Re: [ABE-L]: Texto sobre pesquisa eleitoral

[Adilson Simonis <asimonis@ime.usp.br>]

Caro Prof. Jose Carvalho,

Hoje pela manha li a revista de setembro da FAPESP, numero 127,
que em chamada de primeira pagina publica o artigo:
Pesquisas Eleitorais: Danca de numeros tem base solida, assinado
pelo Carlos Haag.
Algumas declaracoes no texto atribuidas ao Alberto Almeida da FGV por
exemplo: "De nada adianta realizar milhoes de entrevistas
se os entrevistados nao forem representativos da populacao. É melhor
realizar poucas entrevistas representativas."

Ou entao a frase atribuida a Marcia Cavallari, diretora do IBOPE:
"Existe sempre uma chance de aqueles que foram incluidos na amostra
nao serem perfeitamente representativos da populacao toda."

Nunca, em nenhum dos cursos de estatistica que frequentei na USP, ou
que ministrei, foi definida ou usada a palavra representativa...

Em um debate pela internet, o diretor geral do Data Folha, Mauro
Paulino, afirmou que o metodo de amostragem utilizada pelo Data Folha,
agora uma unidade de negocios segundo o artigo da FAPESP, na
pesquisa eleitoral era realizada por cotas. Quando vejo que
eles calculam e publicam a margem de erro fico confuso.

Hoje teu texto me trouxe de volta a confianca de que alguem sabe a
diferenca entre amostragem probabilistica e nao-probabilistica.

Parabens e um abracco,
Adilson Simonis



On Sun, 3 Sep 2006, Jose Carvalho wrote:

> Caros colegas e amigos: enviamos (Cristiano Ferraz  eu) a Vs um texto escrito
> em conseqüencia de palestra assistida em uma reunião do CONRE, no último dia
> 26 de agosto. A Estatística é sempre muito abusada, em sua base e na
> aplicação. Aqui temos um caso: as amostragens por quota não têm fundamento,
> mas são usadas a torto e a direito; em particular, nada sabemos das
> propriedades do estimadores que saem dessas pesquisas. Não obstante, usam-se
> expressões iguais às de estimadores de amostragem aleatória simples. No
> processo eleitoral, exige-se que as "margens de erro" (deve ser o que
> chamamos de "erro mimo admissível") sejam declaradas. E são! Mas como?
>
> Acreditamos que este é um problema que afeta a profissão como um todo. Eis por
> que lhes damos o texto, nesta lista. Ele será enviado, em separado, também ao
> CONRE, que organizou a reunião onde houve a palestra "inspiradora", ao Centro
> de Estudos de Opinião Pública (CESOP), da Unicamp, a alguns presentes à
> reunião e ao Presidente do TSE.
>
> Abraços.
>
> Zé Carvalho
>
> PS. como bom brasileiro, uso o OpenOffice. Vs encontrarão o texto em Open Data
> Format também uma versão em PDF, para os que (ainda) não migraram para
> software livre.  :-)
>
> --
> Jose F. de Carvalho, PhD
> Statistika Consultoria
> +55-19-3236-7537
>