Aquilo que pra > mim exigia um grande
esforço mental, de montagem > de equações e de tentativa de operações
> algébricas, para ele era visivelmente algo automático, >
instintivo, como a construção de uma frase > em sua língua natal. Não
sei exatamente como os > russos ou os asiáticos ensinam a matemática,
mas > hoje entendo por que o nosso ensino é tão fraco. > No
Brasil, não se ensina matemática. Se ensina a > resolução de problemas
matemáticos. Nossas escolas explicam a mecânica da > coisa. Pra somar
e subtrair, você "passa um pra > lá", "tira um de lá" e >
pronto, está aí o resultado. Multiplicação é > simples: basta decorar
a tabuada e, para números > maiores, adicionar a mecânica da adição.
A > divisão é também uma questão quase geográfica: > coloque o
divisor aqui, o dividendo ali, na > "cadeirinha", puxe a tabuada da
memória e vá > seguindo até que se encontre o resultado e o >
"resto". Trigonometria é um exercício de > decoreba de fórmulas e
ângulos. Geometria é como > se fosse um quebra-cabeça com algumas
peças > faltando: basta saber que a soma dos ângulos de um triângulo é
180 graus, > ou o teorema de Pitágoras ou a fórmula do raio > de
uma circunferência para se resolver todo e > qualquer problema. Os
problemas costumam ser de > uma inutilidade total, mais na linha de
"um > círculo inscrito em um quadrado de lados..." do > que
"para colocar uma pizza em uma caixa > quadrada...". O problema é
fundamentalmente filosófico, > epistemológico: a maioria das pessoas
entende > a matemática como uma ferramenta que precisamos >
dominar para resolver alguns problemas do cotidiano. > Mas a
matemática não é isso. A matemática > é uma linguagem que descreve o
mundo. Todo o > mundo físico é traduzível em números, com >
acuidade muito maior do que a descrição feita > por palavras. Além
disso, a matemática é a > árvore da qual brotam os frutos das
ciências > exatas: física, química, biologia, estatística, >
engenharia, medicina - nada disso seria possível > sem a
matemática. > > Eu só fui descobrir isso quando já estava
no > mestrado. De tudo que estudei na vida - e acabei >
estudando, na faculdade, história, ciência > política, psicologia,
sociologia, economia, geologia, > marketing, administração,
contabilidade, > crítica literária, filosofia e outras que nem
me > lembro mais, não apenas por desejo e curiosidade >
próprias, mas porque o sistema americano impõe > essa
multidisciplinaridade - hoje vejo que a > matéria mais importante é
estatística. Achava a > matéria um porre quando a cursei, no
primeiro > ano. O que é natural, aliás: aos 18 anos, o > cérebro
humano está demasiadamente encharcado de > hormônios para que os
pensamentos possam nadar. Agora vejo que a > estatística é a base de
tudo, é o que > possibilita a distinção entre a opinião e o >
fato, a aparência e a realidade (as "formas" > platônicas). Sem
estatística não > pode haver ciência exata nem ciência social.
> Cada vez mais entendemos que comportamentos que antes >
podiam ser debatidos apenas por filósofos, romancistas > e poetas
agora são explicáveis através > da aplicação rigorosa de métodos
estatísticos. > É claro que a estatística não responde as >
perguntas fundamentais da existência - como > viver a boa vida? - mas
tampouco o faz a filosofia, > com a agravante que uma filosofia
desprovida de estatística > é apenas um teatro para o duelo de visões
> antagônicas e insubstanciadas, com resultados >
potencialmente nocivos. "Errar é humanas", > disse um professor de
história da arte da Unicamp > que me acompanhava em um debate anos
atrás, numa > daquelas manifestações de auto-ironia que não >
têm sinceridade nenhuma. Não, errar não é > humanas. Há muito acerto -
e muito erro - > naquilo que se produz nas humanas. O difícil, >
sem o auxílio da estatística, é separar o joio > do trigo. Não é que
errar seja humanas, é que a > convicção do acerto só pode vir com a
ajuda das > exatas. Sem uma comprovação empírica, qualquer >
pensamento é apenas uma tese. Os filósofos > e historiadores que me
lêem deve estar nauseados, > mas mal sabem eles que esse axioma os
cerca em todo > lugar. Os remédios que eles tomam quando estão
> doentes só são aprovados ao passar por > um processo
estatístico que os separe de um placebo > ineficaz. Todos os
processos produtivos/industriais > que geram os bens que consumimos
são calibrados > e controlados por ferramentas estatísticas de
> controle de qualidade. As peças dos carros que > dirigimos
são submetidas a testes estatísticos > que asseguram sua
confiabilidade. O computador no qual > você lê esse artigo só existe
por uma ferramenta estatística > que determina a sua eficiência. A
civilização > moderna não é possível sem a estatística. > E,
ainda assim, está na moda praguejar contra > números. Até professores
renomados, como > esse da Unicamp, podem falar bobagens como "os
> números são criações humanas e, como tal, > têm uma
intencionalidade" e se sentir bem, como > se não estivessem cometendo
um crime > intelectual. Essas idéias me vêm à mente quando >
vejo que filosofia e sociologia foram incluídas > como matérias
obrigatórias no currículo do > ensino médio. Veja só: nosso sistema
educacional > é um fracasso tão retumbante que, na última medição em
que o > desempenho dos alunos foi dividido em níveis, > o SAEB
de 2003 apontou que 55% dos alunos da quarta > série estavam em
situação crítica ou > muito crítica em leitura, o que quer dizer
que > eram praticamente analfabetos. A maioria dos alunos > que
faz a prova de Matemática no SAEB acha que > "3/4" é 3,4, e não 0,75.
