O PENSAMENTO É GERADO PELO CÉREBRO?
IMPLICAÇÕES NA "INTELIGÊNCIA" ARTIFICIAL
ou
PENSAR, SENTIR, QUERER
IMPLICAÇÕES NA "INTELIGÊNCIA" ARTIFICIAL
AVALIAÇÕES DE PARTICIPANTES
Valdemar W. Setzer
Departamento de Ciência da Computação, IME-USP
www.ime.usp.br/~vwsetzer
– esta versão: 5/12/24 - 2
Nesta página encontram-se, em ordem cronológica reversa, as avaliações
de participantes das palestras. As partes ilegíveis são
anotadas com [?]. Questões: [1] Coisa mais importante aprendida;
[2] Maior dúvida que ficou; [3] Comentários. Quando as avaliações
são feitas no formulário eletrônico, ainda há
as questões: [4] Qual o seu grau de satisfação
com essa palestra? (1 - muito insatisfeita/o a 5 - muito satisfeita/o);
[5] Aprendeu coisas novas (S - sim, N - Não). Meus comentários
estão marcados com RESP.
Ver a apresentação
em ppt da palestra. Ver o formulário
de avaliação.
4. 3/12/24 palestra remota ("Pensar, sentir, querer etc.")
no Ramo Rudolf Steiner da Sociedade Antroposófica no Brasil. Info:
Celso Galhardo Monteiro bkcgtudojuntomonteiro at gmail dot com
- [1] A reflexão sobre a hipótese de que os pensamentos
e ideias não são físicos. A fundamentação
me faz acreditar que a hipótese é uma grande verdade.
[2] Grande desafio demonstrar com a visão materialista
a veracidade da hipótese acima. [3] O tema instiga continua
pesquisa. Creio que a cosmovisão de Goethe e a conceituação
de Steiner sobre o pensar como experiência superior na experiência
deve ser um bom caminho para o aprofundamento. [4] 5; [5]
S. RESP.: Acho que a questão de o que há de comum
entre todas as representações simbólicas do "dois"
não ser algo que possa ser representado simbolicamente (pois
senão seria uma das representações) é logicamente
irrefutável. Não pude usar conceitos antroposóficos
pois a palestra é dirigida ao público geral.
- [1] A relação/ interferência que há
da tecnologia, em especial a IA com a alma humana (principalmente o
Pensar). [2] O q fazer, de concreto, diante dessa realidade assustadora.
[3] Eu agradeço muito esses ensinamentos, prof Valdemar,
pois temos poucos antropósofos na área da tecnologia que
possam nos esclarecer o que é de fato a IA, inclusive o que vem
por aí. Obrigada. [4] 5; [5] S. RESP.: Quanto
ao que fazer, acho que só há uma solução:
para colocar a tecnologia no seu devido lugar (principalmente libertar
o ser humano das forças da natureza, interiores e exteriores
a ele) é necessário ter um conhecimento profundo do que
é o ser humano e a natureza. Na minha experiência, somente
a antroposofia fornece esse conhecimento.
- [1] O que há realmente por trás deste campo virtual
ou , o que Não há. [2] Como proteger o Ser Humano?
[3] Minha maior preocupação é como proteger
e encaminhar nossas crianças para encontrar um alimento anímico
saudável. [4] 5. [6] S. RESP.: So há
uma maneira de proteger o ser humano: cada pessoa deve usar os meios
eletrônicos apenas para o que é útil e saudável.
Mas para isso é necessário conhecer o que é o ser
humano de um pouco de vista global, isto é, físico, anímico
e espiritual. Podem ser passadas leis, como a recente da Austrália,
proibindo crianças de menos de 16 anos usarem redes sociais.
Mas não há impedimento de usar a internet e com isso fazer
acesso tudo o que é impróprio para essas idades, incluindo
jogos eletrônicos e apostas. Além disso, na notícia
sobre essa lei está claro que não haverá penalidades
para pais e responsáveis que cuidam de crianças e jovens
que infringirem a lei. Desse jeito, não vai acontecer nada. Com
crianças, a proteção é não dar acesso
aos meios. Se elas não tiverem celulares, e nenhum dos meios
em seus dormitórios, o uso fora de casa e da escola será
muito pequeno, apesar de inevitável. Mas se as crianças
são pequenas (menos de 14 anos), os pais e responsáveis
não devem usar os aparelhos na frente delas, pois elas não
podem compreender porque não podem usar algo que aparentemente
não faz mal. Podem ser dados celulares sem acesso à internet,
para serem usados apenas como telefone.
