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Re: [ABE-L]: CONRE/CONFE



Caros colegas (que deverão ter paciência para ler esta novela):
 
Sim, a situação das carteirinhas é lamentável e começou há mais de dois anos. Nossa carteirinha é esteticamente feia e achei (em 2004) que mereceríamos algo melhor e antifraude (acreditem, existem institutos de pesquisa fraudando carteirinha de estatístico). Mas, desde que a proposta da nova carteirinha foi aprovada, ainda não vi a nova. Falou-se em recadastramento dos estatísticos (o que eu achei válido também), mas isso também não ocorreu.
 
No CONRE-3 (do qual sou coordenadora geral) estamos contornando a situação de falta de carteirinha enviando, gratuitamente, um atestado de regularidade para os estatísticos.
 
A crise do sistema CONFE/CONRE não se resume somente às carteirinhas, óbvio. Mas a culpa não é só dos gestores dos conselhos. Quem faz o CONFE e os CONREs somos nós, estatísticos. Se a classe não se mobiliza, não cobra, não participa, o sistema CONFE/CONRE jamais irá para frente.

Todos gostam muito de falar do CREA, como modelo de um conselho que funciona. Vamos a alguns fatos que tornam a vida dos gestores daquele conselho um pouco mais fácil:

CONFEA/CREA: anuidade integral em 2007: R$ 210 (nível superior) e R$ 105 (nível médio)
CREA-SP: 235,5 mil inscritos PF e 37 mil PJ; receita de 2007= R$ 78,2 milhões
CREA-RJ: receita de 2007= R$ 35,2 milhões

CONFE/CONRE: anuidade integral em 2007: R$ 190 (nível superior) e R$ 95 (nível médio)
CONRE-3 (SP-PR-MT-MS): 1200 inscritos (50%-60% de inadimplentes); receita prevista para 2007: R$ 120 mil (dos quais 20% vai para o CONFE).

O censo do IBGE (2000) indicou 5306 respondentes com graduação em estatística (que, por lei, podem requerer a habilitação profissional). Se todos estivessem inscritos e fossem adimplentes, o sistema CONFE/CONRE arrecadaria por volta de R$ 1 milhão ao ano. Mesmo sendo pouco, parece-me que poderíamos promover mais atividades pró-estatística.

Ter uma classe pequena (mesmo que fosse com TODOS os 5306 estatísticos registrados) significa ter poucas parcerias. A seguradora de saúde do CREA nem se interessou pelo CONRE-3, pois precisaríamos garantir, de cara, pelo menos 2.000 contratos para iniciar uma parceria. Impossível – daria quase 40% do total de estatísticos fechando negócio com a seguradora, e muito mais que a totalidade de registrados no CONRE-3!

Nós nunca seremos como o CREA. Podemos sonhar com um sistema maior e melhor se pudermos incluir mais profissionais na categoria de "estatístico". E é por isso, também, que fizemos o debate sobre a nossa profissão. Afinal, por que um engenheiro, médico, físico, economista, etc, com doutorado em estatística e com comprovada experiência (ou conhecimento) na área de estatística podem ser considerados "estatísticos"?

Enquanto nada disso acontece (porque depende da Câmara!!!), a proposta que CONRE-3 fez ao CONFE é tentar diminuir a quantidade de CONREs deixando apenas três:

1ª Região – todo o norte e nordeste + DF e GO
2ª Região – RJ e ES (como é hoje)
3ª Região – todo sul + SP, MG, MT e MS

Com isso, teríamos uma concentração um pouco maior de renda nas sedes, melhorando a infra-estrutura local, facilitando a manutenção de alguns projetos e a ampliação de atividades. Já manifestei o meu apoio aos estatísticos de Minas e fiz a mesma sugestão a eles. Não é possível CRIAR mais CONREs -- é preciso agrupá-los e torná-los mais eficientes.

