Para provar, por indução matemática, que uma certa afirmação ou proposição P(n) vale para todo número natural n, siga a seguinte receita:
(Essa receita é essencialmente a mesma da recursão.) Às vezes é preciso começar a indução a partir de um número natural i maior que 0. A receita fica assim:
No passo 3, às vezes é possível deduzir P(n) de P(n−1) apenas, igorando P(i), … , P(n−2). Outras vezes (como na análise da divisão e conquista), deduzimos P(n) de P(⌊n/2⌋), igorando todas as demais proposições da sequência P(i), P(i+1), … , P(n−1). É claro que nesse caso é preciso certificar-se de que i ≤ n/2, ou seja, de que k ≥ 2i.
(Veja exercícios no Apêndice.)
Indução errada.
Alguns novatos fazem a prova por indução
indo de n para n+1
.
Mais precisamente,
trocam o passo 2 por
suponha que P(i), P(i+1), … , P(n−1), P(n) valem para algum n ≥ k−1
e o passo 3 por
deduza P(n+1) de P(i), P(i+1), … , P(n).
Isso não é bom porque confunde a tese com a hipótese:
no passo 2, a prova supõe que
P(n) vale.
Ora, não faz sentido supor algo que deveríamos provar.
Há quem diga, em tom de piada,
que esse tipo de indução
é uma indução mirim
, ou
indução infantil
.
Os defeitos dessa organização da indução ficam especialmente
aparentes quando o movimento
de n para n+1
precisa ser substituído pelo movimento
de n para 2n e 2n+1
.