Caros Redistas,
Meu resumo da greve: ganha pouco na universidade quem se dedica exclusivamente e é pesquisador. Entretanto, ganha muito
quem dá oito horas de aula por semana e nada mais faz, trabalhando irregularmente fora da universidade, enquanto a universidade
faz que não sabe nem vê.
A questão é que o principio da paridade e o corporativismo nivela todos por baixo. E para as associações ainda é pior: os pesquisadores
são um péssimo exemplo. Vejam a proposta indecente de carreira única de 13 níveis. A minoria qualificada e dedicada é cada vez mais
reduzida. E, assim, a ANDES que acabar de vez com a meritocracia acadêmica!.
Talvez eu esteja ficando velho e chegando naquela fase da vida de achar que tudo que passou era melhor. Entretanto, entendo que não
pode existir liberdade de expressão onde não se respeitam os direitos dos outros colegas. O evento humilhante e constrangedor da
última assembléia da ADUFEPE (associação de docentes da UFPE) que participei, onde uma professora foi literalmente vaiada por querer
apenas colocar como ponto de pauta da reunião o término ou a persistência da greve deve ser repudiado por todos. Confesso que me senti
como se estivesse participando de uma associação de moradores que não tiveram a oportunidade de completar o ensino fundamental.
Os grevistas de qualquer instituição não têm o direito de atentar de todas as formas possíveis contra a universidade, como, por exemplo,
participar do Conselho Universitário no sentido de conseguir apoio irrestrito para a greve, exigir uma reunião com os coordenadores da pós
com o objetivo de paralisar os cursos de pós-graduação ou ainda uma lamentável e desastrada ação extrema de fechar o campus para ninguém
entrar.
Cordiais Saudações,
Gauss