O estudo da mecânica pulmonar teve um desenvolvimento muito grande
nos últimos dez anos, principalmente devido à pesquisa clínica
em ventilação mecânica, impulsionada pelos avanços
tecnológicos. Com a introdução de microprocessadores
nos ventiladores mecânicos, as possibilidades de controle de fluxo,
volume e pressão, se desdobraram em novos modos ventilatórios,
tornando o estudo da interação paciente-ventilador ainda
mais complexo.
Muito do que se sabe a respeito da mecânica respiratória
à beira de leito é derivada de estudos experimentais baseados
em modelos mecânicos de um compartimento: uma bexiga conectada a
um tubo. Entretanto, com esta modelagem, não é possível
representar a complexidade da estrutura pulmonar constituída por
aproximadamente 300 milhões de pequenas bexigas (alvéolos).
Na tentativa de tornar o modelo mais realista e poder com isso fazer um
estudo mais detalhado da interação paciente-ventilador, este
trabalho propõe um modelo de pulmão de n-compartimentos
ao qual, além dos efeitos das pressões resistiva, elástica,
pleural e do ventilador, foram adicionados os efeitos da gravidade
e da substância surfactante (mantém a tensão superficial),
responsáveis pela abertura do alvéolo.
Bevilacqua, J.S.; Roma, A.M.: Um modelo de pulmão de n-compartimentos, Anais do XX Congresso Nacional de Matemática Aplicada e Computacional, pp.335-336, Gramado, RS, Brasil, 08-12/09, 1997.