Julio Cesar Avero
BCC - IME - USP
javero@linux.ime.usp.br
10 de dezembro de 2001
2ª Fase do Projeto de MAC 339
Vamos agora avaliar o quadro atual sob algumas perspectivas interessantes:
Aconteceu o inverso: quanto mais poderosa a tecnologia, mais poderosos se tornaram os seus usuários individuais.
Quanto maior a capacidade dos computadores de lidar com as complexidades da vida moderna, mais livre o indivíduo para pensar em formas criativas de explorar tais complexidades.
Quanto menos tivermos de pensar na mecânica das comunicações, maior a nossa capacidade de aprender e lucrar com o compartilhamento fácil de informações em todo o mundo.
Informação é poder; porém, diferindo de épocas anteriores, a concentração das informações nas mãos de uma minoria deixou de ser possível. Com isso, a vida, o comércio e a economia tornam-se ainda mais complexos do que a grande maioria de nós possa imaginar.
Na rede econômica global do século XXI, a tecnologia da informação impelirá a mudança da mesma forma como, sem dúvida, a fabricação impeliu a mudança na era industrial.
Sabemos que as telecomunicações são a força que está gerando a economia global, mas para onde está nos levando e como será o mundo quando chegarmos lá? Um exame retrospectivo de um período semelhante, o surgimento da indústria automobilística norte-americana, é ilustrativo.
Quando os Estados Unidos começaram a fabricar carros, a natureza da indústria automobilística ainda não estava clara: o que a incentivaria? Qual seria o seu aspecto? Qual seria a sua capacidade e velocidade? Quem compraria o seu produto? O que faria com que os consumidores trocassem de automóvel?
Nas primeiras décadas de experimentação e crescimento, nada menos do que 2300 empresas se estabeleceram. Agora, são apenas meia dúzia.
A indústria das telecomunicações vive um período semelhante. A natureza e o caráter da indústria das telecomunicações – que engloba telefones, televisões, computadores e produtos eletrônicos de consumo – farão com que tenhamos centenas de milhares de empresas de hardware e software, ao invés de apenas um pequeno número; porém, em termos globais, passaremos por milhões de empresas para chegar lá. E milhões de outras empresas emergirão para servir e apoiar a nova economia mundial.
Essas empresas fabricarão as unidades de comunicação (certamente híbridos), construirão a infra-estrutura de comunicações e lhe darão manutenção, refinarão a tecnologia que permite o transporte fácil de informações do ponto A ao ponto B, concebendo novas aplicações para as tecnologias de comunicações e as informações transmitidas, além de um sem-número de outras atividades sequer imaginadas.
4.2 – O Dia em que a Indústria se Livrou da Tomada:
as Comunicações Não Precisam Mais de Fio
Uma década e meia atrás, os telefones celulares pareciam uma engenhoca dispendiosa para executivos moderninhos. Os pesquisadores de mercado da AT&T previram que não mais que 900 mil telefones celulares estariam em uso nos EUA na virada do século. Esta previsão foi ultrapassada em mais de 15 vezes, criando uma indústria de aproximadamente 20 bilhões de dólares.
Essa explosão de mercado está se repetindo em todo o mundo. Na Europa oriental tal tipo de tecnologia está sendo amplamente usada para a rápida modernização dos serviços telefônicos, dado que a instalação de um telefone fixo é muito dispendioso.
Atualmente, todas as armas da indústria das telecomunicações estão voltadas para os dispositivos de comunicações sem fio da próxima geração. A indústria aposta (e tem tido resultado positivo) no desejo de maior independência das pessoas, inclusive a liberdade de viver e trabalhar em qualquer lugar. Craig O. McCaw, presidente da McCaw Cellular Communications Inc. observa: “O homem começou como nômade; esse pode ser o estado mais natural para os seres humanos”.
4.3 – Sem uma Infra-estrutura de Telecomunicação, as Economias
Fracassarão
No limiar da década de 1990, por que essa onda toda em torno dos telefones? Bem, realmente não é em torno dos telefones, mas da informação – o combustível que alimentará os motores econômicos do século XXI. Os telefones – ou, mais precisamente, os equipamentos de telecomunicações, que incluem televisões, computadores e os sistemas que conduzem o tráfego das telecomunicações, incluindo voz, textos, dados e imagens – são as redes de transporte sem as quais as economias cessarão de funcionar.
