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RE: [ABE-L]: Concordando com a proposta do Carvalho



Title: Message
Sonia,
 
Eu acho q o problema num é a regulamentação, pois existem muitas profissões regulamentadas e estas funcionam bem, creio q o problema seja que a profissão é MAL REGULAMENTADA e existe uma disposição do meio profissional  proprios profissionais em não querer a regulamentação.
 
Eu vejo q o Grande problema nessa regulamentação, não só na do Estatístico, como do Administrador, do Economista, do pessoal da Ciencia da Informação e outros semelhantes, é que nessas profissões, não existe uma fronteira clara entre o que é uma coisa e o que é outra. A unica coisa clara que existe é uma lei federal da época do Collor que exige de um profissional, para exercer uma função de nivel superior, que estteja quites com suas obrigações profissionais, ou seja: se for Engenheiro, que este tenha CREA e q seja registrado, isso só não vale para o meio academico, mas não sei por que.
 
MAS a questão não é essa, volto a falar que SE a regulamentação não é uma boa (Não tá funcionando), ao invés de atacar ou boicotar, deveriamos nos unir em torno de uma solução, pois eu creio q se existe a regulamentação e tá ruim, provavelmente, sem a mesma seria pior, pois permitiria a qualquer pessoa que achasse que conheçe estatística, porque fez a matéria na faculdade, exercer a profissão e não poderiamos falar nada contra isso.
 
Mesmo não concordando com o pessoal que acha que Estatístico é o possuidor de Graduação em estatística, quero só comentar que isso não ocorre só com a Estatística, ocorre também com qualquer profissão regulamentada. Cito como exemplo a definição de professor capacitado a exercer o magistério, em que um Dentista com formação em Odontologia não é considerado Habilitado para dar aula em um curso em Odontologia, por exemplo.
 
Mas, a minha opinião a respeito da regulamentação profissional é que ela é feita de forma equivocada, eu sou da opinião de que eu posso exercer qualquer profissão, desde que eu seja capacitado para tal, independente de minha formação ser Fisica, Medicina, Estatística, Engenharia, Filosofia ou qualquer outro curso, os conselhos ou qualquer outro órgão que tenha credibilidade deveria sim, conceder licenças para o exercício profissional, mas deveriam ter formas de garantir que estes profissionais são competentes, independente de sua formação.
 
Nos USA, por exemplo, são exigidas determinadas notas em GMAT ou outro tipo de exame para vc ser habilitado a exercer determinadas profissões. Para vc exercer medicina, vc passa por uma série de exames teoricos e práticos  que o capacitam ou não, aqui não temos isso, se acredita simplesmente q uma pessoa com curso superior em Engenharia seja um bom Engenheiro, por exemplo. E esse é o erro, não a presença dos conselhos. 
 

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-----Original Message-----
From: salbieri@ibge.gov.br [mailto:salbieri@ibge.gov.br]
Sent: Wednesday, September 10, 2003 8:47 AM
To: carvalho@statistika.com.br
Cc: abe-l@ime.usp.br; gauss@ufba.br
Subject: RE: [ABE-L]: Concordando com a proposta do Carvalho


Grande frase a do Carvalho:

"A regulamentação da profissão de estatístico é tola. Mas existe.
Deveríamos fazer um lobby, um movimento, para acabar com ela."


Sempre penso que os CONREs servem apenas para arrecadar anuidades que serão usadas para pagar os funcionários cujo trabalho é cobrar anuidades...........

Eu procuro não pagar o CONRE, mas de tempos em tempos, regularizo a situação ( o que significa pagar atrasado, com todas as perdas financeiras que isso significa) para não ser processada ou incluída nos registros dos mal pagadores e ser impedida de fazer tudo aquilo com eles ameaçam em cartas de cobrança. Mas isso é uma questão individual!

Sonia Albieri




"José F. de Carvalho" <carvalho@statistika.com.br>

09/09/03 18:15 NST
Favor responder a carvalho

       
        Para:        <gauss@ufba.br>
        cc:        <abe-l@ime.usp.br>
        Assunto:        RE: [ABE-L]: Corroborando com a Mensagem do Morettin



Gauss:

Essa estória parece uma piada, tamanha a estupidez. Mas, estórias como
essa, com o mesmo CONRE, eu as coleciono desde 1970. Naquele ano, o
CONRE-SP oficiou à Unicamp, pedindo os nomes dos professores de
estatística, que deveriam ser registrados no CONRE, por força de lei
(dizia o ofício). O Prof. Zeferino respondeu ao ofício, em carta (isto
já significava um desmerecimento formal ao Conre), dizendo que a
universidade era autônoma. Disse o Reitor que, se a universidade
resolvesse colocar uma pessoa, formada em engenharia, para ensinar
anatomia no curso médico ela o faria, o que seria dependeria só da
capacidade do docente. Curioso, ouvi dizer que, pouco tempo depois, esse
presidente do Conre fôra processado, ele mesmo, por achacar empresas,
obrigando-as a contratá-lo (pró-forma, como farmácias fizeram com
farmacêuticos por muito tempo) ou a enfrentar multas.

E os Conre, para que servem? Uma vez, só para testar, denunciei ao Conre
um uso errado e ilegal (ex vi a lei) da estatística. Solicitei que um
representante do Conre fosse a um seminário, na USP, só para participar
de um debate e, ipso facto, tomar conhecimento do inteiro teor da
denúncia. Aliás, fiz uma representação por escrito! Foi gente de muitas
organizações lá - menos o Conre. Fiz isso outra vez, em outro problema,
com o mesmo resultado, inação total.

A regulamentação da profissão de estatístico é tola. Mas existe.
Deveríamos fazer um lobby, um movimento, para acabar com ela.

Quanto à sua estória, cabe uma triste conclusão: para que nos
preocuparmos com algo inerte, como o Conre? Que pode ele fazer?
Pergunto: resultou multa efetiva, que teve de ser paga? Não acredito.

De resto, sabe a sociedade, e sabemos nós também, quem são os
estatísticos. Aliás, nós os formamos, não é? Somos nós que damos a eles
o direito de se registrarem no Conre! Suprema ironia...

-----Original Message-----
From: gauss@ufba.br [mailto:gauss@ufba.br]
Sent: Tuesday, September 09, 2003 10:31 AM
To: abe-l@ime.usp.br
Cc: gausscordeiro@uol.com.br
Subject: [ABE-L]: Corroborando com a Mensagem do Morettin


Caros Colegas,

O Pedro Morettin tem razão em relação aos pontos que descreveu. Gostaria
de salientar o que aconteceu comigo - vítima do CONRE como orgão
regulador da profissao de estatistico. Em 1991 o Jornal do Brasil
publicou (com chamada na primeira página) uma reportagem sobre previsão
de AIDS no País onde eu (então pesquisador do
IMPA) e o Dani Gamerman (UFRJ) usávamos métodos distintos de previsão do
número
de soropositivos pelo vírus HIV no País até o ano 2000. No dia seguinte
da
publicação do JB com esta reportagem, representantes do CONRE-RJ
procuraram
a Direção do IMPA para MULTÁ-LO (o termo foi essse mesmo) por empregar
uma
pessoa (eu) que não estava habilitada a fazer previsões de Estatística,
principalmente porque a matéria continha uns gráficos. Para manter um
paralelismo com a inabilidade do CONRE é como somente os matemáticos
pudessem usar o teorema de Pitágoras...

Cordiais Saudações,
Gauss Cordeiro



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