Prezados,
Recentemente a UNIFESP, Campus Diadema, abriu concurso para professor adjunto em várias áreas, entre elas PROGRAMAÇÃO COMPUTACIONAL E TRATAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS.
Curiosamente, os doutores graduados em Estatística, Matemática ou Computação não puderam se inscrever, independentemente da experiência na área. Isto porque o pré-requisito para a vaga era GRADUAÇÃO
Imagino que o Departamento de Engenharia Química tenha preferência por algum professor que entenda a linguagem da área, mas restringir a vaga aos graduados em Engenharia achei demais. Ainda mais que o programa para a prova prática era o seguinte:
1. Fundamentos de algoritmos computacionais
2. A linguagem de programação
3. Desenvolvimento e implementação de programas
4. Programação em Fortran ou Matlab
5. Estatística Descritiva
6. Cálculo de Probabilidades e Variáveis Aleatórias
7. Distribuição de Probabilidades: binomial e de Poisson
8. Distribuição de Probabilidades: uniforme, exponencial e normal
9. Amostragem e Distribuições Amostrais
10. Distribuição ?t?
11. Distribuição ?F?
12. Inferência Estatística
13. Testes de Hipóteses
14. Análise de Variância
15. Análise de Regressão e Correlação
16. Construção de Modelos
17. Análise estatística de dados experimentais
18. Planejamento experimental fatorial completo e fracionado
Conclusão: as inscrições para esta vaga foram prorrogadas, provavelmente pela falta de inscritos.
Na minha opinião este é mais um exemplo de como o ensino da Estatística em outras áreas está caminhando para um ensino de baixa qualidade. Infelizmente tenho visto muitos ?atropelos? em cursos de Estatística por aí. Alguns deles, acreditem ou não, são focados em instruções de como usar um software e procurar o ?valor de p? na saída do programa. Nunca fui contra que graduados em Engenharia atuassem na Estatística, pelo contrário, temos entre nós, exemplos ótimos de engenheiros que se destacaram brilhantemente, mas excluir explicitamente estatísticos do ensino da estatística me deixou surpresa.
Não tenho interesse por essa vaga, mas não pude deixar de me manifestar sobre isso.
Ângela T. Paes