É em torno de uma nova ordem global moldada pelas tecnologias da informação. É em torno dos lucros e da competitividade. É em torno das fusões e parcerias em um ritmo acelerado das empresas de telecomunicações mundiais.
Além disso, é em torno da conexão de unidades cada vez menores à medida que a economia global se torna cada vez maior.
4.4 – Criação de uma Rede de Redes ininterrupta,
Global e Digital
De modo a dramatizar o resultado de quando todas as peças estiverem reunidas, Randall L. Tobias, ex-vice-presidente da AT&T, narrou a seguinte parábola:
Um teólogo perguntou ao supercomputador mais poderoso se Deus existe. O computador respondeu que não era suficientemente potente para saber e pediu para ser conectado a todos os demais supercomputadores do mundo. Não obstante, a potência atingida foi insuficiente. Assim, o computador foi ligado a todos os mainframes do mundo, a todos os minicomputadores e a todos os computadores pessoais. Finalmente, acabou sendo conectado a todos os computadores de bordo, a todos os microondas, videocassetes, relógios digitais, e assim por diante. O teólogo perguntou pela última vez se Deus existe. E o computador respondeu: “agora existe!”
Embora estejamos alguns anos distantes dessa espécie de interconectividade, a distância é menor do que se imagina. Mesmo assim, uma vez alcançado esse poder que advirá, as máquinas não se tornarão mais divinas. Pelo contrário, quanto mais poderosa a máquina, maior o poder do indivíduo. O maquinário do século XXI existirá e conviverá com o nosso mundo, e não vice-versa.
4.5 – A Composição das Capacidades Dota a Informação de
Velocidade e Poder
Aqui está a opinião de Michael Dertouzos, diretor do Laboratório de Ciência da Computação do MIT:
Indepentemente um do outro, a computação e os instrumentos de comunicação vêm melhorando a uma taxa anual de cerca de 25% ao menos nas duas últimas décadas. Essa composição incessante de capacidades transformou uma tênue promessa de sinergia em um potencial imenso e real.
Precisamos de redes e de computadores e em número maior porque a quantidade de informações que precisa percorrê-los está crescendo exponencialmente.
Não muito distante de Dertouzos, em Harvard, onde dirige o Escritório para Tecnologia da Informação, Stephen Hall afirma: “Estamos descobrindo que, no mundo das redes, da melhor educação e da pesquisa, a taxa anual de crescimento dobra a cada seis ou sete meses.” Hall destaca que “esse é um índice de crescimento incrível. Poucas coisas, atualmente, experimentam esse tipo de crescimento. Ele é tremendamente popular, pois existem excelentes informações contidas em uma rede que as pessoas podem acessar em seu trabalho.”
Os computadores podem ser encontrados em quase todo lugar. Eles são eficientes e baratos. Hoje, existem mais micropocessadores na Terra do que pessoas e a sua capacidade de processar grandes volumes de informações continua se expandindo.
Em um esforço para tornar esse grau de progresso palpável para seus ouvintes, Tobias fez uma comparação com o automóvel, dizendo: “Caso tivéssemos tido um progresso semelhante na tecnologia automobilística, vocês poderiam comprar hoje um Lexus por cerca de 2 dólares. Ele viajaria quase na velocidade do som e percorreria cerca de 970 km com um dedal de gasolina.”
Claro está que as rodovias atuais seriam totalmente inadequadas para um veículo assim. O mesmo se aplica às atuais “avenidas” de informações. Na maior parte do mundo, o desenvolvimento da infra-estrutura de informações não tem acompanhado o desenvolvimento das tecnologias que impelem as informações através do sistema.
Isso não significa que grandes progressos não tenham sido realizados. De fato, o alcance e a velocidade das redes deram grandes saltos.
