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Re: [ABE-L]: Pontos sobre os Nove Pontos do Renato



Acredito que os comites do CNPq esta chegando a um mesmo criterio de rigides necessario , o que nao ocorria muitas vezes.
Alguns comites eram muito mais exigentes que outros.
Alem disso a produtividade tem sido mais aceita em geral, visto que alguns pesquisadores antigos e famosos estao perdendo bolsas para jovens pesquisadores mais produtivos. Isto é saudavel mas nao e generalizado. Basta ver alguns membros , ate de alguns comites que nao tem la uma produçao muito grande. Entretanto precisamos discutir um pouco mais , por exemplo sobre o item abaixo menciomnado pelo Gauss. Se queremos trazer pesquisadores competentes de outras areas temos que pensar melhor nisso:
E3. A pesquisa estatística deve estar representada em papers publicados em
revistas de pesquisa estatística. Se um pesquisador publica essencialmente emrevistas de saúde publica ou de computação (digamos), ele deveria buscar sua bolsa nos comitês dessas áreas, não no comitê de Estatística.
Em resumo:
Acho que basta o comitee julgar se o trabalho estatistico naquela revista e criativo e inovador ou nao. E claro que é subjetivo mas e justificavel em um parecer. O que é importante é que ele o pesquisador faça parte de nossa comunidade frequente os SINAPE, nossas Escolas ,participe de nossas atividades academicas (defesas de tese , cursos etc ) É ai que fica minha duvida se estamos maduros ou se ja vamos começar sendo mais realistas que o rei. Basilio


gausscordeiro Escreveu:
Caros Redistas, Atendendo a solicitação do Francisco Cribari, coloco pequenos adendos em todos os pontos levantados pelo Renato, na ordem em que eles apareceram: 1. A nossa área parece mostrar que não está madura o suficiente face não existir na lista da ABE um apetite maior para esse debate de CA.
R. Isso é verdadeiro mas temos que dar um desconto.
Como já falei muitos preferem não se manifestar na rede e outros são tímidos demais. Nestes termos, o debate fica restrito aos mesmos de sempre. 2. Num eventual comitê de Estatística do CNPq, como os futuros participantes desse comitê vão avaliar a pesquisa cientifica de seus pares? Como vamos pesar as coisas? Teremos de fazer um ranking se o numero de candidatos aptos for maior que o numero de bolsas disponíveis no momento. E teremos de classificar em níveis (1A a 2C) os pesquisadores contemplados. Como fazer isto? R. Um comitê inicial de Probabilidade e Estatística (CA-PE) cujos membros sejam referendados pelas Pós-Graduações em Estatística, pelos bolsistas de produtividade de pesquisa que atuam em Probabilidade e Estatística do CA-ME e de outros comitês, pelas suas associações científicas, etc., poderá facilmente julgar as pesquisas de seus pares. O trabalho que já foi feito pelo CA da Matemática deve ser recuperado e, aos poucos, os novos membros do comitê irão ajustando as coisas. Eu não vejo problema nisso. Claro (que como bem enfatizou o Renato), o critério de avaliação dos pesquisadores deverá passar pelas suas publicações em periódicos teóricos e/ou aplicados. Nos anos 70 não havia quase pós-gradução em estatística no País e a Pesquisa Operacional reinava e atraía os matemáticos e estatísticos. Nos dias de hoje, a situação é completamente outra, temos um grande espaço de destaque nacional bem delimitado pelas pós-graduações, eventos e associações científicas, inúmeros periódicos no exterior e no País, etc.
