Esse julgamento do mensalão, para mim, está ressaltando vários pontos curiosos da nossa sociedade. Em primeiro lugar, sempre houvi dizer que este é um país de 200 milhoes de técnicos de futebol, já que todos se julgam entendidíssimos no assunto; depois este é um pais, também, de milhões de médicos, que se automedicam e receitam seus remédios para todos os amigos e familiares; agora estamos descobrindo o país de milhões de juízes, capitaneados pelos gigantões da imprensa que tentam puxar a corda para suas respectivas sardinhas. Não estou falando só das Vejas e Globos, mas, também, das Cartas Capitais.
A se considerar um dos lados, não precisaria existir tribunal: todos já estão condenados e, portanto, porque perder o precioso tempo de suas excelências? A se considerar o outro lado: todos são uns santos e, portanto, por que julgá-los?
Eu, sinceramente, apesar de todas as suas idiossincrasias, prefiro o julgamento (e a existência) dos tribunais. Aliás, quem vive na academia e atua em bancas de teses e concursos, revisão de artigos para periódicos, projetos de organismos de financiamento científico, etc, sabe como é difícil julgar.
Como já disse aqui nessa mesma rede: como seria bom e descomplicado se fosse possível desenvolver uma aplicação (novo e bonito nome para programa de computador) em R para resolver esse caso do mensalão. Mas, infelizmente, não é tão simples.
Abraços,