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contraponto
- Subject: contraponto
- From: "Vinicius Albuquerque" <vini1974@hotmail.com>
- Date: Wed, 12 Sep 2001 03:05:49 +0000
Vejam só, esse artigo que foi publicado na Folha... em relação aos dois que
mandei tirados do Economist aprecem quase paradoxais, não?
Aqui o termo revoluçào tecnológica é usado explicitamente. Que tal revolução
está em curso, indiscutível; mas são os efeitos que nos interessam.
Em tempo: efeitos também serão o que deverá entrar no escopo do nosso curso
quanto ao fato que tomou toda a imprensa hoje: os efeitos dos ataques ao
World Trade Center, mais do que os do ataque ao Pentágono, vão ser sentidos
durante muito tempo. Ouvi um correspondente internacional, Lucas Mendes, da
GNT, dizer que isso pode ter precipitado a recessão norte americana, em fase
de desaquecimento da economia. E sabemos, quando os EUA espirram, o Brasil
entra em coma.
[ ]'s
Vinicius
ANÁLISE
UMA REVOLUÇÃO PELA METADE
Do “Financial Times”
Tudo não passou de um sonho impossível? Uma loucura global? Ou somente uma
corrida do ouro sem nenhum ouro?
A grande revolução tecnológica que empurrou o índice Nasdaq para o seu
nível mais elevado há 18 meses não foi nenhuma das opções acima. A revolução
foi real. E seu poder de transformar a economia industrial não foi
subestimada. O que investidores em ações e autoridades econômicas agora
precisam é um entendimento mais claro do que aconteceu de errado e do que
ainda dará certo.
Sem dúvida a análise imediata parece sombria. O nível da Bolsa de empresas
de tecnologia Nasdaq está em um terço de seu pico histórico, e isso deixa
claro que houve mais tolos que investidores que acumularam ações no auge.
Apenas um décimo da capacidade de transmissão de dados está sendo utilizada
atualmente, numa prova de que houve um super - investimento no setor em todo
o mundo. Houve super – investimento numa escala heróica. Dos US$4
trilhões que foram colocados na infra – estrutura de telecomunicações,
talvez um quarto foi totalmente desperdiçado.
O rápido recuo, somado ao colapso de muitas empresas, refletiu-se na
economia dos EUA com o corte na demanda por computadores e outros
equipamentos, e assim freando o crescimento.
Até agora, cerca de 500 mil trabalhadores de empresas de telecomunicação
perderam o emprego. Os anúncios recentes, incluindo aqueles relacionados a
plano de fusões defensivas, como o da HP com a Compaq, sugerem que a
instabilidade persistirá por algum tempo.
É compreensível que o otimismo generalizado que cercou o tema das novas
tecnologias no final do século 20 se transforme em profundo ceticismo. As
declarações que foram feitas sobre o poder da transformação da economia
parecem exageradas.
Grandes investimentos são necessários para produzir novos softwares ou
redes de fibra óptica, mas os custos adicionais para reproduzir os softwares
ou fazer uma ligação ficam próximos do zero. O aumento desenfreado dos
preços das ações no final dos anos 90 não foi, porém, completamente
irracional. Investidores viram que apenas poucas empresas poderiam prosperar
nessas condições, mas aquelas que conseguiram, como Intel e Microsoft,
estariam em uma posição dominante.
A grande corrida pelas ações foi uma aposta. Apenas algumas valeriam a
pena, enquanto todas as outras, não. O colapso das empresas de internet e a
quebradeira que atingiu as operadoras de telecomunicações nos EUA neste ano
é parte desse processo.
Infelizmente a recompensa dos vitoriosos ainda é incerta. Até mesmo as
grandes corporações precisarão de algum tempo para se recuperar do clássico
ciclo de super – investimento.
Investidores precisam evitar dois grandes erros dos últimos anos. Primeiro,
não podem esperar que alta tecnologia se traduza automaticamente em alta
demanda. Segundo, não devem ter a ilusão de que a alta tecnologia vá elevar
os níveis de lucro de uma maneira geral. Ela não vai. Os ganhos de
eficiência e produtividade serão comidos pela competição. E a corrida pela
vitória no setor de alta tecnologia deixará muita gente patinando na lama.
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