Explica Dertouzos:
Milhões de quilômetros de fibras de vidro manuseiam a maior parte das comunicações de longa distância, sendo capazes de transmitir dados em velocidades de até um bilhão de bits (gigabits) por segundo. As redes locais se tornaram teias indispensáveis, ligando numerosos edifícios e bairros. As redes celulares e outros tipos de redes sem fio alcançam as pessoas enquanto estão dirigindo ou mesmo caminhando. Ademais, agora esses dois gigantes, os computadores e as redes, podem ser fundidos para formarem uma infra-estrutura ainda mais promissora do que as tecnologias individuais.
As tecnologias novas permitem às empresas atuais gerir com eficiência operações distantes entre si.
4.6 – As Redes Atendem à Necessidade de Comunicação
dos Indivíduos
Tomemos como exemplo a USENET. A USENET é uma rede internacional que interliga milhões de pessoas ávidas para debater qualquer assunto, como política, tecnologia, ecologia ou qualquer outro interesse comum através de seus computadores. Qualquer que seja o tópico que você imagine, existem pessoas que compartilham o seu interesse e que dispõem do equipamento para discuti-lo com você a qualquer hora do dia ou da noite. Os computadores e as redes às quais estão interligados estão mudando fundamentalmente o modo como as pessoas interagem entre si.
Como virtualmente todas as inovações que acabam se popularizando, as redes de dados emergiram de baixo para cima, e não de cima para baixo.
Estimuladas não por avenidas de dados de alta velocidade, mas por redes locais construídas por empresas e laboratórios para que seus trabalhadores e pesquisadores pudessem colaborar entre si e compartilhar seus dados mais eficazmente, as redes evoluíram a fim de atender a uma necessidade premente.
As redes maiores evoluem quando as redes pequenas se fundem. Vijay Gurbaxani, da Universidade da Califórnia, descobriu que as redes tendem a crescer exponencialmente. Com o acréscimo de cada rede local nova, os benefícios da ligação aumentam, pois a rede nova proporciona muito mais pessoas com quem se conversar, ao mesmo tempo em que o custo da ligação declina.
Ao expor o amplo impacto das redes sobre a forma como todos nos comunicamos, Dertouzos explica:
Em um mundo onde centenas de milhões de computadores se conectassem facilmente a uma infra-estrutura de informações global, a correspondência das empresas atingiria rotineiramente o seu destinatário em 5 segundos, ao invés de 5 dias. Os consumidores transmitiriam eletronicamenteaos fornecedores as suas necessidades, criando uma espécie de propaganda inversa. Muitos produtos seriam encomendados e pagos eletronicamente, enquanto se está em casa cuidando dos filhos.
Um engenheiro aposentado na Flórida poderia ensinar álgebra a colegiais em Nova York. Além disso, confortavelmente instalado em sua poltrona, você poderia desfrutar de uma volta pelo local de suas próximas férias, de um passeio pelo Louvre ou de um vídeo de alta definição alugado eletronicamente e escolhido entre milhares disponíveis.
Embora poucas pessoas contestem que uma rede de redes ininterrupta de informações globais irá, finalmente, conectar entre si todos os habitantes da Terra, os céticos e os contestadores insistem que tal interconectividade ainda está décadas distante. Alegam que será caro demais religar o mundo com fibras óticas e que nenhuma indústria consegue justificar investimentos de bilhões de dólares sem uma garantia de retorno. Essas mesmas pessoas estão convictas de que o atual estado de coisas perdurará por muitos ano. Enquanto isso, rede por rede, a rede global já está acontecendo.
O mundo não precisa de uma teia intrincada de fibra ótica para atingir o nível de interconectividade necessário; nós já dispomos do que necessitamos. As avenidas de informações não serão construídos com fibras óticas ou fios de cobre ou, com satélites ou microondas, com telefones ou sistemas de cabo, computadores ou televisões. Elas serão constituídas de todas essas coisas. À medida que encontramos o mix tecnológico correto, que formamos as parcerias corretas e que atualizamos os processos políticos e regulamentadores, já estamos construindo a “via expressa” de informações globais.