- [1] Como não estou muito familiarizado com a linguagem
computacional desconhecia os TOKENS que trabalham aparentemente como
vetores buscando informações. O mais importante é
a comprovação de que não há máquina
ou ferramenta que possa tomar decisões como os seres humanos
a tomam através do seu livre arbítrio. Vide observações
abaixo. [2] Penso que teremos que conviver com essa tecnologia
inevitavelmente, e para que possamos ter informações sobre
os bons usos e os perigos de se adotar os resultados como verdades sem
análise crítica dos mesmos, teríamos que "educar"
a todos de forma a desmistificá-la e poderem utilizá-la
como outra ferramenta qualquer, e isso é um grande desafio que
não imagino como contornar. [3] Essa ferramenta como mencionei
anteriormente, baseia-se em um grande número de informações
sobre o que já é conhecido, ou seja, é um grande
banco de dados do passado, que deve ser alimentado constantemente para
se manter atualizado. Os resultados de consultas em áreas específicas
devem ser orientativos e com a devida interpretação daquele
que pesquisou, e não adotá-los como uma verdade absoluta.
Uma máquina nunca poderá substituir o pensamento, a criatividade
e o livre arbítrio do ser humano. [4] 5. [5] S.
RESP.: Cada token que, simplificando, é uma representação
numérica de uma palavra, é localizado como ponto em um
gráfico. O vetor une a origem desse gráfico à localização
do ponto. Assim é possível calcular a distância
entre dois tokens. Por exemplo, os felinos ficam agrupados,
e os caninos em outro grupo. A distância entre tokens de
dois felinos é bem menor do que a distância entre um felino
e um canino, e vice-versa. Não é só o livre arbítrio
na decisão do que pensar em seguida; meu primeiro argumento foi
de que as ideias não são representações
físicas, e como o pensamento interage com as ideias, ele não
pode ser físico. Acho que a educação formal deveria
prover os alunos de bastante cultura, e interessá-los a adquiri-la.
Além disso, é fundamental educar para que tenham um pensamento
flexível e não bitolado (os fundamentalismos e fanatismos
crescentes são resultado de pensamentos bitolados e sem bom senso).
Finalmente, a tecnologia só será colocada em seu devido
lugar se houver uma concepção ampla do que é o
ser humano, abrangendo sua alma e seu espírito. Eu acho que à
medida em que aumenta a quantidade de textos de um grande processador
de linguagem, aumenta o número de ambiguidades, resultando no
que o pessoal da área denomina de resultados "alucinados".
Acho que será impossível haver gente suficiente para detectar
essas "alucinações", melhorando os sistemas.
Quem sabe assim como a internet possibilitou o crescimento exponencial
dos crimes virtuais, talvez a ponto de torná-la inviáve
um dia, quem sabe haverá um crescimento exponencial das "alucinações"
e aí os grandes modelos de linguagem se tornarão inviáveis.
Enquanto isso, vão convencendo os incautos...
3. 25/11/24 palestra remota, aberta ao público, promovida pela
Sinagoga Israelita do Brás, São Paulo, dentro do curso "O
valor da educação". Info: Prof. Simão Priszkulnik
spritudojuntosz aa gmail ponto com. Questões [4] 100% 5; [5]
100% de Sim.
- [1] Queria ouvir sobre o que o sr. falou sobre conceitos, sentimentos,
ideias, sensações e cognição. Li o artigo
e achei muito interessante. [2] Estava pensando sobre espiritualidade,
ou não materialismo e religião. Eu não sou adepto
de nenhuma religião, mas estou tentando me posicionar como acreditando
no não materialismo. [3] {Vazio}. [4] 5. [5]
S. RESP.: Praticamente todas as religiões instituídas
deveriam ser consideradas como insatisfatórias por uma pessoa
que está dentro de nossa época. Isso se deve ao fato de
as religiões dirigirem-se essencialmente a sensações
e sentimentos, e não à compreensão. O ser humano
moderno deveria querer compreender, e não se satisfazer com imposições
do modo de pensar, com dogmas etc. Mas reconheço que há
muita gente que não procura compreender o ser humano e o mundo,
e se satisfaz em sentir-se bem nos cultos e na comunidade religiosa,
e gostar deles. Hoje épossível compreender o mundo espiritual.
Tentei mostrar alguns aspectos disso na minha palestra, que foi espiritualista
mas não religiosa. Adotei uma atitude científica, ampliando
o método científico. Para isso, sugeri que as pessoas
usassem seu pensamento e chegassem às mesmas conclusões,
e reconhecessem que têm certas atividades interiores que todas
as pessoas sadias podem ter. Isso dá uma objetividade e universalidade
às ideias que expus.
