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2400 ou 3000 ou mudar grade?



Caros Redistas,

 

Aproveitando os e-mails (muito oportunos) dos Professores Flávia Landim e

Cristiano Ferraz sobre as dificuldades dos alunos no curso de graduação de Estatística

e as altas taxas de evasão (além, suponho, da baixa demanda no vestibular) gostaria

de colaborar na discussão citando três pontos:

 

1. No meu entender é fato preocupante a evasão continuar alta em

alguns cursos importantes de graduação de Estatística do País, apesar de termos

uma carência de capital humano nessa área. Acho que a graduação de Estatística

deveria contemplar mais carga horária em bancos de dados (ORACLE, MySQL,

FIREBIRD, ACCESS, ...), estatística computacional (C, FORTRAN, R, Mathematica,

Maple, C++, CSharp, JAVA, DELPHI, VISUAL BASIC...), emprendedorismo e

gestão econômica, administração e negócios, economia (principalmente - muito mais -,

teoria econômica, macro e econometria) e finanças, mais regressão (para contemplar

os avanços recentes), probabilidade, processos estocásticos  e estatística matemática,

análise exploratória de dados e data mining, gestão da produção, pesquisa

operacional e bioestatística, além de outras não mencionadas aqui, talvez minimizando

alguns setores de menor importância atual.

 

Todas as áreas citadas são muito importantes para a Estatística Aplicada e para

contemplá-las adequadamente, talvez sejam realmente necessárias 3000 horas como,

por exemplo, para computação e informática, e um pouco mais do que as 2400 horas

exigidas na Física, Química e Matemática, cujo objetivo principal é formar professores.

As engenharias em geral requerem 3600 horas. Certamente, os professores Flávia e

Cristiano - por trabalharem diretamente com a graduação -, podem tecer comentários

mais apropriados neste sentido.

 

2. Algumas pessoas que desistem no início da Graduação de Estatística

não têm em geral conhecimento das potencialidades desta área e, por conta disso,

vão para outras áreas em busca de melhores horizontes.  Ledo engano! Muito poucas

áreas de atuação podem propiciar mais opções de trabalho fora da academia do que

a Estatística, tanto no País quanto no exterior.

 

3. Apenas para exemplificar a falta de capital humano em Estatística na própria academia,

 quando criamos o Departamento de Estatística e Informática (DEINFO) da UFRPE

(Estatística em primeiro lugar por ser mais importante) há cerca de 30 meses,

abrimos alguns concursos mas não conseguimos atrair pessoas com doutorado ou

mestrado em Estatística, mas somente engenheiros, matemáticos, físicos e gente de

computação.  O DEINFO conta hoje com 18 docentes, 14 com doutorado, mas

somente com 6 pessoas ligadas genuinamente com a Estatística. Nestes termos,

falta capital humano na nossa área tanto no Nordeste, como exemplifiquei, quanto

no restante do País. Estams pensando em implementar (a curto prazo) um curso de

graduação em Estatística Computacional na UFRPE satisfazendo as áreas descritas no

meu primeiro ponto.

 

Cordiais Saudações,

 

Gauss Cordeiro.