MAC-221 - Construção de Montadores
MAC-222 - Sistemas de Programação

1998 - Especificação da terceira fase do Montador p/ MIPS

Idéias gerais

Na terceira fase do montador para o processador RISC MIPS R2000 deve-se completar o montador. A novidade em relação à segunda fase é a montagem dos ``opcodes'' proprimante ditos.

Nesta fase deverá ser utilizado o analisador léxico gerado na primeira fase e o analisador sintático gerado na segunda fase. A maior parte das alterações no código será feita nas ações associadas às regras gramaticais presentes no fonte do bison1.

O analisador léxico

Nesta fase deverá ser utilizado o analisador léxico gerado na primeira fase. Poucas alterações serão necessárias. A principal diferença é que os valores semânticos deverão ser tratados agora, inclusive o valor semântico do token STR.

Os módulos já definidos, incluindo-se aquele gerado pelo flex e que implementa a função yylex() e o módulo necessário à manipulação da tabela de hashing serão usados como antes. O módulo testlex será omitido mas pode ser utilizado nalgum outro executável de forma a se obter uma listagem dos ítens léxicos que estão sendo sucessivamente remetidos ao analisador sintático.

O analisador sintático

Todas as instruções, pseudoinstruções e diretivas deverão ser reconhecidas corretamente.

No caso das instruções, o reconhecimento sintático deve ser estrito, ou seja, todas as possíveis combinações de operandos devem ser reconhecíveis e nenhuma a mais. Todas as diretivas .align, .text, .data, .sdata, .rdata, .comm, .lcomm, .word, .byte, .half, .double, .ascii e .asciiz também devem ter reconhecimento sintático estrito, bem como as pseudoinstruções la (load address), li (load immediate), move e nop (no operation).

Todas as demais pseudoinstruções e diretivas podem ter um reconhecimento sintático relaxado, ou seja, todas as combinações corretas de operandos devem ser reconhecíveis mas pode-se reconhecer como sintaticamente corretos operandos incorretos. Isto não trará problemas para estas pseudoinstruções e diretivas pois não serão implementadas a princípio.

Várias instruções dos tipos R3 e J podem ter uma segunda sintaxe, e devem ser implementadas, como já comentado na segunda fase. Mais detalhes também podem ser encontrados no ítem 3 do arquivo Observacoes.txt.

Recuperação e relatório de erros

O programa deve ser capaz de se recuperar de um erro sintático, prosseguindo a análise sintática nas linhas subsequentes. Quanto à função yyerror() deve dar informações sobre onde ocorreu o erro sintático. Ao menos o número da linha em que foi detectado o erro (basta que yylex() conte os caracteres de mudança de linha) e o valor de yytext do último token lido deve ser impresso.

De fato, o arquivo fornecido testsint.c já possui uma implementação de uma tal função yyerror() e também tem uma função main() que inicializa a tabela de símbolos, lê os parâmetros da linha de comando e chama yyparse(). Este arquivo, como todos os demais que foram fornecidos, pode ser alterado. Em particular, a função main() nele presente não cuida de chamar a função savecoff() ou tratar adequadamente o caso de um montador de um ou de dois passos. Esta função main() certamente deverá ser alterada.

Será recusado um projeto que simplemente dê uma mensagem do tipo `parse error' sem dar as informações necessárias à localização da linha e do token em que ocorreu o erro.

Arquivos fornecidos

O diretórios (que são idênticos)

<http://www.ime.usp.br/~ alair/mac221-98/TerceiraFase/>
<http://www.ime.usp.br/~ alair/mac222-98/TerceiraFase/>

contêm a especificação da terceira fase e arquivos auxiliares à confecção do montador. Um arquivo com todo o conteúdo do diretório pode ser encontrado em

<http://www.ime.usp.br/~ alair/mac221-98/TerceiraFase.tar.gz>
<http://www.ime.usp.br/~ alair/mac222-98/TerceiraFase.tar.gz>

Para ser extraído, basta usar o comando

tar xvzf TerceiraFase.tar.gz

no linux2.

Nesses diretórios são fornecidos os arquivos:

Estes dois arquivos fazem parte da especificação do projeto e poderão ser alterados de forma a dar mais esclarecimentos porventura necessários.

São fornecidos ainda vários arquivos que podem ser usados na implementação do projeto:

Usando os arquivos fornecidos

Com os arquivos fornecidos, basta escrever os arquivos analex.l, anasintdef.y e anasintregras.y compatíveis e alterar propriamente o arquivo testasint.c. Rodando make, o Makefile fornecido é analisado e é gerado o arquivo executável ./monta. Se só estes arquivos forem implementados, basta entregar um arquivo-pacote .tar3 (ou um .zip) dos quatro arquivos. Se os arquivos fornecidos forem alterados ou outros arquivos forem acrescentados, todos estes arquivos devem ser entregues neste pacote. Com o pacote entregue e extraído sobre um diretório contendo previamente os mesmos arquivos entregues na especificação da TerceiraFase, deve-se ser capaz de gerar o executável, de nome monta simplesmente rodando make.