- [1] Na minha opinião, o mais importante que aprendi,
é que o pensamento é um órgão de percepção
do mundo não físico das ideias. [2] Acho que nenhuma,
Professor. Achei tudo muito claro e muito bem explicado. Obrigado. [3]
Na minha área de pesquisa possuo especial interesse no assunto
"Ninguém sabe, nem pode saber, como sistemas de IA generativa
funcionam", mas acredito que esse seja um assunto para outra palestra!
[4] 5. [5] S. RESP.: Sim, a questão do pensamento
é muito importante. Mas acho que muito importante foi também
o fato de termos possibilidade de determinar o próximo pensamento,
em um ato de liberdade interior, o processo cognitivo, a caracterização
de sensações e sentimentos e o fato de máquinas
jamais os terão, bom como o nosso pensamento. Veja a apresentação
em ppt para a parte que pulei, e poder pensar mais calmamente nos vários
tópicos. Quanto ao fato de não se poder saber como os
sistemas generativos de IA chegam aos resultados, acho que toquei o
suficiente nesse tópico. Numa palestra só sobre isso eu
poderia entrar em detalhes técnicos de como esses sistemas funcionam
(redes "neurais" e cálculo da "distância"
entre palavras).
- [1] Que nada substitui o livre arbítrio, nossa imagem
e semelhança de D'us. [2] Na questão do slide 34,
sobre os átomos, minha ideia era um pouco diferente.imaginava
que a própria obsrevação das partículas
subatômicas já eram o suficiente para modificar o estado
do átomo, entretanto, não sou da área, então
posso ter pensado errado. [3] Foi uma das palestras mais lindas
que eu já assisti! Muito obrigada por seu tempo conosco! [4]
5. [5] S. RESP.: De fato, o livre arbítrio é
uma distinção fundamental entre seres humanos, animais
e máquinas. Mostra que não somos seres puramente físicos,
pois a librdade não pode advir da matéria, que é
inexoravelmente sujeita a "leis" e condições
físicas. Eu não uso a entidade Deus em meus artigos e
palestras, pois não é necessário apelar para ela,
que se tornou mera abstração. Examinar o ser humano, como
qualquer pessoa pode perceber em si própria, é suficiente
para mostrar, por exemplo, que temos algo de espiritual dentro de nós,
irredutível para processos físicos. Reconecer, pelas evidências,
que temos o espírito dentro de nós é mais concreto
do que admitir entidades espirituais fora de nós (não
estou negando que elas existem). Eu inseri mais um slide no começo,
portanto agora é o 35. O que você colocou sobre o átomo
está correto; eu disse a mesma coisa com outra formulação.
Qualquer observação de algo exige que se extraia energia
dele, ou se insira e extraia energia. Mas o mínimo quantum de
energia que se introduza ou se retire de uma partícula sub-atômica
ou de um átomo muda seu estado natural. Agora vou adiantar algo
que não falei: como os átomos são e serão
desconhecidos em seu estado natural, pode-se supor que eles não
são físicos. É como a luz: ela é invisível
até que interaja com a matéria. Pode-se supor que a luz
seja espiritual.
- [1] Estruturação racional para o pensamento não
estar no cérebro. [2] O contexto apresentado ficou claro.
Li o artigo e achei muito interessante. [3] Fiz meus comentários
ao final da apresentação. acrescento apenas que, talvez,
o conteúdo pudesse ser transmitido de forma mais concisa.
[4] 4. [5] S. RESP.: Eu acho que uma de minhas missões
na Terra, talvez a principal, seja mostrar que o materialismo não
se sustenta, e que existe uma boa alternativa para ele, que não
está nas religiões (apesar de reconhecer que certas pessoas
necessitam de alguma religião, e isso deve ser respeitado). Uma
das maneiras que desenvolvi de mostrar que o materialismo não
se sustenta é dar evicências fortes para o fato de o pensamento
não ser gerado pelo cérebro, um dos fulcros do materialismo.
Para isso, usei uma extensão da ciência natural: vivências
que qualquer adulto saido pode ter, e que têm, assim, um caráter
de objetividade e universalidade, como é exigido pela ciência.
Coloquei isso no artigo que talvez seja o que você leu:
www.ime.usp.br/~vwsetzer/conceito-cerebro.pdf
Quanto à palestra poder ter sido mais concisa, sempre que eu
revejo uma apresentação, começo com a intenção
de diminuí-la, mas acho tudo muito importante e acabo aumentando...