Como o CONRE-3 tem gastado o que arrecada em anuidades?
- Nossos custos básicos para manutenção somam aproximadamente R$ 75 mil, cobrindo salário CLT de um funcionário fulltime, contador, aluguel+condomínio (sala de aprox. 120 m3 no centro de SPaulo), eletricidade, 2 linhas telefônicas, internet banda-larga, correio, materiais diversos de escritório e caixa rotativo.

- Do que sobra, usamos para nossas atividades de divulgação da estatística:
  . apoio às iniciativas dos deptos de estatística para mostras/palestras/etc (financeiro e/ou cedendo materiais)
  . viagens para visitar as sete universidades da nossa jurisdição, fazendo palestras, levando materiais diversos sobre o nosso mercado de trabalho, sobre as leis que regem a nossa profissão, e incentivando o registro dos estudantes e formandos.
  . impressão de material para divulgação da estatística nas escolas de 2º grau, feiras de profissões e cursinhos. Desde 2004 já distribuímos mais de 20 mil folhetos sobre a Estatística.
  . debates/eventos diversos para discutir aspectos profissionais da área
  . informativo trimestral com artigos sobre diversos aspectos da nossa profissão
  . contrato com advogado para auxiliar nas questões que envolvem estatísticos
  . montamos 1 sala de aula completa com datashow, quadro branco, flipchart e ar-condicionado (para 20 alunos); outra sendo preparada; biblioteca em planejamento
  . outras atividades (quando é possível)

- Atividades que não oneram o conselho:
  . Busca de parcerias para oferecer benefícios aos estatísticos registrados
  . Manutenção de site e fórum permanente de estatística (usamos software livre e hospedamos em máquina própria)
  . Apoio institucional a órgãos não-governamentais (ABE, Criança Segura, Viver e Sorrir, SBPPC) etc
  . A minha atividade como coordenadora é voluntária (não recebo nada por isso).
 
OUTROS CONREs – como estão?

O CONRE-5 (BA, MG e SE) sequer tem um computador funcionando. O único que tinha (doado pelo CONRE-2) é antigo, ultrapassado. Finalmente tem um aparelho de fax. A secretária (Regina), há anos trabalhando lá, teve de amargar meses de salário atrasado até que o CONRE-5 conseguisse regularizar a situação. O estatístico Jair Soares Jr tem tentado segurar a barra do CONRE-5, mas sem praticamente nenhuma verba, é difícil.
 
O CONRE-6 (Alagoas, Fernando de Noronha, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, com sede em Recife) está fechado há muitos anos. Existe um grupo de estatísticos interessados em reabri-lo -- grupo esse ligado às universidades, provando que há interessados na região.
 
O CONRE-8 (Pará e Amapá) passou por maus momentos recentemente, quando teve de, praticamente, fechar as portas. Embora nunca tivesse deixado de atuar, continua bastante precário, sem sede própria. O atendimento está sendo feito diretamente pelos conselheiros Apolo e Welson:  http://www.conre8.hpg.com.br

O CONRE-2 (RJ e ES) tem uma arrecadação semelhante à do CONRE-3. Não tenho tido muitas notícias do que eles têm realizado.
 
O CONRE-1 (Amazonas, Acre, Brasília, Goiás, Rondônia e Roraima, com sede em Brasília) tem tido uma atuação boa. Sua arrecadação é menor que a nossa mas a gestão é muito empolgada, com muita vontade de melhorar. A prof. dra. Ana Maria Nogales (UnB), atual presidente do CONRE-1, tem trabalhado bastante para trazer mais estatísticos a unirem forças lá em Brasília, fazendo, inclusive, importante parceria com o SINEST-DF (Sindicato dos Estatísticos de Brasília). Já há um site no ar ( www.conre1.org.br) e finalizaram um complexo manual de O&M para gestão dos CONREs.
 
O CONRE-4 (RS e SC) tem tido uma atuação mais modesta, muito em conseqüência da sua baixa arrecadação. Há pouquíssimos estatísticos registrados nestes dois estados. Porém, o CONRE-4 mantém importante parceria com a UFRGS, onde realiza eventos para os estatísticos, com palestras, mini-cursos, workshops.
 
