[CURSO DE TEORIA DOS GRAFOS]
[Dicionário]
Os números de capítulos, seções, teoremas e exercícios se referem ao
livro de Diestel, 2-a edição.
3. Conexidade (= connectivity)
- Grafo conexo:
todo par de seus vértices é ligado por um caminho.
-
G é k-conexo se
|G| > k e
|X| < k implica G − X conexo.
3.3 O teorema de Menger
- A e B são conjuntos de vértices.
-
Teorema 3.3.1
(Menger):
O número mínimo de vértices que separam A de B
é igual ao
número máximo de caminhos disjuntos
que ligam A a B.
Um conjunto X de vértices
separa A e B
se todo caminho de A a B passa por X.
-
Corolário 3.3.4.i:
Para quaisquer vértices não adjacentes a e b,
min |S| = max |P| ,
onde S é um subconjunto de V − {a,b}
que separa a de b
e P é um conjunto de caminhos
independentes
que ligam a a b.
Corolário 3.3.4.ii:
Para quaisquer vértices distintos a e b,
min |A| = max |P| ,
onde A é um conjunto de arestas que separa a de b
e P é um conjunto de caminhos disjuntos nas arestas
que ligam a a b.
-
Teorema 3.3.5.a:
G é k-conexo
se e só se
cada par de vértices
é ligado por k ou mais caminhos independentes.
Caminhos independentes
(= internamente disjuntos):
nenhum contém um vértice interno de outro.
-
Teorema 3.3.5.b:
G é k-aresta-conexo
se e só se
cada par de vértices
é ligado por k ou mais caminhos sem arestas em comum.
- Exercícios:
- Dê um bom exemplo para ilustrar o Teorema 3.3.1.
-
Na prova 2 do Teorema 3.3.1, por que
a aresta ab é escolhida sobre um caminho
de A a B?
Uma aresta arbitrária não teria o mesmo efeito?
-
Dê uma prova direta (sem usar o Teorema 3.3.1)
do Corolário 3.3.4.ii.
-
[3.14]
Suponha que G é um grafo k-conexo,
com k ≥ 2 e
|G| ≥ 2k.
Mostre que G tem um ciclo de comprimento ≥ 2k.
-
[3.15]
Suponha que G é um grafo k-conexo,
com k ≥ 2.
Mostre que todo conjunto com k vértices pertence
a algum ciclo.
Exiba um grafo k-conexo e um conjunto de k+1
vértices que não pertence a um ciclo.
3.4 O teorema de Mader
- A :=
coleção disjunta de partes de V(G).
-
A-caminho:
começa e termina em elementos distintos de A
mas não tem vértices internos em elementos de A.
-
Split:
coleção disjunta
Y1, … , Yk
de conjuntos de vértices.
-
Um split é separador se
todo A-caminho tem um vértice em
V(G) −
(Y1∪…∪Yk)
ou uma aresta em algum Yi.
-
Capacidade do split: |V(G)| − |Y1|−…−|Yk| + ⌊½|∂Y1|⌋ +
… + ⌊½|∂Yk|⌋ ,
sendo
∂Y o conjunto dos vértices em Y que estão
na união dos elementos de A
ou que têm algum vizinho fora de Y ∪ X,
sendo X o complemento de
Y1∪ … ∪Yk.
-
Teorema 3.4.1
(Mader):
O número máximo de A-caminhos disjuntos
é igual à
capacidade de um split separador
de capacidade mínima.
- Exercícios:
- Dê um bom exemplo para ilustrar o Teorema 3.4.1.
-
Mostre que o enunciado do teorema de Mader que está em Diestel
é equivalente ao enunciado acima.
Minha versão
da seção 3.4
(baseada na nova prova do teorema de Mader descoberta por Schrijver).
3.5 Árvores geradoras disjuntas
-
Nesta seção, é mais apropriado trabalhar com
multigrafos.
-
Um subgrafo H de um grafo G é gerador
(= spanning) se V(H) = V(G).
Qualquer subgrafo gerador que é uma
árvore
é conhecido como árvore geradora.
-
Aresta externa (= cross-edge)
de uma partição P do conjunto de vértices:
tem pontas em dois diferentes membros de P.