Talvez seja minha técnica didática, de dar exemplos e
tentar ser bem claro. O que é suscinto perde em amplitude e clareza.
2. 21/9/24 palestra presencial e remota aberta ao público,
no Encontro Espiritualidade e Tecnologia - Inteligência Humana e
Inteligência Artificial, no Espaço Cultural Rudolf Steiner
da Sociedade Antroposófica no Brasil. Info: Rogério y. Santos
rogerioytudojuntosantos arr gmail dot com
- [1] Como explicar a diferença de ideia e conceito. Esperança
e motivação para seguir. [2] Fico com as questões
de como escalar para acessar, sem perder a verdade e o que é
bom. Não sei muito nominar as questões. [3] Pensei
sobre o "fim do capitalismo" que talvez hoje até o
capital está a "serviço" dos dragões
das máquinas. Vai mais longe, mas ainda não organizei
essa ideia, ou melhor, os conceitos, para explicar essa ideia. RESP..:
Não entendi o "como escalar para acessar". Talvez "escalar"
como "elevar-se"? Nesse caso, tem que ser um trabalho individual,
dentro de si mesma/o. Mas acho que isso só é possível
quando se tem uma noção bem clara da constituição
suprassensível do ser humano, como a dada pela antroposofia.
Baseado nisso, é fundamental ter uma noção clara
do que é bem e o mal. Por exemplo, se se considera que o ser
humano deve desenvolver a sua liberdade, é um mal cercear a liberdade
de uma pessoa adulta, sadia e responsável. Agora, se "escalar"
significa divulgar amplamente as minhas ideias, não acho isso
possível. Os cientistas e intelectuais são em geral preconceituosos,
não querem deixar o dogma do materialismo e nem mesmo conhecer
outras formas de pensar. A população em geral não
se interessa por compreender, quer ter sentimentos agradáveis.
O capitalismo não terá fim, pois baseia-se na liberdade,
no caso, de ser um/a empreendedor/a econômico/a sempre a serviço
do egoísmo. Essa liberdade acaba irradiando para outras áreas
fora da economia, como a liberdade de expressão, que corresponde
a um anseio generalizado da humanidade de hoje (apesar de cerceada nas
inúmeras ditaduras). A única maneira de se diminuir ou
eliminar o egoísmo é pela educação e pela
eliminação da competição (que é antissocial,
pois quem ganha fica feliz, às custas de quem perde e fica pelo
menos frustrada/o).
- [1] O pensamento não é físico e/mas "trabalha"
em conjunto com o cérebro para construir o conceito. [2]
{Vazio}. [3] O crescimento da tecnologia desde o século
passado busca aproveitar-se da fragilidade e pouca educação
do ser humano para que as forças adversárias se sobressaiam.
A educação e a espiritualidade são importantes
para viver [?] com a força micaélica e em paz. RESP..:
Não, eu disse que o cérebro serve para "espelhar"
o pensamento para a consciência, e portanto termos consciência
do que pensamento. Sim, na minha teoria os conceitos são produzidos
pelo pensamento. Ele entra em contato com as ideias e aí formula
conceitos que as exprimem (mas não são elas próprias!).
Sim, as forças adversas estão conseguindo que as máquinas
e a tecnologia sejam usadas principalmente para o mal, isto é,
contra o desenvolvimento da humanidade.
- [1] Pensamentos não são físicos, não
são produzidos pelo cérebro. O cérebro é
parte do processo. Sentimentos e sensações são
individuais e subjetivos. IA pode significar o fim do futuro. Somente
a vontade humana pode mudar isso. [2] Ainda não consigo
ter dúvidas. Talvez: o que fazer? Como podemos lidar com tudo
isso de forma a preservar a cultura humana. [3] {Vazio} RESP..:
O cérebro é parte do processo no sentido de termos consciência
do que pensamos. Sobre o que fazer: deve-se começar individualmente,
em si própria/o. Depois, irradiar para outras pessoas. A cultura
humana não deve somente ser preservada, ela deve progredir positivamente.
Se a questão é como lidar com a tecnologia, como eu disse,
o primeiro passo é compreender como funciona e seu efeito nos
seres humanos. Esses efeitos só podem ser compreendidos de maneira
global se há uma compreensão do que é o ser humano,
inclusive do ponto de vista suprassensorial. Somente com compreensão
a tecnologia pode ser colocada em seu devido lugar: libertar o ser humano
das forças da natureza fora e dentro de si mesmo.
