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Viva Jorge!
Caros redistas:
Minha alegria é imensa em ver o meu amigo Jorginho publicando um livro
internacional. Tenho acompanhado o trabalho dele com seus alunos no
interior de São Paulo e com seus colegas de outros países. Sei que
esse livro é fruto do trabalho dele em ESTATÍSTICA APLICADA. Tenho
certeza que os exemplos que ele deve usar no livro ? ainda não tive o
prazer de ver o livro ? é consequência das diversas aplicações que
desenvolve nas áreas afins. Parabéns Jorginho meu contemporâneo de
tempos passados no IME do prédio velho da reitoria. Creio que nos
conhecemos faz uns 40 anos.
Aproveito para pedir aos redistas que alguém prepare uma lista dos
livros que nossos colegas têm produzido por este mundo afora: Helio,
Dani, Julio, Basílio, Justiniano, Heleno dentre outros. Seria muito
interessante que ter tal lista completa: livros que já foram
publicados por nossos colegas acadêmicos brasileiros. Este trabalho
não conta em muitos dos índices de produtividade, pois não são artigos
em revistas científicas. Lembro aos amigos que o Google Acadêmico
(GA) pode ser usado para mostrar os índices de cada um de nós. Neste
ambiente todo o trabalho de um acadêmico é contado e ai pode estar a
diferença enorme entre o GA e os índices que são usados pelo Lattes.
Vale conferir!
Com respeito aos problemas da lista não há como retirar a livre
expressão e o livre arbítrio. Fica na consciência de cada um de nós
escrevermos o que queremos e assim ser obrigados a ouvir o que não
queremos. São coisas da vida! Por outro lado só com a liberdade de
expressão podemos entender o que vai dentro do coração e da mente de
cada um que tem coragem de se expressar abertamente. Sei que quase
ninguém sai ganhando com essas disputas pessoais. Muitas vezes parece
que estão se defendendo de algo que seja incoerente, mas legal. Mas o
que mais me chamou atenção foi o tipo de reclamação apresentada: Não
há isonomia no Brasil!
Bom fosse a isonomia eliminada de nossas vidas! Bom fosse que cada
Estado da união tomasse conta de suas necessidades universitárias! Bom
fosse que a união financiasse somente os cursos que tenham demanda!
Bom fosse que os salários dependessem da competência e da demanda da
área de escolha do acadêmico!
Sei que não estamos preparados para enfrentar as dificuldades de um
modelo de mercado. Mas certamente não estaríamos vendo discussões do
tipo que vemos na rede.
Quando somos contratados por uma de nossas universidades assumimos o
compromisso de atuar em três áreas: ensino, pesquisa e administração.
Lembremos que áreas da administração só podem ser assumidas por
docentes. Conheço colegas que reclamam da falta de valorização do
ensino, mas desdenham de quem se dedica a administração competente e
reclamam do excesso de valorização da pesquisa. Há colegas que são
administradores competentes e não ligam muito para as outras áreas.
Há também aqueles que, embora competentes em cultura e ciência, se
dedicam ao ensino e não ligam muito para as outras áreas ? afinal o
que seria de nós sem nossos alunos ?. Temos então os nossos produtivos
que publicam o necessário para serem classificados como pesquisadores
do CNPq.
Como resolver então nossas diferenças? Minha proposta é muito
simples: é só aumentar a carga daquilo que a pessoa mais gosta e não
exigir tanto das áreas que não gosta. O colega que gosta mais de
ensino deveria suprir sua deficiência nas outras áreas dando mais
cursos básicos. Aqueles mais ?produtivos? se dedicariam mais aos
artigos e as orientações, com uma diminuição de suas cargas didáticas
e administrativas. Claro que todos deveriam ter um mínimo necessário
de carga didática, afinal nosso motor são nossos alunos. O bom
administrador que nos livre deste encargo fazendo um serviço
competente. Seria tão mais fácil enaltecer a excelência de cada um ou
penalizar os que não cumprem suas tarefas adequadamente.
Perdoem-me pela minha longa mensagem, mas já estava com coceira em
falar sobre minhas reflexões.
Saudações
Carlinhos
Carlos Alberto de Braganca Pereira <cpereira@ime.usp.br>