-
Teorema 3.5.1
(Tutte e Nash-Williams):
Um multigrafo tem k árvores geradoras disjuntas
se e só se
toda partição P
do conjunto de vértices tem pelo menos k (|P| − 1)
arestas externas.
-
Corolário 3.5.2:
Todo multigrafo 2k-aresta-conexo tem
k árvores geradoras disjuntas.
- Exercícios:
-
Dê um bom exemplo para ilustrar o Teorema 3.5.1.
-
Suponha que toda partição P de V(G)
tal que G[Q] é conexo
para todo membro Q de P
tem pelo menos k (|P| − 1)
arestas externas.
Mostre que G tem k árvores geradoras disjuntas.
-
Digamos que uma partição S de V(G) é
simples se E(S1, S2)
≤ k
para cada par (S1, S2)
de elementos distintos de S.
Suponha que toda partição simples S de V(G)
tem pelo menos k (|S| − 1)
arestas externas.
Mostre que toda partição P
de V(G)
tem pelo menos k (|P| − 1)
arestas externas.
-
Suponha que G satisfaz a condição de Tutte e Nash-Williams.
Mostre que delta(G) ≥ k.
Mostre que ‖G‖ ≥
k |G| − k.
-
Dê um grafo G com duas árvores geradoras disjuntas
F1 e
F2
e um conjunto U com pelo menos 4 vértices
tal que F1[U]
é conexo mas
F2[U] não é conexo.
3.6 Caminhos entre pares dados de vértices
-
Nesta seção, voltamos a tratar de grafos, não multigrafos.
-
Grafo k-ligado
(= k-linked):
para quaisquer vértices
s1, … ,
sk,
t1, … ,
tk
distintos dois a dois,
existem caminhos disjuntos P1, … ,
Pk,
cada
Pj ligando
sj a tj.
-
Teorema auxiliar 3.6.1 (Mader):
Existe uma função h
tal que todo grafo G com d(G) ≥ h(r)
inclui Kr como máinor topológico
(ou seja, inclui uma subdivisão do grafo completo
com r vértices).
Lema técnico
dentro da demonstração do Teorema 3.6.1:
Suponha r ≥ 3.
Para todo m ≥ r,
se G tem d(G) ≥ 2m
então
G contém uma subdivisão de algum grafo
com r vértices e m arestas.
(Para m = r, por exemplo, basta que G
contenha um ciclo de comprimento ≥ r.)
(Veja também cap. 8.)
-
Teorema 3.6.2
(Jung e Larman & Mani):
Existe uma função f tal que todo grafo f (k)-conexo é k-ligado.
-
Bollobás e Thomason mostraram que o Teorema 3.6.2 vale com f (k) = 22 k.
- Exercícios:
-
Dê ilustrações do Teorema 3.6.1
nos casos k = 1,
k = 2 e k = 3.
Mostre que se
d(G) ≥ 16
então G contém uma subdivisão de
K4.
(Inspire-se na demonstração do Teorema 3.6.1.)
-
Dê ilustrações do Teorema 3.6.2
nos casos k = 1 e k = 2.
-
Em que ponto a prova do Teorema 3.6.1
falha se o grafo tiver laços ou arestas múltiplas?
Mesma pergunta para o Teorema 3.6.2.
-
Quantos vértices tem um grafo cujo grau médio
é ≥ h?
-
Diestel usa indução em m a partir
m = r para provar o
lema técnico dentro da demonstração do Teorema 3.6.1.
Refaça a prova começando com m = 0;
talvez seja necessário acrescentar a
hipótese |G| ≥ r.
-
Todo grafo 1-conexo é 1-ligado.
Dê um exemplo para mostrar que nem todo grafo 2-conexo
é 2-ligado.
Dê um exemplo para mostrar que nem todo grafo 3-conexo
é 3-ligado.
-
[3.21]
Mostre que todo grafo k-ligado é (2k−1)-conexo.
-
Suponha que G contém um subgrafo completo
K2k.
Sejam
s1, … ,
sk,
t1, … ,
tk
vértices distintos dois a dois.
Dê condições sobre G que garantam a existência de
caminhos disjuntos
P1, … ,
Pk,
cada
Pj ligando
sj a tj.
Prove que suas condições são suficientes.