Não entendem nem a > notação de uma fração. Achar que esses >
professores, com essa qualidade, conseguirão > ensinar filosofia e
sociologia a esses alunos é > o que os ingleses chamam de wishful
thinking, um > otimismo despropositado. No primeiro semestre da
faculdade, li um texto > muito bom de Paulo Freire, em que ele dizia
que > era preciso read the word to read the world (ler > a
palavra para ler o mundo). Não sei se ele o > escreveu em inglês ou se
a tradução foi > especialmente fortuita, mas o enunciado é >
verdadeiro: é impossível entender a complexidade > do mundo se você
não sabe ler. É impossível > estudar filosofia se você não sabe ler.
Essas > aulas serão apenas uma maneira mais escancarada > de se
praticar o doutrinamento do marxismo > rastaquera que impera em nossas
escolas. Eu > particularmente ficaria muito contente se os >
nossos alunos saíssem do ensino médio ignorantes de filosofia e
sociologia, > mas conseguindo ler um texto e entendendo-o, >
para que tomassem suas próprias conclusões > filosóficas ao lerem seus
próprios livros. E se > fosse para incluir uma nova disciplina em
nosso > currículo, adoraria que fosse estatística. A > maioria
dos alunos a detestaria e aprenderia > muito pouco, mas talvez uma
minoria conseguisse > extrair daí o ferramental que lhe
permitiria > julgar, com a sua própria racionalidade, a >
veracidade das teorias com que são bombardeados > na escola, nas ruas,
na mídia. O que de melhor > pode haver no processo educacional do que
a > capacidade de não apenas instigar a capacidade > de
questionamento dos alunos, mas também dar-lhes > o instrumental que
lhes permitirá solucionar > esses próprios questionamentos
sozinhos? >
-------------------------------------------------------------------
Ainda > números > > > Para quem gosta de números
e, mais ainda, para > quem não gosta, vale a pena ver o filme
Quebrando > a Banca (assista a crítica do filme no > vídeo
abaixo), que conta a história verídica de > alunos do MIT que se
aproveitam da estatística > (mais especificamente o ramo da
probabilidade) > para encontrar uma maneira honesta de derrotar
o > cassino no jogo de blackjack e ganhar milhões de > dólares
no processo. O filme saiu de cartaz há > pouco em São Paulo, então
deve chegar às > locadoras em breve. Recomendado para todos os >
professores de matemática que não conseguem > fazer seus alunos se
interessarem pela matéria. > Quem gostou do filme gostará ainda mais
do livro > que lhe deu origem, Bringing Down the House, de > Ben
Mezrich (Quebrando a Banca, na tradução > brasileira, da Companhia das
Letras). Outro bom > (e pequeno) livro para aqueles que querem
gostar > de números é Fermat's Last Theorem, de Amir > Aczel
(que eu saiba, inédito em português. Não > confundir com O Último
Teorema de Fermat, de > Simon Singh). >
--------------------------------------------------------------------------- >------------------------ > > >
Abs > > Rafael Bráz >
http://www.ime.usp.br/~rfarias > > >
--------------------------------- > Novos endereços, o Yahoo! que você
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@rocketmail.com.
-- José F. de Carvalho,
PhD Statistika Consultoria +55-19-3236-7537
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