- [1] O pensamento não é um processo físico.
Mundo das ideias. Ideia é uma entidade. O ser humano pode ter
ideias originais. Compreender é associar percepção
correta à sua ideia correta. Temos Liberdade no nosso querer.
O corpo físico (cérebro) reflete uma atividade mental
para a nossa consciência. Máquinas são sub naturais.
A essência da vontade prepara o futuro. [2] Como viver
plenamente e em liberdade? Como viver em comunidade virtual de pessoas?
Compreendendo o eu do outro via máquinas? Qual a diferença
de um evento presencial e o mesmo via internet? [3] Considero
excessivas as declarações do Valdemar, de "certezas"
que a ciência "não sabe" dezenas de assuntos
e "nunca saberá". Excesso de afirmativas... "tudo
bem", "deixa prá lá". Palestra muito longa,
é difícil manter a atenção e compreensão
portento tanto tempo. RESP..: Viver em liberdade significa poder
fazer o que a consciência dita. A diferença entre presencial
e internet é que a interação pessoal é muitíssimo
mais rica, envolvendo elementos que são perdidos em uma transmissão
via internet. No entanto essa transmissão permite que pessoas
se comuniquem remotamente, o que pode ser uma necessidade - mas, se
possível, não devia ficar só nisso. Grande parte
das minhas certezas não são intuições, são
devidas a fatos, por exemplo, o fato de que para examinar uma partícula
atômica ou sub-atômica, é necessário extrair
energia dela, eventualmente inserida previamente, mas o mínimo
quantum de energia que se insere ou se extrai de uma partícula
atômica muda seu estado. Portanto, jamais a ciência, com
seu paradigma atual, saberá o que é uma partícula
atômica e portanto o átomo. Já conferi isso com
alguns físicos, e todos concordaram comigo. As evidências
para o pensmento não ser físico são muito fortes,
e me dão a certeza disso. Como a ciência corrente só
lida com fenômenos físicos, tenho que ter certeza que desse
jeito ela jamais saberá o que é o pensamento; idem para
as sensações sentimentos, como expliquei. E assim por
diante, com outras certezas. Já está mais do que na hora
de todas as pessoas reconhecerem que a ciência tem limites. Até
a matemático os tem! Não entendi a objeção
quanto ao "tudo bem". O "deixe para lá" eu
falei algumas vezes pois decidia não entrar em algum assunto,
o que iria fazer a palestra durar muito mais - mas eu sempre disse que
poderia tratar do tal assunto depois da palestra. Sim, a palestra é
muito longa demais. Tentei encurtar, e sempre achava que cada tópico
era importante. Quem sabe você poderia sugerir o que cortar (veja
a apresentação em ppt). Mas você conseguiu captar
muitos dos pontos importantes! Agora estude a apresentação
em ppt para absorver melhor os conceitos expostos, e as ideias subjacentes...
- [1] O mais importante foi ter compreendido o papel do cérebro
no espelhar dos conceitos. [2] Muitas. [3] {vazio}.
- [1] Gostei muito de poder conhecer como é a aproximação
dos estudos de Rudolf Steiner com a IA atual. [2] Queria entender
um pouco mais dos pensamentos de Rudolf sobre IA e ensino, educação
no primeiro setênio. [3]. {Vazio}. RESP.: O mais
importante é reconhecer que o pensamento, as sensações,
sentimentos e vontade não são fenômenos físicos
no ser humano. São acompanhados por fenômenos físicos.
Se não são físicos, jamais poderão ser exercidos
por máquinas, que apenas podem simulá-los. Um pensar micaélico
é o pensar imbuido de sentimentos, como a compaixão, a
empatia, o respeito etc. que as máquinas jamais terão.
O resultado é que os computadores tratam seres humanos como máquinas,
com absoluta frieza e sem individualidade. Quando à IA na educação,
ela absolutamente não tem lugar no ensino básico, pois
ele deve ser fruto de relação humana, por exemplo entre
aluno e professor. Nâo se deve incentivar o uso da internet por
parte das crianças e adolescentes, pois eles não têm
as 4 capacidades que eu aponto como essenciais para o bom uso de qualquer
tecnologia, especialmente os computadores: 1. Muito conhecimento; 2.
Muito discernimento; 3. Muito autoconhecimento; 4. Muito autocontrole.