O que está evoluindo é uma rede híbrida, assim como os novos equipamentos tecnológicos. Mitchell Kapor, criador do Lotus 1-2-3 e, um dos fundadores da Eletronic Frontier Foundation, explica:
As redes domiciliares serão híbridas do cabo de fibra ótica, do fio de cobre existente e do cabo coaxial usado pelas empresas telefônicas e de televisão a cabo. Os cabos de fibra ótica serão usados nas artérias e partes principais do sistema de distribuição, enquanto os cabos coaxiais e de cobre existentes serão usados nos últimos noventa metros.
Para se obter uma rede de vasto alcance capaz de proporcionar vídeo, voz e dados de alta qualidade, é desnecessário e dispendioso substituir o último segmento, que entra no domicílio por fibras óticas.
Durante algum tempo, em meados dos anos 80, o entusiasmo com as fibras óticas foi tamanho, que os demais recursos foram esquecidos. Atualmente, as empresas telefônicas e de televisão a cabo estão aprendendo que o uso habilidoso das tecnologias existentes em combinação com a aplicação inteligente de tecnologias novas podem conduzir quase ao mesmo grau de sofisticação atingível pelo uso exclusivo de tecnologia de ponta.
4.7 – Telecomputadores Pessoais para Todos. Uma Evolução
na Tecnologia das Telecomunicações Está Criando uma Revolução
no Compartilhamento das Informações
O que tudo isso significa para o cidadão comum? Recorramos, mais uma vez, à história. As tecnologias introduzidas em momentos críticos quase sempre provocam um grande salto no desenvolvimento econômico. No século XIX, nos EUA, foi a construção da ferrovia transcontinental. No século XX, três desenvolvimentos – da energia elétrica, do automóvel e do sistema de rodovias interestaduais – deram origem a indústrias novas e aceleraram a criação de empregos.
A conclusão da rede de rodovias interestaduais nos EUA, viabilizou atividades como os serviços de entregas, os restaurantes de fast-food e as redes de hotéis, bem como a entrega eficiente de todas as espécies de produtos. Construir rodovias não foi uma questão de misturar e despejar concreto, mas de transportar eficientemente pessoas e produtos de um lugar a outro.
De forma similar, o programa espacial não foi uma questão de colocar um homem na Lua, mas de criar tecnologias novas, de expandir os horizontes econômicos norte-americanos e de aceitar e enfrentar desafios que iriam ensinar novas formas de fazer as coisas.
As empresas fabricantes de computadores costumam enfatizar o benefício dos computadores para o trabalho das pessoas; porém, os beneficios reais, que serão progressivamente percebidos com o tempo, são o inverso total. As telecomunicações e a sua infra-estrutura põem as pessoas em contato umas com as outras. Elas exercerão um impacto extraordinário sobre o clima social, político e econômico na comunidade global. A revolução das telecomunicações é, realmente, uma questão de permitir um acesso maior às informações.
Toda essa atividade nas telecomunicações está nos conduzindo na direção que temos constantemente trilhado desde os nossos primórdios. Através das eras, a humanidade vem demonstrando um desejo de enriquecer a sua vida, compartilhando informações para aumentar os conhecimentos. Esse desejo ainda insatisfeito desencadeou uma revolução nas telecomunicações globais que mudará drasticamente a forma de nos comunicarmos no futuro.
Uma evolução na tecnologia das telecomunicações está criando uma revolução no compartilhamento das informações.
Assim como estamos progredindo globalmente para um mercado econômico unificado, nas telecomunicações estamos progredindo para uma rede mundial única de redes de informações, onde tudo estará interligado a todo o restante.
Atualmente, algumas limitações práticas restrigem o crescimento da rede. Acordos comerciais e reguladores terão de ser alcançados entre as empresas e, igualmente importante, dentro dos e entre os países.
Um número de elementos essenciais à criação dessa rede global ainda precisa evoluir plenamente. É preciso se atingir um consenso sobre os padrões universais de empacotamento das informações, e o sistema mundial de transporte de informações precisa ser instalado onde não existe e melhorado onde é inadequado.
De tudo isso, evoluirá uma comunidade global bastante real que existe no que os aficionados da tecnologia chamam de espaço cibernético: um lugar que, nas palavras de Kapor, é “mais igualitário do que elitista e mais descentralizado do que hierárquico. De fato, a vida no espaço cibernético parece estar se moldando exatamente como Thomas Jefferson gostaria: fundada no primado da liberdade individual e no compromisso com o pluralismo, a diversidade e a comunidade”.