Documentação fornecida

Está à disposição no Xerox o apêndice A da primeira edição do excelente livro ``Computer Organization & Design: The Hardware / Software Interface'' de autoria de Patterson & Hennessy. Este apêndice contém os `opcodes' das instruções do MIPS 2000 bem como sua sintaxe e DEVE ser consultado. Há alguns erros no apêndice e o arquivo Observacoes.txt e Tokens-2.6 têm informações mais confiáveis quando houver discrepância. Uma terceira fonte de informação é o manual do SPIM que também está no xerox. Já no apêndice A há alguma informação referente ao SPIM.

Diretório exemplos

Este diretório possui vários arquivos assembly (.s) para o MIPS. Possui também alguns arquivos C (.c) que podem ser cross-compilados de forma que se gerem os correspondentes arquivos .s. O arquivo Makefile presente neste diretório oferece regras de como fazer esta cross-compilação.

O ``cross-compiler'', disponível apenas em linux, pode ser encontrado em

<ftp://ftp.linux.ime.usp.br/pub/alair/>

juntamente com o simulador spim. (Já estão instalados na rede linux do IME.) Há também uma versão do simulador spim que roda em DOS.

O diretório <ftp://ftp.linux.ime.usp.br/pub/alair/cross-compiler/> contém um cross-compiler e cross-assembler que gera código para uma máquina MIPS little endian: uma decstation rodando o sistema operacional ultrix. O arquivo <ftp://ftp.linux.ime.usp.br/pub/alair/spim.tar.gz> é uma versão do SPIM (simulador MIPS) que simula a execução de um binário gerado para esta decstation, com algumas restrições que serão vistas abaixo. Eventuais versões do SPIM encontradas na internet não são suficientes.

Cross-compilação e simulação do MIPS

Juntamente com os executáveis para linux do SPIM (e XSPIM), que permitem a simulação da execução de um programa gerado para a plataforma decstation/ultrix, foram fornecidos vários exemplos e arquivos necessários à confecção destes exemplos. Estes exemplos podem ser executados dentro do SPIM como veremos abaixo e encontram-se no subdiretório exemplos.

O SPIM não emula as chamadas de sistema necessárias à implementação de toda uma biblioteca de funções como a libc. Isto em particular implica que os arquivos .c cross-compilados não podem fazer referência a funções como printf, scanf ou fopen. O SPIM fornece dez chamadas de sistema enumeradas em spim-syscall.h. Uma interface para reconhecimento destas chamadas a partir de programas .c está descrita no arquivo spimio.h e a implementação desta interface está presente no arquivo start.asm, um arquivo assembly que deve ser preprocessado primeiramente, gerando o arquivo start.s. O arquivo start.o deve ser linkado com cada arquivo objeto cross-compilado que se deseje simular no SPIM. Além da implementação da interface antes descrita, o arquivo faz as inicializações e finalizações necessárias para executar a função main. Existe um Makefile que descreve como devem ser gerados os executáveis para serem simulados no SPIM.

Tomemos como exemplo o arquivo hello.c. O arquivo hello.c, é compilado para um arquivo assembly hello.s (a opção -S é usada para a geração do assembly). O arquivo hello.s, é então montado para um arquivo objeto hello.o. Uma listagem dos bits montados pode ser obtida com a opção -a -EB fornecida ao montador e pode-se fazer uma separação primária dos campos de bits fornecendo esta saída como entrada para o script AWK separabits. O arquivo hello.o é então linkado com start.o. É fornecida ao ligador ld a opção -T script-spim que diz em que endereços devem ser alocados quais segmentos de forma que o SPIM possa simular o programa. O SPIM supõem que hajam somente dois segmentos: .text que começa em 0x04000000, e .data que começa em 0x10000000. Para a execução do arquivo executável, já linkado, executamos o spim como da forma:

./spim -execute hello

ou ainda trocando ./spim por ./xspim -fn fixed.

Geração de código

O montador deverá gerar código suficiente para que os arquivos test0.s, test1.s e test2.s sejam montados e executados pelo SPIM. Estes arquivos test*.s têm versões editadas dos arquivos assembly gerados pela cross-compilação dos exemplos acima mencionados. Esta edição é necessária para incluir o conteúdo do arquivo start.asm, já que o arquivo gerado pelo montador não será linkado. (Isto requeria a geração de um arquivo objeto com as informações necessárias a uma realocação e solução de referências cruzadas.)