Crianças e adolescentes vão usar mal, e o risco de ficarem
viciados é muito grande. Minha recomendação é
adiar-se o máximo possivel o uso dos aparelhos (pelo menos até
os 14 anos) até o adolescente começar a compreender os
perigos e a começar a poder usar bem. Mesmo assim, os perigos
são enormes note como os adultos não estão
se controlando. Leia meu artigo
www.ime.usp.br/~vwsetzer/meios-e-pedago-Waldorf.pdf
1. 20/9/24 palestra remota nos Seminários de Estudos em Epistemologia
e Didática (SEED)/Seminários de Ensino de Matemática
(SEMA) da Faculdade de Educação da USP (FEUSP). Info: prof.
Nilson J. Machado njtudojuntomachad arrob usp pt br e Marisa Ortegoza
da Cunha marisa pt ortegoza no gmail pt com1.
- [1] Ainda estou refletindo do que foi mais importante a consciencia
e o pensamento. [2] Se a consciência é o pensamento.
[3] Não sei como expressar como foi bacana. [4]
5. [5] S. RESP.: Como eu disse, considero o mais importante
o pensamento, pois tudo, absolutamente todos os objetos e seres vivos
no mundo têm um pensamento subjacente, sua essência. Quando
você olha para uma porta, e diz "isso é uma porta"!
você entrou em contato com a essência do objeto. Se você
diz a uma pessoa "por favor, feche a porta" ela entende o
que você disse pois entrou em contato com a essência daquela
porta, na minha nomenclatura a ideia de porta -- não interessam
as características particulares da porta, essa mesma essência,
ideia, está subjacente a todas as portas. Além disso,
a pessoa entrou em contato com a essência, a ideia de "fechar",
que se aplica a tudo o que pode ser fechado. A pessoa compreendeu
o que você quis dizer pois associou (na minha nomenclatura) os
conceitos, as palavras, às suas essências, à suas
ideias. Se ela nunca tivesse visto uma porta (por exemplo, uma pessoa
de uma tribo originária), ela não compreenderia a palavra
"porta", pois não consegue associar essa palavra a
um conceito. Aliás, como você iria falar "porta",
quem sabe na língua dela, se para a tribo não existem
portas? Isso mostra que, usando portas, é necessário criar
um conceito para que se possa entrar em contato com a ideia.
- [1] Provavelmente, as ideias mostrando os perigos da IA. [2]
Não diria dúvidas. Gostaria que se aprofundasse a
discussão sobre prós e contra a IA. [3] Não
concordo em nada com sua hipótese de que o pensamento não
é originado no cérebro. (Como já deixei claro na
outra vez que fiz uma avaliação de sua palestra, nunca
haverá acordo entre minha posição materialista
e suas ideias de transcendência.) Embora reconheça que
você tem argumentos em favor da hipótese não me
parece que tais argumentos levem a concluir que o pensamento não
se origina no cérebro. (Se sua ideia fosse um teorema, eu diria
que não você não conseguiu demonstrá-lo.)
Por outro lado, acho que sua percepção dos perigos da
IA é bastante importante. Você falou que deveria atualizar
um livro que escreveu sobre isso e eu acho que deveria fazê-lo.
Há mais gente preocupada com a IA, basta ver como STE brasileiro
coloca restrições à IA na propaganda eleitoral.
Um vídeo que circula na internet com uma avaliação
do best-seller Yuval Harari é muito interessante (é uma
entrevista para a CNN) e recomendo.
As inovações são sempre assustadoras. Os "perigos"
dos registros escritos (algo recente há 2500 anos) têm
eco em Platão. Os perigos da televisão foram exagerados
por McLuhan embora tivessem um fundo de verdade. É provável
que exageremos no caso da IA, mas ela parece perigosa mesmo. Reitero
que você deveria pensar no livro a que se referiu na palestra.
[4] 5. [5] S. RESP.: Estou à disposição
para conversarmos pessoalmente ou em uma sessão remota sobre
IA ou qualquer outro assunto, enventualmente sobre o que eu falei na
palestra. Você viu que eu expressei coisas novas para você,
como respondeu no item [4]. Agora a seus comentários,
que agradeço imensamente.
Sobre o pensamento não ser originado no cérebro. Veja,
não é possível provar cientificamente que ele é
originado no cérebro ou que não o é. Portanto,
a hipótese de que não é não contradiz conhecimentos
científicos de hoje (e na minha opinião, nem do futuro
- já está mais do que na hora de cientistas admitirem
os limites da ciência, y que los hay, los hay, muchos!
Eu sugeri vivências pessoais, em que cada um pode vivenciar que
seu pensamento não se origina no cérebro. Para isso usei
4 argumentos.
