Nos últimos anos, a tecnologia evoluiu e desenvolveu produtos que hoje são usados por todos, inclusive pelas crianças. Celulares e laptops são muito comuns no universo infantil. Mas até que ponto ela pode ajudar ou atrapalhar o desenvolvimento de uma criança?
Para o professor titular do Departamento de Ciência da Computação, Instituto de Matemática e Estatística da USP, Valdemar Setzer, a tecnologia pode prejudicar de forma irremediável o desenvolvimento da criança. Segundo ele, todos os meios eletrônicos têm um efeito parecido com as drogas psicotrópicas, já que podem comprometer a força de vontade, tanto de adultos como de crianças e jovens. Setzer ressalta ainda, que o resultado é catastrófico, já que as crianças deveriam desenvolver a capacidade de determinar os objetivos e atingi-los.
A especialista em Psicopedagogia e em Educação Especial, Maria Irene Maluf, diz que o uso da tecnologia deve ser acompanhado de bom senso e orientação da família. “A tecnologia também exige mediação, seja quando as crianças estão usando esses recursos em simples jogos ou pesquisando na Internet”, orienta.
O professor Valdemar Setzer critica a atitude dos pais de presentear as crianças com laptops. “ Se os meios eletrônicos não existirem em casa, o uso pelas crianças e jovens será muitíssimo menor. Ou, se existirem, não devem ser usados pelas crianças e adolescentes. Os dois casos extremos da pior situação é quando há esses aparelhos no dormitório dos filhos, ou então eles podem usar um celular ou laptop fora de casa para se conectarem com a Internet, jogarem ou até assistirem TV”, explica. E complementa: “Nesses casos, não existe nenhum controle por parte dos pais. O prejuízo para a atenção e a capacidade de concentração na aula é tão grande que muitas escolas proíbem os alunos de levar telefones celulares para a escola”, diz.
A jornalista Suelen Loureiro de Queiroz conta que o filho Lucas, 7, já tem celular e usa quando vai para casa do pai, para se comunicarem. Ela ressalta ainda, que controla o tempo que ele fica no computador. “Todos os dias, ele fica no computador por volta de uma hora (é o tempo que eu deixo)”, conta.
Tecnologia para o bem ou para o mal
Os efeitos positivos dos meios eletrônicos são ultrapassados pelos efeitos negativos. De acordo com o professor titular do Departamento de Ciência da Computação, Instituto de Matemática e Estatística da USP, Valdemar Setzer.
Já para a jornalista Suelen Loureiro, mãe de Lucas, 7, as novas tecnologias ajudam na educação e no desenvolvimento do filho. “Depois que passou a utilizar o computador, ele ficou muito esperto! Sempre que quer saber de algo, vai até o computador e procura”, destaca.
A especialista em Psicopedagogia e em Educação Especial, Maria Irene Maluf, ressalta que o lado positivo da tecnologia na educação vai desde a inserção da criança na linguagem e recursos disponíveis até o despertar pela motivação. Porém, quando a tecnologia é usada de forma inapropriada e mal supervisionada pelos adultos, ela pode se tornar uma vilã.
A mãe de Lucas acredita que o uso
excessivo de tudo atrapalha. Ela diz que limita o horário para o filho
utilizar o computador, jogar vídeo game e até para sair com o celular.
Para evitar transtornos, Suelen explica que sempre acompanha o filho no
uso da Internet. “Morro de medo de utilizar algum conteúdo impróprio
para idade dele e acontecer de aparecerem alguns desses pedófilos, por
isso sempre acompanho todas as atividades”, conclui.