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Pesquisas eleitorais



Jornal do Brasil - Terça-feira - 3 de Outubro de 2006
pais@jb.com.br



Pesquisas eleitorais: Técnicos avisam que os erros das projeções são previsíveis

Estatísticos contestam métodos

http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/brasil/2006/10/02/jorbra20061002014.html

Em meio às rotineiras explicações dos institutos de pesquisa sobre erros nas projeções feitas para vários Estados, um documento redigido poucos dias antes da eleição está circulando entre os especialistas. A principal e explosiva conclusão de dois professores universitários é de que não merecem crédito as margens de erro apresentadas pelos institutos que usam amostragem por cotas, predominantes nos levantamentos.

A polêmica gerada pelos especialistas em estatística José Ferreira de Carvalho (professor aposentado da Unicamp) e Cristiano Ferraz (professor da Universidade Federal de Pernambuco) resvala para o aspecto técnico. A centro da discussão pode ser assim sintetizado: na amostragem por cotas, utilizada pelos institutos, os eleitores são entrevistados nas ruas e a possibilidade de controle e exatidão é bem menor do que no método mais recomendado - a amostragem probabilística - na qual as pessoas são sorteadas e entrevistadas em casa.

Na última eleição, as pesquisas foram quase diárias. Isso pode explicar por que os institutos deram preferência à amostragem por cotas, pois, segundo os dois professores, seus dirigentes costumam alegar que o outro método é muito demorado e bem mais caro.

O especialista Antonio Duran, ex-professor da Escola Nacional de Ciências Ciências Estatísticas concorda com a opinião dos professores e acrescenta que, nas ruas, variáveis como o horário e os pontos escolhidos, além da falta de um controle maior sobre o trabalho dos entrevistadores, são fatores que podem falsear os resultados.

Ao analisar as críticas, o diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, comenta que os professores podem estar mal informados.

- Os institutos costumam conjugar os dois métodos. De uma forma geral, têm funcionado muito bem.

Na última campanha, os institutos não conseguiram detectar, por exemplo, movimentos de eleitores que convergiram para candidatos da mesma tendência política, nas votações para presidente e para governador.

Para Marcus Coimbra, independentemente de alguns institutos não terem detectado esse movimento, o fato, em si, é corriqueiro no comportamento eleitoral brasileiro.

-As estruturas dos partidos ainda são fracas. O eleitor usa outros critérios para escolher os candidatos.


Na Bahia, pesquisa é diferente

http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/brasil/2006/10/02/jorbra20061002015.html

A surpresa da Bahia, onde o petista Jaques Wagner atropelou o candidato do PFL, Paulo Souto - apoiado pelo senador Antonio Carlos Magalhães - contrariando a previsão dos institutos, tem uma explicação singular, segundo Marcos Coimbra, que fez uma pesquisa encomendada pelo governador eleito.

- Pesquisas em lugares como a Bahia têm de ser vistas com cautela - argumenta o diretor do Vox Populi. - Onde o o oficialismo é tradicional, vigora há muito tempo, o eleitor costuma ter receio de manifestar o voto, se for contrário ao poder vigente.



[03/SET/2006]

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