Vamos pegar o primeiro. Mostrei várias representações
synbólicas do numeral 2: 2, II, ii, .., dois, dos etc., que denominei
de conceitos formais. Você consegue supor que há
algo em comum entre todas as representações simbólicas
do 2? Acho que sim. Ocorre que esse algo em comum não tem representação
simbólica, pois qualquer representação não
é o que há de comum, é simplesmente uma representação
simbólica. Denominei esse algo em comum da ideia do numeral
dois. Aí fiz um pulo: se não há representação
simbólica desse algo comum, ela não pode estar armazenada
no cérebro. Mas nós pensamos nela. Chamei a atenção
de que quando se usa representações simbólicas
do dois, ou de qualquer numeral, p.ex. "dois mais três igual
a cinco", nós não usamos essas representações,
esses conceitos, mas sim as ideias correspondentes de "dois, "mais",
"três", etc. Mas se ideias de representações
simbólicas não podem estar armazenadas no cérebro,
e pensamos sobre elas, isso significa que nosso pensamento deve ter
alguma qualidade que não pode estar armazenada ou se originar
do cérebro. Você poderia contradizer o que escrevi?
Na palestra, ainda usei outros argumentos, por exemplo o fato de que
podemos vivenciar termos liberdade no pensamento, pois podemos
determinar nosso próximo pensamento (o exercício do mostrador).
Novamente, não posso provar cientificamente isso, é algo
que deve ser vivenciado por cada pessoa (isso é uma extensão
da ciência corrente). Tenho certeza de que você pode ter
essa vivência. Nesse caso, não é o cérebro
que determina o que você vai pensar, pois senão não
poderia decidir o que pensar em seguida; mostrei que a liberdade
está na decisão do que pensar, e não no pensamento,
daí as sábias expressões "livre arbítrio"
e free will.
Chamei a atenção de que a matéria está inexoravelmente
sujeita a leis físicas, portanto da simples matéria não
pode advir liberdade - e mostrei minha teoria de como algo não
físico pode atuar sobre o mundo físico sem violar leis
físicas, usando o exemplo da célula: a decisão
de uma transição física entre várias fisicamente
não deterministas. Esqueci de dizer na palestra que os neurônios
também não são deterministas: é sabido que
com um certo estímulo, um neurônio às vezes dispara,
outras vezes não dispara.
Quanto ao teorema, é óbvio que não consegui demostrá-lo,
pois não se trata de um teorema, que é sempre expresso
em conceitos formais. Tratou-se de uma vivência que qualquer
pessoa pode fazer (estou 100% seguro disso).
Obrigado por me incentivar a atualizar meu livro sobe "I"A.
Vi o vídeo do Harari, talvez seja o mesmo. Mas não sei
se você percebeu que tenho argumentos bem diferentes dos usuais,
por exemplo, já que no meu entender pensamentos, sensações
e sentimentos não são físicos, máquinas
jamais os terão. Eu também afirmei que computadores fazem
escolhas lógicas, e que os seres humanos, além delas,
podem tomar decisões que não podem ser expressas logicamente,
muito menos quantificadamente como se passa nos computadores. Não
lembro se dei um exemplo: suponha que você encontre uma pessoa
ou animal sofrendo, e que você tenha compaixão (um sentimento!)
dela/e. Aí você pensa nas causas do sofrimento, pensa em
ações que você poderia tomar para aliviar as causas
e/ou minorar o sofrimento. Seu pensamento foi enriquecido pelo sentimento
de compaixão, e até por imaginar que, com sua ação,
ela poderá sofrer menos. Jamais máquinas vão ter
compaixão genuína podem até simular uma,
produzindo um rosto que indique compaixão (será que existe
uma tal feição?). Mas simulação não
é a realidade.
Não acho que se deve comparar registros escritos com a "I"A.
Platão foi contra os livros pois temia que eles iriam diminuir
a capacidade da memória o que aconteceu, imagine o Homero
recitando de cor toda a Ilíada e a Odisseia, e os ouvintes lembrarem-nas
para muito depois registrarem as histórias por escrito! O ser
humano era bem diferente naquelas épocas, e a memória
também era diferente (por exemplo, era comum admitir a existências
de seres divinos, sem corpos físicos mas isso já
estava degenerado, pois nos mitos divinos gregos os seres divinos ("imortais")
comportavam-se como seres humanos, com os mesmos problemas psicológicos.
É importante reconhecer que a escrita deu uma enorme liberdade
ao ser humano. Ao contrário, a "I"A está cerceando
a liberdade, induzindo as pessoas a pensarem de certas maneiras -- a
propaganda já fazia isso, mas era reconhecida como propaganda.