O CONRE-7 (Ceará, Maranhão, Piauí e Tocantins, com sede em Fortaleza) é outro que sofre com a baixa arrecadação. Seus gestores estão, na maioria, ligados à UFC, o que é muito importante.
 
AJUDANDO SEUS CONREs:

Estatísticos -- sobretudo os que moram perto das sedes – podem procurar o seu CONRE e participar ativamente. Ficar de olho nas épocas de eleições, candidatar-se a conselheiro, divulgar seus planos, fazer campanha. É muito importante que haja mais estatísticos com pensamentos novos fazendo parte da gestão.
 
Os CONREs devem prestar contas ao Tribunal de Contas da União (TCU), como qualquer órgão público. Cada centavo que gastamos deve ser devidamente justificado.
 
Se o sistema CONFE/CONRE está ruim, vamos participar ativamente para que melhore. Reclamar é um passo. Sugerir melhorias é outro passo. Botar a mão na massa para ajudar faz a diferença!

O e-mail do CONFE é confe@confe.com.br e fica no RJ.

O presidente do CONFE é o Prof. Luiz Carlos da Rocha (ENCE)

Lista completa dos CONREs: http://www.conre3.org.br/forum/viewtopic.php?t=21

Peço ajuda da classe (com ou sem carteirinha) para pensar com mais carinho sobre este assunto! O CONFE, com a gestão do Prof. Luiz Carlos, melhorou mas ainda sinto falta de uma gestão mais ousada, mais pró-estatística e mais presente nas nossas vidas.

Um grande abraço e sorry por ter feito alguns de vocês chegarem até aqui!
Doris S M Fontes
Coordenadora Geral do CONRE-3
www.conre3.org.br
dsfontes@uol.com.br

 
 
 
2007/6/13, Luiz Sérgio Vaz <luizvaz@sarah.br>:
   Caros Redistas,

   Gostaria de trazer, ao conhecimento de todos, o sentimento entre os estatísticos mineiros quando o assunto é CONRE/CONFE. Espero, com isso, despertar a necessidade de discutirmos melhorias nos CONREs e também saber se tem alguém na lista que tenha como nos ajudar. Afinal, enviamos carta ao CONFE sobre a situação em MG e até agora não recebemos nem um aceno de mão...

Como informação, não temos CONRE próprio (estamos vinculados ao CONRE/BA). Segue o texto:

É pessoal....

O problema não é só o CONRE. A desorganização e a bagunça é geral. Liguei para o CONRE solicitando informações sobre a minha carteirinha e a secretária informou que o problema era do CONFE. Então liguei para o CONFE e segundo a secretária de lá, as carteirinhas vão ser produzidas por um material super moderno, anti-fraude, etc.... e por isso eles ainda não enviaram. Ao indagar sobre o que tem o material a ver com a confecção dos documentos, ela simplesmente não soube responder.

É por isso que esse conselho NUNCA cresce e nem vai crescer e vamos continuar sonhando em algum dia ter um conselho forte e atuante como o CREA. Bom, pelo menos eu acho que não estarei vivo para ver isso. (autorizado pelo autor)

-----Mensagem original-----
De: Paulo César S. Luizi [mailto:pcluizi2@yahoo.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 13 de junho de 2007 12:06
Para: Luiz Sérgio Vaz
Assunto: Re: [Estatisticos-mg] CONRE/CONFE....


Luiz,

Claro que pode! Essa indignação e aquelas outras que fizemos anteriormente devem ser publicadas para o Brasil inteiro. Pode colocar a minha identificação também! Estou chateado com tudo isso e quero mostrar a minha revolta.

Um grande abraço,


--
Doris Satie M Fontes
Coordenadora Geral do CONRE-3
Conselho Regional de Estatística da 3ª Região (SP-PR-MT-MS)
dsfontes@uol.com.br
info@conre3.org.br
www.conre3.org.br

NOVO FÓRUM ESTATÍSTICO: http://www.conre3.org.br/forum