3. A pesquisa estatística deve estar representada em papers publicados em revistas de pesquisa estatística. Se um pesquisador publica essencialmente em revistas de
saúde publica ou de computação (digamos), ele deveria buscar sua bolsa nos comitês dessas áreas, não no comitê de Estatística. R. Concordo. Entretanto, tem gente que publica nessas revistas mas, também, em excelentes periódicos de Estatística Aplicada. Conheço vários que certamente preferirão ficar nos seus própios comitês, pois atuam lá e acham muito pesado os requisitos adotados na avaliação do CA-ME. Eles deveriam ser convocados e reconhecidos no possível CA-PE. Acredito que se um novo CA-PE for englobar apenas os atuais pesquisadares do CA-ME não será aprovado no CNPq. Precisamos regimentar para nosso lado os pesquisadores de Estatística que atuam em outros comitês. Não sei como fazer isso agora mas podemos pensar. Infelizmente, alguns desses bons pesquisadores, não participam de eventos da ABE. 4. A pesquisa aplicada frutífera é aquela que gera papers em revistas de estatística. Eu acho que as revistas de estatística dão preferência a temas antigos, pouco relevantes e demoram muito a catch up com as áreas científicas mais dinâmicas. Mas isto é um problema internacional de nossa área. R. Concordo integralmente. 5. Papers publicados em outras áreas devem ter **algum** peso mas não podem ter o mesmo peso dos papers publicados em revistas fundamentalmente de estatística. Quem trabalha em interface, quem publica em revistas de outras áreas, vai ter de trabalhar dobrado. Falo isto com tranquilidade, pois publico bastante em revistas de outras áreas e acho isto importante para mim, para meus alunos, para meu trabalho de estatistico, etc. Como dar este peso?. Mas não posso concordar se um pesquisador que tenha 10 artigos em revistas de excelente qualidade de saúde publica (ou computação ou engenharia) tenha uma bolsa de PQ no comitê de estatística enquanto outro pesquisador com 4 artigos em revistas de estatística, talvez nem tão prestigiosas quanto as outras, não a tenha . R. Concordo com você. Publicar em outras áreas é muito importante para a Estatística e esse, também, é o nosso papel. O CA-PE terá que enfrentar esse desafio. O atual CA-ME não tem este problema, pois quem está publicando muito em áreas aplicadas submetem seus projetos de pesquisa em outros comitês. Mas um novo CA-PE deverá ter mais bolsas de produtividade e mais recursos no longo prazo e, assim, este problema deverá ser minimizado no tempo. 6. Existem MUITAS instancias que valorizam o trabalho aplicado do estatístico e esses pequisadores aplicados recebem benefícios dessas instancias. Por exemplo, pesquisadores interdisciplinares tem mais acesso a recursos financeiros, a participação em projetos de outras áreas, a consultoria bem pagas, etc.
R. O CA-PE deve centralizar pesquisadores que estejam publicando em periódicos científicos (teóricos e aplicados) dessas
duas áreas. Aqueles pesquisadores que fazem rotineiramente consultoria têm outros mecanismos próprios e geralmente dispensam R$ 1000/mês da bolsa. 7. Revistas de Estatística são muito restritas? Eu acho que não, existem muitas, talvez demais. Muitas EXIGEM que o trabalho tenha uma aplicação associada, algumas exigem até mesmo o conjunto de dados usado na analise, bem como o código da analise. R. Concordo integralmente e acrescento: "publicar é um processo chato, árduo e difícil" e todos nós conheçemos pesquisadores excelentes que não querem publicar, pois isso dá um tremendo trabalho. 8. A questão é como avaliar o trabalho de um pesquisador em estatística. Não vejo outra maneira a não ser avaliando os papers publicados em revistas de estatística. Outros papers entram como parte acessória, mas não como o foco principal. R. Concordo. 9. DEPOIS de chegarmos a uma opinião partilhada por uma maioria sobre estes pontos de como avaliar a pesquisa estatística, poderemos então fazer um trabalho de estatístico: verificar se existe evidencia de que temos um numero grande de pesquisadores injustamente fora do sistema, ou em outros comites. Se temos, haverá capacidade política de obter seus apoios? R. Esse dever de casa terá que ser feito. Devemos estudar e tentar verificar as possibilidades. Tem muita gente boa que só faz pesquisa em Estatística e atuam em outras associações científicas, fora das tradicionais ABE e RBRAS. Finalmente, eu gostaria de dizer que vários cursos de excelente nível da Matemática estão tendo muito pouca demanda e isso pesará nas futuras avaliações, sobretudo, na CAPES. Claro que o IMPA é uma exceção, pois sempre atrairá alunos estrangeiros face à sua reputação internacional. A demanda da Estatística tem derivada positiva e se criarmos um CA-PE agora, isso trará efeitos multiplicadores para as futuras gerações. Não estou pensando nos pesquisadores atuais, mas naqueles estatíticos das futuras gerações.
Cordiais Saudações,
Gauss