A "I"A generativa parece uma pessoa escrevendo ou falando!
É a própria enganação! Chamei a atenção
para o perigo de se delegar às máquinas decisões
humanas.
Quanto ao Harari, li todos os 3 livros dele (acho que há um recente,
que ainda não li). Sinto muito, mas acho que ele não sabe
o que é matematicamente um algoritmo. Ele confunde algoritmo
com programa de computador.
Compreendo e respeito seu materialismo. Mas acho que você não
está conseguindo se libertar do que foi induzido a pensar, pela
educação formal que todos tivemos. Sou espiritualista
porque as evidências da existência de algo transcendental
-- até nas plantas! -- são muuuuito fortes, em mim (como
mostrei na palestra, e que todos podem vivenciar) e no exterior (o que
houve antes do estapafúrdio big bang? O que há
além dos limites do universo, o nada? E o que é e até
onde vai o nada? Sou espiritualista porque conheço uma teoria
espiritualista que é fantasticamente abrangente, explica muitos
fenômenos não explicados pela ciência, é coerente,
não contradiz fatos científicos (pode contradizer julgamentos
científicos), e tem aplicações práticas
de sucesso no mundo todo. Isso tudo me dá uma confiança
muito grande de que ela é verdadeira. E me faz ter pensamentos
bem diferentes dos usuais, principalmente humanistas, como todos do
seminário já devem ter percebido.
Finalizando, reitero meu convite para fazermos uma conversa pessoal
ou remota, só entre nós ou aberta para outras pessoas
poderem participar. Se for remota, eu posso agendar uma sessão
do Zoom ilimitada. É só combinarmos data e hora -- mas
com bastante tempo, podendo ser mais de uma sessão ou reunião.
- [1] Que o cérebro sozinho não gera o pensamento,
mas que cada pessoa é um veículo único. [2]
Platão aprendeu com Sócrates que nós vamos apenas
descobrindo o que já existe mas para o intuicionismo de Poincaré
nós vamos também construindo. O que há não
é uma parceria entre nós, seres biológicos, e o
mundo das ideias? [3] Eu esperava que alguém apresentasse
alguma visão alternativa, talvez o Bedaque, que ficou com dor
de cabeça. [4] 4. [5] Sim. RESP.: Cada pessoa
tem uma individualidade superior, única, mas de mesma natureza
que todas as outras individualidades. Os animais não têm
essa individualidade superior; a espécie a tem. Nesse sentido,
cada ser humano é como se fosse uma espécie animal. Matando-se
um animal, a espécie continua existindo; outros animais da mesma
espécie nascerão com as mesmas características
típicas da espécie. Mas quando um ser humano morre, nunca
mais haverá a confluência da sua individualidade superior
com o corpo e ambiente em que ela existiu; é como se morresse
toda uma espécie animal. Sim, há uma corrente que acha
que o ser humano não introduz nenhuma ideia nova no mundo não-físico
das ideias, apenas descobre o que já existe lá. Eu tendo
a achar que o ser humano pode introduzir novas ideias no mundo das ideias,
por exemplo quando ele inventa uma nova máquina. Escrevi isso
na grande extensão que acabei de fazer no artigo, que agora tem
o título "Conceitos, ideias e o cérebro", em
www.ime.usp.br/~vwsetzer/conceito-cerebro.pdf
Gostaria de receber sugestões e críticas sobre esse artigo.
Tenho uma intuição forte de que estou correto.
Sim, interagimos com o mundo das ideias, o mundo espiritual. Tudo o
que pensamos fica gravado lá, pois existe uma memória
universal, como cada pessoa tem a sua que não é
física (há várias evidências disso). Assim
se pode compreender como descobertas são feitas simultaneamente
sem que os descobridores tivessem trocado ideias, como foi o caso da
teoria da seleção natural de Russel Wallace e de Darwin.
Em certas vivências da quase morte a pessoa diz que viu toda sua
vida como se fosse numa tela, a chamada "visão do panorama"
(da vida). O corpo físico não estava mais impedindo o
acesso à memória total, que não está nele.
Eu esperava que outra pessoa reagisse; aliás, ela escreveu o
comentário da avalição 2 logo acima. É uma
pena que não consigo a concordância para termos uma sessão
só de bate-papo; eu poderia agendar uma sessão ilimitada
para isso, se não for uma sessão extra do seminário,
mas com muuuito tempo para conversarmos, pelo menos 3 horas.
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