Como já especificamos na segunda fase, cada diretiva, pseudoinstrução e instrução deverá ser reconhecida sintaticamente. Quando nada além da análise sintática for feito, diremos que a linha está sendo ignorada. Caso contrário diremos que está sendo implementada. A implementação de uma instrução ou pseudoinstrução implica a geração de código e a montagem de alguns bytes. A implementação de uma diretiva tipicamente altera a configuração corrente do montador e pode também implicar a cópia de alguns bytes nalgum segmento. De fato, cada diretiva é um caso. Todas as diretivas implementadas deverão ter um reconhecimento sintático estrito.

Serão implementadas todas as instruções. Instruções que possuirem uma segunda sintaxe também devem ter esta segunda sintaxe implementada. As pseudoinstruções la (load address), li (load immediate), move e nop deverão ser implementadas.

Uma pseudoinstrução la $v0,x pode ser implementada pelos opcodes correspondentes às instruções:

    lui     $v0,xh
    addiu   $v0,$v0,xl

onde xh corresponde aos 16 bits mais significativos do endereço associado ao rótulo x e xl corresponde aos 16 bits menos significativos. Caso o endereço x possa ser alcançado por $gp mais um deslocamento de 16 bits (o que significa que o endereço está entre 0x10000000 e 0x1000FFFF) a pseudoinstrução também pode ser implementada pelo opcode correspondente à instrução

    addiu   $v0,$gp,x-0x10008000

já que o valor de $gp é 0x10008000. Esta hipótese pode ser pressuposta pelo montador e isto leva a um montador que restringe ao máximo de 64Kbytes no segmento de dados. Uma pseudoinstrução li $v1,num pode ser implementada de duas formas: pelo opcode correspondente à instrução

    addiu   $v1,$zero,num

caso num seja um inteiro de 16 bits; ou ainda pelos opcodes correspondente às instruções

    lui     $v1,numh
    ori     $v1,$v1,numl
onde numh corresponde aos 16 bits mais significativos e numl corresponde aos 16 bits menos significativos de num. Quanto à pseudoinstrução move $t1,$t2, ela pode ser implementada pelo mesmo opcode da instrução addu $t1,$t2,$zero. A pseudointrução nop corresponde ao opcode 0 (zero). Pode-se fazer testes com o cross-assembler caso se queira verificar o código que está sendo gerado pelo GNU as para estas pseudoinstruções. O arquivo pseudos.s no diretório exemplos já possui estas pseudoinstruções.

As seguintes diretivas deverão ser implementadas: .align, .text, .data, .ascii, .asciiz. As diretivas .sdata e .rdata serão ``implementadas'' como sinônimos de .data. Os possiveis parâmetros numéricos que seguem às diretivas .text, .data, .sdata e .rdata são ignorados. As diretivas .word, .byte, .half, .double, .ascii e .asciiz também devem ter reconhecimento sintático estrito, bem como as pseudoinstruções la (load address), li (load immediate), move e nop.

As diretivas .comm e .lcomm serão implementadas da seguinte forma: .comm primo,2044 terá o efeito de definir o rótulo primo no corrente endereço do segmento .data e reservar-lhe um total de 2044 bytes que serão inicializados com zeros. Estas diretivas deveriam ser tratadas pelo linker, usualmente. As diretivas .word, .byte, .half e .double também devem ser implementadas.

Outras diretivas e/ou pseudoinstruções também poderão ser implementadas.

Para cada um dos segmentos .text e .data deveremos ter: um vetor, que armazena os bytes que são montados nos respectivos segmentos; e um contador de endereços, que conta os endereços correntemente associados à próxima instrução/palavra a ser montada no segmento. Uma vez terminada a montagem do programa, deve-se gerar um arquivo executável no formato COFF littleMIPS que possa ser carregado no SPIM. Para tanto, faça uso da função savecoff(), cujo protótipo está fornecido no arquivo savecoff.h. O contador de endereços do segmento .text deve ser inicializado com 0x400000 e o do segmento .data deve ser inicializado com 0x10000000. Isto significa que se um rótulo é associado ao primeiro byte do segmento .text ele estará associado ao endereço 0x400000.

Entrega

A entrega deste pacote deve ser feita de forma eletrônica em

<http://panda.ime.usp.br>

até o dia 7 de dezembro. Este prazo não pode ser prorrogado devido à data limite de entrega de notas.

Quanto à divisão de grupos, será divulgado o processo de formação dos grupos nas páginas do curso.


Footnotes:

1 Quanto à depuração do analisador sintático, além da opção -v dada ao bison, que gera o arquivo .output, pode-se inserir a linha #define YYDEBUG 1 à seção de cabeçalhos do arquivo fonte do bison e uma atribuição não nula à variável yydebug faz um ``tracing'' no empilhamento dos tokens e das reduções realizadas.

2 Quem usa o DJGPP pode fazer o mesmo já que o DJGPP possui o tar e o gzip.

3 O comando tar cvzf meutar.tgz analex.l anasintdef.y anasintregras.y testasint.c monta o pacote.


File translated from TEX by TTH, version 1.67.