4.8–-As Máquinas se Adaptarão às Pessoas, e Não Vice-Versa
A tecnologia nos está conduzindo para um mundo que algumas pessoas denominam de “computação ubíqua” ou “virtualidade corporificada”. Mark Weiser, chefe do Laboratório de Ciência da Computação, no Centro de Pesquisas da Xerox, em Palo Alto, a equipara à escrita, à qual se refere como a primeira tecnologia da informação. Diz ele:
A capacidade de representar a linguagem falada simbolicamente para a armazenagem a longo prazo libertou a informação dos limites da memória individual. Atualmente, essa tecnologia é ubíqua nos países industrializados. É difícil imaginar a vida moderna de forma diferente.
Em contraposição, a tecnologia da informação computadorizada está longe de se tornar parte de nosso ambiente. Milhões de computadores pessoais ocupam as estações de trabalho em casa e no escritório; porém, o computador ainda existe em um mundo todo próprio. Observa Weiser:
Ela só é acessível através de um jargão complexo que não tem nada a ver com as tarefas para as quais as pessoas usam os computadores. O estágio de evolução talvez seja análogo ao período em que os escribas tinham de saber tanto sobre a obtenção da tinta e o cozimento da argila como sobre a escrita.
Weiser e seus colegas insistem que a idéia de um computador “pessoal” é provisória, que a visão de máquinas laptop, de dynabooks e de dispositivos navegadores baseados em conhecimentos é apenas um passo transicional em direção ao verdadeiro potencial da tecnologia da informação: que esteja tão ininterruptamente, tão invisivelmente incorporada às nossas vidas diárias, que propicie todos os benefícios sem sequer notemos a sua presença.
Estamos, portanto, tentando conceber uma nova forma de pensar os computadores, a qual leve em conta o mundo humano e permita que os próprios computadores desapareçam no pano de fundo. Somente quando as coisas desaparecerem assim somos liberados para usá-las sem pensar e, de lançar o foco além delas em direção a novas metas.
Essa é a direção para a qual estamos voltados. As telecomunicações estão expandindo as liberdades individuais. Porém, a mudança tecnológica também nos influencia no nível da nacionalidade e da cultura. A revolução das informações erodirá as velhas formas de poder, ao mesmo tempo em que criará formas novas.
À medida que a tecnologia aumenta o poder do indivíduo, ele cria oportunidades maiores para todos. O mercado se tornará ainda mais eficiente, devido à disponibilidade de informações oportunas e sem censura. Com isso, as burocracias - tanto no governo como no comércio - quase certamente deixarão de existir.
Conforme mais culturas passarem a integrar a rede global, um equilíbrio precisará ser alcançado entre os benefícios das comunicações mundiais instantâneas e o valor de preservar e proteger a nossa herança cultural.
No paradoxo global - quanto maior a economia mundial, mais poderosos são os seus protagonistas menores - é virtualmente impossível sobrestimar o papel das telecomunicações globais.
5 - Conclusão
Com base nos acontecimentos discutidos fica evidente que a sociedade da informação, a qual está sendo moldada a menos de 50 anos, está contribuindo e muito para o surgimento dos paradoxos citados.
Uma nova ordem está sendo criada, negando a ordem anterior em relação ao foco principal:
o indivíduo e pequenos grupos de trabalho são os protagonistas, ao invés das corporações imensas.
Informação é poder, e na sociedade atual a informação está disponível para qualquer pessoa, levando em consideração os custos dos equipamentos computacionais caindo exponencialmente, a quantidade de armazenamento e velocidade de rede aumentando também exponencialmente, computadores e sistemas de computadores se tornando cada vez mais fáceis de serem usados, e a quebra de barreiras geográficas com a tecnologia wireless. Este é o principal catalisador da revolução, informação a todos, em qualquer lugar do mundo, sem barreiras como preconceito, condição social, cultura, etc.
- Livro de Bill Gates: A Estrada do Futuro