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[ABE-L]: O Bacharelado é necessário?



Caro GetÃlio e membros da lista da ABE,

Gostaria de colocar meu ponto de vista. Sendo bacharel em
EstatÃstica, tive a grata oportunidade de trabalhar em duas grandes
empresas de consultoria empresarial, um grande banco multinacional e,
em paralelo, lecionar EstatÃstica em universidades pÃblica e
privada. Trabalhei com excelentes colegas bacharÃis em EstatÃstica,
cujo desempenho nestas instituiÃÃes foram digno de mÃrito. Alguns
destes colegas buscaram uma formaÃÃo complementar (MBA, CEAG-FGV,
dentre outros), o que vai de encontro Ãs necessidades de suas
funÃÃes. Outros colegas buscaram sua continuaÃÃo nos mestrados em
EstatÃstica. Sem sombra de dÃvida, o estatÃstico que solidifica sua
formaÃÃo atravÃs de um mestrado, terà condiÃÃes de tratar
problemas importantes atravÃs de mÃtodos mais sofisticados e com um
embasamento maior. Mas nÃo tenho dÃvida nenhuma que o bacharel em
EstatÃstica produz MUITOS bons resultados no ambiente empresarial e
sÃo eles os profissionais requisitados para serem membros de grupos
bastante heterogÃneos. O estatÃstico à visto como aquele
profissional capaz de trabalhar com diversos grupos, em diversos tipos
de problemas que envolve tomada de decisÃo sob grandes bases de dados
(mas grande mesmo!). AlÃm disso, temos exemplos de colegas de
profissÃo que estÃo em franca ascensÃo profissional em posiÃÃes
gerenciais e que, mesmo nÃo atuando diretamente com anÃlises
estatÃsticas, saberÃo quando escolher o profissional certo para
lidar, processar ou modelar a variaÃÃo inerente aos processos
administrativos e transacionais.  Outros atuam na difusÃo de mÃtodos
estatÃsticos dentro das empresas e orgÃos gorvenamentais. Outros
fazem o mesmo atravÃs das consultorias empresariais. Outros atuam em
hospitais...

Logo, nÃo penso que faz sentido retirar do mercado este profissional,
tÃo demandado pelas empresas. AlÃm disso, acredito que no Brasil,
ainda, estamos longe de podermos escolher mestres em EstatÃstica em
um processo de seleÃÃo profissional para uma posiÃÃo em uma
empresa. A grande parte dos bacharÃis em EstatÃstica sÃo absorvidos
pelo mercado de trabalho (considerando centros como SÃo Paulo, Belo
Horizonte, BrasÃlia e Rio de Janeiro, que sÃo os que tenho mais
informaÃÃo.)  A algum tempo, na lista de discussÃo âSTAT-MATHâ,
do Yahoo Grupos,  eram publicados pelo menos 5 anÃncios de vagas para
estatÃsticos e outros profissionais. EstatÃsticos com experiÃncia
em Risco chegavam a ser disputados pelas instituiÃÃes financeiras.
Isto por que FALTAM estatÃsticos no mercado de trabalho.
Oportunidades internacionais se abrem para o estatÃstico. Conversem
com seus ex-alunos estatÃsticos e vejam os desafios que eles
encontram.  

Acredito que a bacharel pode ir muito alÃm de mero
tabulador-digitador-organizador de dados. Nunca me senti assim nas
instituiÃÃes em que trabalhei e nÃo vejo os estatÃsticos sendo
pagos para fazerem estas tarefas. Eles estÃo ajudando a tomar
decisÃes de grande impacto, nÃo tenho dÃvidas. O importante à que
os cursos de graduaÃÃo devem entrar em sintonia com o mercado de
trabalho dos estatÃsticos. Desenvolvimento da comunicaÃÃo escrita e
oral, uma sÃlida formaÃÃo computacional (esta sim deve ser feita
ainda na graduaÃÃo!) e a capacidade de interagir com outros
profissionais sÃo, para mim, um trunfo (nÃo, o domÃnio de uma
lÃngua estrangeira nÃo à mais um trunfo. à exigÃncia do mercado!)
 Estes estatÃsticos devem ser formados para atuar neste mercado de
trabalho (muito, muito desafiador) e nÃo apenas serem preparados para
continuar o mestrado ou doutorado em EstatÃstica. Naturalmente,
aqueles que tiverem o "gene da lousa", irÃo continuar sua formaÃÃo
acadÃmica, atravÃs dos cursos de pÃs-graduaÃÃo e serÃo captados
pelo sistema universitÃrio. Sei que a UFSCAR tem feito um excelente
trabalho na graduaÃÃo. Digo isso pelos CVs de estatÃsticos que
chegavam a minha mÃo quando coordenava uma equipe de modelagem de
risco. Acho que isto e resultado de uma sintonia do corpo docente com
o que seus ex-alunos estÃo desenvolvendo fora do ambiente acadÃmico.
Acredito que este o objetivo daqueles  que estÃo envolvidos com os
cursos de graduaÃÃo em EstatÃstica: coordenadores, docentes e
chefias de departamento.


AbraÃo a todos,

AfrÃnio.


AfrÃnio M. C. Vieira 
Departamento de EstatÃstica
Instituto de CiÃncias Exatas - Universidade de BrasÃlia
ICC Centro, Subsolo, MÃdulo 15
Asa Norte, BrasÃlia, DF
Email: afranio@unb.br


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> Caros Redistas e Gauss,
> 
> Existem alternativas para o bacherelado em estatistica???
> 
> O bacharelado talvez seja o maior produtor de alunos dos mestrados 
> em estatistica.
> 
> Ja pensei em Eng. de Producao (Enf. Estatistica) com 8 obrigatorias
de 
> estatistica (regressao, amostragem, plan. exep., series temp., etc).
> 
> Apesar da ASA recomendar o bacharelado como fundamental para o 
> desenvolvimento da estatistica, acredito que isto pode ser
discutido.
> 
> Gostaria de saber as opinioes de vcs.
> 
> O bacharelado e necessario ou nao?
> 
> Atenciosamente,
> Getulio Amaral
> Departamento de Estatistica CCEN
> Universidade Federal de Pernambuco
> Fone:81-21267424
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